Opinião > As mulheres e a 'realpolitik' Voltar
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[1] PrezadÃssima Karim, que movimento interessante, de coragem, bacana. Me espanta a ausência de debate aqui ao rés da página, cadê? Pode ser uma pista de que a abordagem "de luta" talvez não dê o necessário Ibope para a mudança - eu confesso que não me sinto totalmente confortável com ela. Tenho repulsa à idéia de que mulheres, no enfrentamento das questões sócio-culturais relativas ao gênero, se igualem aos homens naquilo que eles tem de bocó, de desmerecedor [continua em 2]
[8 e chega, pelo Jesus da Goiabeira...]... e repleta daquilo que um velhote cientista norte-americano, Albert Bandura, ainda vivo, chamou de *Agência*, a influência autodeterminada em seus cursos de vida. Já deu pano pra manga a questão, real, da assimetria de poder dos diferentes gêneros, chega. Tá na hora de falarmos de espécie: que tipo de humanos queremos ser? Queremos ser do tipo que discute gênero ou do tipo que avança e discute humanidade? A escolha é nossa.
[7] ...e não mede consequências humanas, concretas, à vida de meus concidadãos. Isso vale para mulheres e homens. Mulheres podem constituir realidades opacas e injustas, não somente homens, se não superarem estas dimensões limitadoras da experiência de vida. Podem oprimir seus maridos, suas amigas, vizinhas, primas e filhas. Finalizando: mulheres e homens têm que se construir protagonistas de uma existência lÃmpida, igualitária, livre e libertadora, sem amarras de gênero e com [cont. em 8]
[6] ...dia a dia me parece a única saÃda para rechaçar o que o bozonarismo e congêneres têm como sua principal arma, a ausência de autoreflexão substituÃda pela torção dos afetos em favor de uma posição de raiva sustentada pelo poder temporariamente em mãos daqueles tão frustrados quanto. O "outro" é desigualmente desumanizado, pode - e deve - ser vÃtima de destruição, por se contrapor ao meu desejo que não é medido em relação ao conjunto, não deve ter freios ético-polÃticos, [cont. em 7...]
[5] ...importa o exercÃcio profundo da auto e hétero crÃtica, que desmascare nossa posição masculina de poder, e a feminina, de "despoder". Deve haver crÃtica qualificada a esta minha posição menos centrada no gênero e mais focada no micropoder cotidiano, ao rés do chão, relativo a qualquer escolha de gênero, de respeito genérico (e empoderamento) dos indivÃduos e de "defesa e responsabilização" de suas opções/escolhas. O exercÃcio polÃtico do dia-a-dia [cont. 6 e última!]
[4] ...aceitarmos bovinamente definições do que se deve fazer, do que se deve desejar, do significado de viver, conviver, trabalhar, procriar etc. As molheres não delegam escolha de governantes: elas e nós, homens, delegamos a definição de nossos *mindsets*, dos modelos mentais que regem nossas vidas. Não aprendemos a crÃtica generalista de nós, de nossas escolhas e nossos atos. Essa ignorância leva a homens, bater, a mulheres, aceitar. Ao romper com isso, parece-me que importa [cont. em 5]
[3] ...peso e idêntica oportunidade - e obrigatoriedade, aliás. Na minha humilde posição de observador, parece-me que o fundamental é a delegação da *definição do papel polÃtico-existencial cotidiano* - só parece metido, não é. Nós, mulheres e homens "comuns" - chego lá - não assumimos um protagonismo necessário nas micro-escolhas da vida que nos botem como controladores do entorno mais amplo, *Não somos educados pra isso*, o somos para, bovinamente, aceitarmos [cont. em 4]
[2] ... de desmerecedor; eu diria até, cuidado para que não se tornem vis como nós. Veja, não sou bobo e não estou confundindo isso com "feminilidade" ou "masculinidade", muito menos dizendo que não há mulheres femininas e vis, porque as há. Pega-me no fÃgado a frase "Chega de delegar aos homens o papel de escolher nossos governantes". Isso não é feito, decididamente, porque a nossa parca democracia, nisso, funciona: tanto mulheres quanto homens votam, com idêntico peso [cont. em 3]
Encontro com Onix Lorenzone e Osmar Terra so pode ser em um movimento de extrema direita.
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