Hélio Schwartsman > O mal do século Voltar
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O problema é que agressões à mulheres são culturais. Um homem que agride a mulher é um criminoso e deve ser preso, para proteger a sociedade como um todo, não apenas a mulher. Pense em um homicÃdio; só deveria ser punido se os familiares da vitima reclamassem?
Mas há algo parecido que ainda continua existindo: se houver um processo com base na lei Maria da Penha, o autor de uma agressão, por exemplo, é punido, mesmo que a vÃtima se manifeste de forma contrária, desistindo do processo. Isso também viola a autonomia das pessoas, apesar de estar na súmula 542 do STJ, sendo também o entendimento do STF.
"Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei. Não creio que ele tenha muita ideia do que fez, mas agradeço." Eis, na minha opinião, a crÃtica perfeita a esse governo: humor, ironia, e por vezes escárnio puro e simples. Obrigado, obrigado, obrigado.
Creio que o dispositivo da lei foi criado justamente para que a notificação chegasse ao sistema judicial (polÃcia, tribunais, prisões), pois sabemos que os dados sobre violência contra a mulher são mais fidedignos no sistema de saúde. No entanto, sabemos que a mulher deixa de prestar queixa por se sentir ameaçada por eventuais represálias do algoz, por temor de desacreditaram seu relato, por ter de reviver a violência a cada vez que conta o fato, e isso tudo é muito difÃcil de enfrentar.
Maria José, como sempre, a realidade é sempre mais cheia de filigranas, e a corda acaba arrebentando pro lado mais fraco, no caso, a mulher. Você tem razão: o médico pode nem sequer associar o hematoma com uma violência. Podemos muito bem afirmar: os casos de violência são maiores do que os dados captados pelo sistema de saúde.
Infelizmente, Paloma, nem sempre é assim. A vÃtima, muitas vezes por se sentir fragilizada pra mudar a situação, esconde de toda a famÃlia, até que o pior aconteça. Acompanhei uma pessoa muito próxima que foi espancada, sofreu aborto, e a famÃlia só tomou conhecimento e fez o B.O., depois que uma tia notou os hematomas. O médico que a atendeu não notou, tratou o aborto como intercorrencia fisiológica.
Por isso, sou favorável à s posições do Hélio e da Mariliz, a de não tornar obrigatória a notificação do crime a' polÃcia pelo sistema de saúde. A mulher pode dispor de outros recursos para fazer frente a' violência sofrida: os cuidados médicos e também psicológicos, afastar-se do agressor. Esse assunto é muito delicado, e uma lei obrigando a notificação pode ferir ainda mais a mulher. Cada uma deve saber o que é melhor pra si.
Bingo, na mosca Schwartsman bem colocado e bem analisado, o estado não tem que se meter em tudo como também não tem de ser omisso. Quanto ao nosso presidente, prefiro não vituperar.
Parte-se do princÃpio de que a mulher é dona absoluta da verdade, devendo-se assinar em baixo em relação a tudo o que ela relata? A possibilidade dela mentir, exagerar ou fantasiar, seja por transtornos mentais, seja por algum interesse embutido não deve ser levada em conta?
Denúncia não é condenação. Nestes, como em todos os casos, deve-se assegurar o contraditorio e a defesa. O que não se pode é fechar os olhos para os números vergonhosos de violencia contra a mulher e feminicÃdio. Leis e politicas piblicas devem se amparar em evidencias e números, e não em casos excepcionais.
A denúncia compulsória é importante porque a grande maioria dos contextos de agressão à mulher são silenciados. Toda a literatura sobre o tema reconhece esse fato. É um lugar comum na discussão. O agressor exerce sobre a vÃtima o poder fÃsico e simbólico de faze-la ocutar e não externalizar a situação, através da ameça de mais agressões e até de morte. Eis o mal que colunistas cometem ao comentar coisas e assuntos de qua não tem conhecimento. Talvez seja esse o mal do século!
De pleno acordo, meu caro Schawartzman. Nesse conflito de direitos, autonomia privada vs. integridade fÃsica, o primeiro deve prevalecer. Liberdades individuais só são passÃveis de serem suprimidas em situações de extrema gravidade, que atingem direta e concretamente o direito à vida. Nada mais.
Claro, a mulher tem o direito manter em segredo a agressão sofrida. Afinal, ela nem sofre pressão pra ficar calada e não externalizar a situação. "Liberdades individuais só são passÃveis de serem suprimidas em situações de extrema gravidade, que atingem direta e concretamente o direito à vida" - a ameaça de agressão ou morte por parte de um companheiro não é?!
...e pelo que sei, o Sr tem irmã e filha, né?
Se deve provavelmente ao fato de o Brasil ser hoje o 5° paÃs do mundo em feminicÃdio, Sr. Hélio.
A mulher atendida em hospital por ato de violência está fragilizada, com medo, muitas vezes com o próprio agressor a esperando . Por isto é importante toda a proteção que ela puder obter, do médico e da PolÃcia também!
Se aprovada não "pegaria". A relação de confiança médico x paciente é uma tradição forte. Ele (ou ela) deve insistir para a vÃtima registrar a queixa, mas não passar por cima de sua vontade.
Falar do que não se entende e sem fundamentação prático/teórica é nisso que dá...
Pois é, tanto exemplo pra ilustrar essa sanha de querer determinar a vida dos outros, o cara usa justamente a situação de violencia contra a mulher. Tanto recalcado por aà querendo ditar o comportamento alheio. Hoje talvez mais do que nunca. Mas o cara não perde a chance de criticar o feminismo! Na visão do colunista, está claro que a mulher tem o direito manter em segredo a agressão sofrida. Afinal, ela nem sofre pressão pra ficar calada e não externalizar a situação.
Em tempo: os males do Século são o ódio, a ignorância, a falta de empatia e a desigualdade social senhor Hélio!
Assim diz hipocritamente o colunista, q quer obrigar as pessoas a se aposentarem aos 65 anos, mesmo q uma aposentadoria aos 55 anos custe menos ao INSS, devido ao draconiano desconto pelo Fator Previdenciário. Já entre as liberdades q o colunista defende está a criação de clubes racistas, o que levaria naturalmente a um apartheid, pois muitos clubes são hoje pequenas cidades, incluindo escolas, cinemas, restaurantes, etc. , sem contar a possiblidade de eventos e torneios racistas...
Entendo seu argumento, Hélio. Mas confesso meu mal-estar com o termo "modalidade autoritária de feminismo". Mariliz tratou com mta competência do mesmo tema e não precisou fazer contorcionismos. Nunca me senti compelida a fazer o que quer que seja por essa "modalidade autoritária de feminismo". Por outro lado, conheço bem quais expectativas uma sociedade machista tem em relação às mulheres (quem não se lembra do "bela, recatada e do lar"?)
Ora, essa lei e um dos excessos de genero, ou de minorias, da legislação. Mas, de fato, o problema e muito maior. Ñ e mania atual impor vontades aos outros. A coisa chamada poder é isso: impor pela força a vontade de alguns sobre outros, mascarada pela vontade popular. E a democracia, q ñ e sistema de governo mas de limite ao poder, tentou limitar o poder. Foi subvertida, a partir de qdo foi criada chamando suas normas de lei. Deveriam se chamar ao inves de lei limite: limite 1, limite 2...
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