Mas foi a confiança no dólar que fez afundar de vez nos anos 90 e tem efeito até hoje. Adotar uma moeda que não controla faz as crises se repetirem. A casa Branca manda imprimir dólar se precisar, a Casa Rosada só pode mandar imprimir pesos.

Brasil e Argentina, complementares na desgraça: o país do futuro que nunca chegará e o país do passado que não mais voltará.

Os fatos históricos até que batem, mas sua interpretação tem deficiências. Os homens no decorrer do seculo 19 tinham por meta a preservação da politica do livre mercado cuja pujança elevava os países de sua pobreza secular para um período de prosperidade, porem três forças poderosas e contrárias ao livre mercado corriam por fora; o nacionalismo, o socialismo e o intervencionismo. No final deste mesmo século elas suplantaram o ideal do livre mercado e tudo mudou de direção.

Caramba muchacho! Pobrecita latinoamérica, como un tango. son dos allí, dos acá! O eleitor argentino mais uma vez descobriu que o culpado de tudo é o FMI.

Faltou dizer que até 1914 a Argentina tinha uma economia liberal, integrada na globalização da Belle Époque. Com o fim da globalização e o advento do nacionalismo e do isolacionismo na Europa e nos EUA, a globalização retrocedeu e a Argentina foi empurrada para um modelo econômico intervencionista que a levou a 100 anos de decadência relativa. Parece que o povo não aprendeu ainda que isto não funciona apesar de tanta insistência no modelo errado.

Embora a Argentina estivesse entre os países mais ricos na virada do século 19 para 20, o abismo cultural em relação aos europeus e norte americanos era imenso. Não havia por lá figuras como Thomas Edison ou George Westinghouse. Da mesma forma como ocorreu por aqui, a industrialização se baseou em substituição de importações.

Esta seria a nossa realidade se não tivesse ocorrido o plano real.