Sérgio Rodrigues > No país do outrossim Voltar
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Em portarias de tribunais: O egrégio...
Extra, extra (ultra, mega)....o juridiquês agora inclui fórmulas linguÃsticas em textos extra longos, como as da sentença que condenou o Haddad, que a Monica Bergamo noticiou hoje. Espalha-se como "gray goo" pelas bolhas textuais e meméticas das redes, à base de vitaminas ctrl+C e ctrl+V. Os outrossim pinçados das Enem 1000 são miniaturas desse fenômeno infernal.
A lÃngua portuguesa é muito rica e prescinde desse juridiquês.
Sou advogada e juro que me recuso a seguir o estilo juridiquês nas minhas petições. Porque, ao lado dos tapetes vermelhos, carros oficiais e carteiradas, essa linguagem remete àquele mundo supostamente superior que as excelências pensam habitar. Triste que nossas crianças estejam caindo nessa pegadinha.
Não seria a causa desse juridiquês o número imenso de formados em direito no Brasil do "doutor" onde a soberba da posição social se exprime nas redações?
Tudo é questão de simpatia. Até mesmo pelas palavras. Não existe nenhuma razão lógica para taxar determinados vocábulos de arcaicos ou obsoletos. A lÃngua é dinâmica e é propriedade de quem a usa. Tudo no mundo é recorrente: a moda, sistemas polÃticos, costumes de modo geral... Por que não fatos da lÃngua? Qual o critério lógico para impor tais normas? Sob o prisma desse rigorismo linguÃstico e engessamento da fala, deverÃamos falar o latim. Que tal?
DifÃcil, aprendi cedo, é fazer como Millôr Fernandes, que dizia que, por mais que quisesse parecer profundo, só conseguia ser... claro. Quer defeito melhor que esse?
Sérgio, sou professora de redação para o ensino médio, o que já fiz muito sobre angústia. Sabe quantas vezes por dia tenho que repetir para meus alunos que "um estudante do ensino médio no século XXI não chama criança de infante"!!!! É cansativo, e parece inútil: a redação do ENEM é um prejuÃzo para o ensino/aprendizagem do verdadeiro trabalho com um texto.
Parabéns, professora Keula! Acabou de limitar a intelectualidade dos seus alunos à idade. Estudante de 17/18 anos não pode ler? Não pode ter amplo nÃvel vocabular? Quanta arrogância de sua parte, queres é manter o "nÃvel alto" apenas preso a quem concluiu a etapa acadêmica superior. Parabéns!
Excelente texto,principalmente de lembrar do velho Graça,que escapou dessa angústia.E escreveu Angústia.
Devia ter nos poupado do “ assenhorar” ...argh !
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