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Como já há reflexão polÃtica no artigo e nos comentários, vou pela via hepática: engulha-me ver esses cabras de poder jogar um xadrez que serve somente à alta grana; na verdade, o mal-estar é que o jogo é travestido de democracia, enquanto sua substância é só marketing. Não à toa, várias vezes, ao ler "plebiscitária", meus cansados miolos traduziram a palavra por "publicitária", no joke. Fiquei indo e voltando, como o premiê ou o nosso Presida, felizmente com consequências Ãnfimas.
O Bozo é muito medÃocre para ser comparado ao mais medÃocre dos populistas europeus.
O resumo é: votaram no Brexit, muitos descobriram que pode dar muito prejuÃzo, foram negociar a saÃda em respeito ao plebiscito. Os radicais de direita não aceitam negociar, se der prejuÃzo deu, visão existente também no Brasil, destrói tudo se precisar. Outro plebiscito é preciso, e se der Brexit sem acordo, o Reino Unido pode se dissolve, Irlanda e Escócia podem preferir negociar direto com a União Europeia.
Na semana passada faleceu o sociólogo Immanuel Wallerstein, fato convenientemente ignorado pela grande imprensa. Ele alertava para a crise estrutural do capitalismo, iniciada no inÃcio da década se 70 do século XX. Esta crise levaria a uma bifurcação no sistema: ou o sistema penderia para um lado, mais igualitário, ou para outro lado, mais autoritário. O que estamos vivendo, o avanço mundial do nacional-populismo, é sinal que o sistema está caminhando para o autoritarismo.
Prezado Said, você sugere alguma leitura introdutória do autor? Algo que leigo com miolos possa tirar proveito. Obrigado!
O Parlamento tem derrubado todas as tentativas de acordo (que afinal dependem do outro lado) e ao mesmo tempo impede qualquer saÃda sem acordo. O fato é que a maioria dos parlamentares estão contra a decisão do plebiscito, mas não podem contestá-lo diretamente.
*Falou tudo*
O desenvolvimento capitalista sempre visa o domÃnio de um mercado relevante. É algo que implica em competição e virilidade, em seus vários aspectos. Esse princÃpio inerente ao sistema é que alavanca os anacronismos sociais, machismo, violência doméstica, misoginia, xenofobia nacionalista. O socialismo em termos marxista, sociedade sem classes, porém tornou-se quimérico. Resta a social-democracia que parece acordar em Portugal e agora Itália, esperamos inaugure uma nova era de paz e prosperidade.
Eita, senhores, obrigado. Discussão de substância, que alimenta. Uma consideração daqui do rés-do-chão: Portugal, cinco anos atrás, era um amontoado de raiva e ressentimento popular, perceptÃvel aos olhos, ouvidos e até à pele. Como sua Geringonça social-democrata amainou a fome, "paz e prosperidade" se fazem visÃveis no horizonte. Estamos um amontoado semelhante, mas ao invés de Geringonça, EstropÃcio. Qual caminho possÃvel, novas agremiações? Pessoas especÃficas? Jesus da Goiabeira, acuda.
Antes o perÃodo de paz e prosperidade, foram as décadas de 40 a 80 vintecentista com o New Deal americano e Social Democracia europeia.
Ótimo comentário Marcos. Mas parece que independente da Infraestrutura, da qual Marx se ocupou na análise materialista, opondo Trabalho e Capital, também a Superestrutura frequentemente condiciona os conflitos, como os nacionalismos e doutrinas de Segurança Nacional que levaram à I Guerra Mundial. Assistimos isso há pouco mais de mera semana na defesa pueril da Soberania da Amazônia. Como um cachorro que urina para marcar o território do poste que ninguém disputa. É antropológico e atávico.
Curioso, que mais que Direita vs Esquerda, o que mais bloqueia o avanço para longe dos nacionalismos e populismos, é Esquerda vs Esquerda. Basta ver a terra arrasada que o KPD, Partido Comunista via Comintern fez na Social Democracia Alemã, aliando-se aos nazistas. A palavra de ordem de Ossip Piatnitsky, tesoureiro do Comintern em 1930: - É preciso arrancar as massas à Social Democracia. - Como a relação PT vs PSDB que em lugar de uma composição cÃvica, cortejaram o fisiologismo dos grotões.
Marx dizia que as contradições fariam a sociedade avançar e Hegel dizia que a história não vai só pra frente, vai pra trás também, talvez vizualizando a proclamação de Bonaparte como Imperador, voltando aos tempos romanos. No século XX tivemos o nazi-facismo, agora temos o personalismo populista. Ambos agudizam preconceitos, machismo, xenofobia nacionalista, misoginia. Esperamos que não deflagre novo conflito mundial, que poderá ser o último. Espero que o último seja o do século XX.
A história mundial recente vem dando razão tanto à Hegel, quanto à Marx. Após a queda do muro de Berlin, o pensamento liberal, mais que a economia, moldaram a nossa cilização. Mas o desenvolvimento capitalista acirra as contradições e favorece a volta de velhos anacronismo. Marx dizia que as contradições fariam a sociedade avançar e Hegel dizia que a história não vai só pra frente, vai pra trás também, talvez vizualizando a proclamação de Bonaparte como Imperador, voltando aos tempos romanos.
Os corpúsculos de direita conversam entre si e trocam receitas. Bolsonaro gostaria de fazer plebiscito aqui. Barroso, do STF já atua de forma plebiscitária: vota no que o povo pensa. Ou no que ele acha que pensa.
O problema de analisar um povo pelo estereotipo é que é preciso simplificar a pessoa ao ponto de ter que desumaniza-la. O Inglês de guarda chuva debaixo do braço e chapéu de côco só existe no imaginário popular. E fala quem trabalhou com eles por quase três décadas. Como dizia a Joan Collins, ser Inglês de verdade é não se levar à sério, ainda que os outros insistam faze-lo. O verdadeiro Inglês está entre o Quentin Crisp e o Benny Hill.
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