No desgoverno da balbúrdia, a única certeza é que haverá inúmeros recuos.

Agora o Brasil vai, vai pro buraco.

CPMF é a famosa Contribuição Para Mais Fome, pois vai incidir em cascata até sobre produtos básicos e ainda prejudica a competitividade das exportações . É partir para o expediente cômodo de arrecadar sem pensar muito na justiça fiscal, sem respeitar o instituto da capacidade contributiva. Um imposto justo deveria partir sobre as grandes fortunas, amealhados por anos de sonegação, desonerações e renúncias fiscais.

Em voo solo, direto da fama de Chicago's Kid, Guedes se vendeu ao candidato a candidato Huck, como proprietário de um baú recheado com magistrais soluções fiscais. Com a saída de Huck do páreo, foi revendido a Bolsonaro, militar estatista, que como os índios Bororó teve de ser catequizado em liberal por Guedes. Crescendo a candidatura, cresceu Guedes, a Posto Ipiranga promovido, pelo Bororo aliviado por ter quem falasse em números. Mesmo com a tampa fechada, o baú já refulgia antevendo maravil

Vitória do candidato. A mera luz das promessas no baú contidas iluminava com seu fulgor imaginado o quarto escuro. Posse do vitorioso e do super ministro. Festa no arraiá dos empresários e da imprensa. Agora vai, agora decolamos.

Fechou janeiro, março e abril, fechou o semestre e vai fechar o ano, e o que o homem da cobra, popular figura que animava as estações rodovíárias do interior tirou do ansiado baú? O feto amanhecido e murcho, filhote de uma CPMF há muito morta e enterrada. Nada mais. Ou o Congresso faz a sua Reforma Tributária decente, ou a indecente desorganização na tribo Bororó permanece.

Até o momento a equipe do Ministro da Economia mostrou uma capacidade operacional muito reduzida. E nada é pior do que a forma como a equipe tem tratado da questão tributária. Há ideologia demais e pragmatismo de menos, como, aliás, é a regra desse governo.