Ilustríssima > Estupro na literatura pode reforçar intimidação da mulher, diz escritora Voltar

Comente este texto

Leia Mais

  1. José Fernando Marques

    Comentário semelhante ao da escritora, embora menos articulado, foi feito por uma estudante ao analisar a peça "Leonor de Mendonça", de Gonçalves Dias, texto pioneiro das reivindicações feministas no Brasil (a peça é de 1846). Leonor é morta pelo marido, o duque de Bragança, por ciúmes. É óbvio que o poeta escreveu a peça para protestar contra "a eterna sujeição das mulheres, o eterno domínio dos homens". E o diz explicitamente no Prólogo. A aluna confundiu reforço da opressão com seu contrário.

    Responda
  2. José Fernando Marques

    Deve-se distinguir entre o mal na vida real e o mal representado na literatura. Não se trata, em ficção, de "reforçar a intimidação da mulher" e sim de mostrar as coisas assim como ocorrem na vida, sem tentar resolver, na arte, o que de fato permanece irresolvido na vida de sempre. O artista deve mostrar, sem condescendência com o personagem ou com o leitor. Do contrário, teríamos uma literatura insincera, quando não desonesta. O conforto dos finais felizes fica para os melodramas de tevê.

    Responda
  3. denise teixeira

    Não vejo condescendência do narrador. A cena é sentida, por homens e mulheres, como uma cena pesada, decaída, terrível. E que haja a sugestão do desejo emergindo em meio ao horror...Bem, isso é literatura. Um de seus temas são as patologias do desejo. Tratar isso como 'condescendência' me parece moralismo estapafúrdio.

    Responda
  4. Raimundo Carvalho

    A literatura lida com os nossos fantasmas. Não é recomendável para mocinhas indefesas. Para esse público existia uma literatura específica, vendida em banca de revista.

    Responda
  5. Paulo César de Oliveira

    A propósito da Vis Grata, lembrei-me de uma piada clássica sobre diplomatas e damas. Se um diplomata diz sim, ele quer dizer talvez; se disser talvez, quer dizer não. Mas e se o diplomata disser não? Se disser não, ele não é um diplomata. Quando a dama diz não, quer dizer talvez; quando diz talvez, quer dizer sim. Mas e se dizer sim? Se disser sim, ela não é uma dama.

    Responda

De que você precisa?

Copyright Agora. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Agora.