Samuel Pessoa > Em 'Bacurau', o inferno são os outros Voltar
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Acho que Samuel Pessoa não entendeu o filme. Como o colunista é uma brasileiro que, como alguns dos personagens do filme, se associou aos americanos na espoliação do Brasil, ele desconhece a realidade dos pobres da nação, desconhece a teologia da libertação e as CEBs e não entende nada de cinema. O filme é uma alegoria e retrata bem os tempos sombrios de extrema direita no poder, da subserviência aos americanos e da violência pura e simples como polÃtica, a destruição como diretriz de governo.
O que me surpreende não é a cegueira inconteste da esquerda. Mas a complacência da crÃtica com a turma do MDB, PP, PSDB, etc., que eu os chamo de profissionais da polÃtica. Sempre tiveram no comando, roubando e nada, absolutamente nada, acontece com esta gente. Paulo Maluf deve ser o grande exemplo a ser seguido. No final, os processos são empurrados para os fundos de gavetas do STF ou, então, protelados até o "injuriado" completar idade que o protejerá da cadeia. Por que não falamos disso?
Ao criticar Bacurau, o autor conseguiu inserir: teologia da prosperidade vs teologia da libertação; liberalismo vs teoria da dependência; sociedade tradicional vs sociedade contemporânea em seu pluralismo... o final, uau! Venezuela!!! De duas uma: ou ele se dedica à economia e abdica da crÃtica cultural, ou faz esta - e estuda bastante, mas bastante mesmo -, e abandona aquela. Misturar as duas fez mal para seu texto e não diz qualquer coisa relevante do filme.
Comecei a ler com curiosidade o artigo , mas a quarta parte final é patética ! RÃdicula mesmo. Não dá pra levar a sério.
Resumo da Ópera: Fernandinho Beira Mar será o nosso 'Che' MacunaÃma! Rararaaaaaaaaaaaaááááá!
Assisti ao filme semana passada, entendi algumas coisas no filme e outras não... mas, uma coisa é certa, o filme nada tem haver com as CEB... pelo contrário, a Igreja em Bacurau estava desativada... ao fim, me pareceu um filme apenas no qual o povo pobre se defende de uma matança...
Que coluna caquetica Samuel. Já não basta as bobagens que falou nos últimos anos. Você acha que tá numa igreja? Demétrio idem. RidÃculo
Talvez a esquerda possa ter seus anacronismos, mas como os neoliberais não conseguem olhar a realidade senão a partir do dinheiro, do consumo. O mundo ocidental é marcadamente capitalista e, convenhamos, é um desastre para a maioria. O filme é sobre a necropolitica.
Em primeiro lugar, Bacurau é ficção, e como tal, brilha no cenário de filmes "telenovela" da globo. Em segundo, tem muito Brasil no filme, mas seria muita ingenuidade acreditar que uma pelÃcula de duas horas equacionaria um paÃs de 200 milhões de habitantes e dimensões continentais.
Bang-bangs em geral tem mocinhos e bandidos, são apenas bom entretenimento antes de mais nada, e neste caso, um puro sangue brasileiro nordestino muito bacana. Porém, como estética ampliada, alimenta a alma com o mito do bom combate entre o idealismo (exacerbado, senão não é estética) e a maldade (idem). Por fim, mesmo como reflexão sobre a sociedade, tem certeza, Samuel, que, assim como The Handmaid's Tail, o filme não descreve (esteticamente) bem fundamentalismo religioso e a extrema-direita?
"A sociedade não tolera o polÃtico local. Da elite branca, vive no municÃpio vizinho e só aparece em momentos de eleição". Mas o polÃtico ganhava eleições, ou era um ditador? O filminho-propaganda se cala, assim como na questão de como pagar as contas.
Ainda bem que Samuel Pessoa publicou este comentário, assim nao me dou o trabalho de ver este filme, fruto dos mesmos ideais dos que glorificam Venezuela e Cuba.
Dá uma chance. O filme é divertido e prende como qualquer Tarantino.
O colunista ignora o momento atual nas igrejas evangélicas. Sem a riqueza na terra que a crise provocou, invocam o Deus da guerra e estão a dizer que Deus vai matar os infiéis como na BÃblia. Os infiéis de hoje são os opositores do presidente, qualquer um. Até moderados declaram que Deus também é de guerra.
Se isto que você diz é verdade e baseado em fatos, então a situação é pior e o paÃs está perdido. Se evangélicos se radicalizarem como muçulmanos (creio que já estão, basta os pastores darem os comandos certos) pode haver eliminação de uma parte da população pela outra. O nazismo teocrático.
Sempre elegante, Samuel Pessoa lembra que a esquerda ainda vive com a cabeça na época da Guerra Fria. Azar dela.
A análise de Samuel Pessoa parece Fukuyama aggiornado: o fim da historia e a vitória do capitalismo teria como principais protagonistas as igrejas evangélicas. Será que a humanidade vai continuar eternamente por ese caminho? Duvido e junto com Bacurau proponho: vamos torcer para que não, que os gringos e os ricos locais não sejam nossos donos para sempre!
Interpretei o filme como uma representação da resistência de uma comunidade a' violência imposta por invasores. O alerta já tinha sido feito na placa logo na entrada da cidade: "Se for, vá em paz".
O filme é muito interessante e induz à reflexão. Gostei bastante.
Acho que o Sr. Samuel Pessoa não entendeu o realismo fantástico de Bacurau. E se a salvação está nos "cambistas que vendem ingressos para o Paraiso", estamos perdidos. Ah, Sr. Samuel, e a Revolução virá sim, mais cedo ou mais tarde os Bacuraus dessa nação de escravos vão acordar...
Discordo da análise do cronista. O filme reproduz muitas situações pelas quais o povo brasileiro vive, especialmente o nordestino: pobreza, abandono pelo poder público, exploração e desprezo por pessoas de regiões brasileiras mais ricas. Nesta questão também é colocada o desprezo dos norte americanos caçadores pelos brasileiros, objetos de caça. O ponto alto do filme é a reação dos nordestinos da cidadezinha pobre que estão sendo caçados e mortos. Se organizar e reagir contra a opressão.
retificando, "colocado o desprezo dos norte americanos pelos brasileiros, meros objetos de caça"
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