Ótimo texto,a mentalidade colonial e escravocrata continua no país, com execuções de negros e pobres da periferia.

Eu acho incrível que alguém capaz de entender os males históricos da desigualdade, da escravidão e do extermínio dos índios, e que além disso perceba que estamos num poço sem fundo de ódio, tenha colaborado tanto tempo com a revista Veja de EA, provavelmente o maior dínamo propulsor dessa escalada insana, justamente em defesa da desigualdade, do racismo, etc. Acho que esses são os que têm maior responsabilidade. Podiam ver o que estavam fazendo e tomaram uma decisão moralmente indefensável.

Há muitos anos atrás li "Não verás país nenhum", de Inácio Loyola de Brandão, que me despertou do sonho mítico de um país destinado a um futuro glorioso. Os fatos têm confirmado muito daquela ficção (distópica?), não só daqui do Brasil, mas com os sonhos de um "progresso" humano ininterrupto guiado pela ciência e pela razão.

Sergio sabe dizer o que nós gostariamos de dizer. Ele e os demais colegas da Folha são as razões de minha assinatura ha mais de 40 anos. Tb já tive orgulho daqui.

Falar mal do Brasil é uma ideia muito importante. No setor das artes, é importante falar mal, por exemplo, de João Gilberto, parar de chamá-lo de gênio. João Gilberto e a bossa nova não é um Brasil solar, é um Brasil dopado de rivotril entocado com medo num apartamento de classe média alta, enquanto o pau quebra lá fora. É a piada do senta que o leão é manso.

Sem nada de bobo, o colunista aproveita o espaço para fazer propaganda do seu livro. Aqui no Brasil o mais bobo acende cigarro no relâmpago, como diz João Antônio num dos seus livros.

Um país em que em que o povo prefere o poder público autorizado a matar - tiro na cabecinha, arminha - tem seu devido lugar no mundo e na história.

Será que nesta lista H.L. Mencken poderíamos acrescentar James Joyce e a relação com a Irlanda ou Dublin?