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Cloves Oliveira
Já participei da várias sessões de seleção e treinamento de "trainees" e realmente a ausência de negros nos grupos salta aos olhos. Mas acontece também nos setor público, onde supostamente o ingresso é por concurso. Pesquisa do PED no DF indicou que enquanto 30,9% dos não negros estão inseridos no ramo, apenas 18,4% da população negra ou parda do Distrito Federal trabalha nessa área. A discriminação existe, mas não é a única causa que inclui também a má preparação para o emprego.
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JONES DARI GOETTERT
Obrigado Cida Bento! Teu texto é nestes "tempos de cólera" um "ensaio sobre a lucidez" de como o racismo e o machismo em empresas e instituições se (re)produzem meio "sem querer". É fundamental que nós, brancas e brancos, atentemos para nossas percepções, concepções e práticas e, em (auto)crítica, como elas precisam assumir a lucidez necessária sobre questão tão presente. Observo ainda o racismo contra indígenas em diversos lugares do Brasil, que também deve ser ponto de nossas reflexões.
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Fernando Marques
Não adianta nada ter méritos se os RHs das Empresas excluem os negros de suas contratações. Dizer que não existe racismo no Brasil é tapar o sol com a peneira. Mesmo sendo formados por universidades federais de ponta, os negros sentem a exclusão dos empregos, sendo preteridos por brancos menos qualificados. A colunista tem razão e devemos expor esta ferida para que continuemos a demonstrar que estudar vale a pena e que os esforços por qualificações serão recompensados por uma inclusão justa.
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Fernanda Bastos
Importantíssimo um jornal como a Folha ter uma colunista da qualidade de Cida Bento, especialista há anos na pauta da diversidade. Seu texto tem como base experiências exitosas em organizações e em políticas públicas que buscam a igualdade, como as cotas. Gestores que ignoram o racismo e outras discriminações que geram desigualdade estão caminhando progressivamente para o passado e, portanto, levando sua organização para a falência.
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Flávio Rezende de Carvalho
Senhor Padilha, um defensor da meritocracia, ou seja, alguém que se guia pelo mérito, jamais se incomodaria com um chefe negro, amarelo ou azul, desde que o tal chefe tivesse méritos. Quem se incomoda com a cor das pessoas são racistas como o senhor e como todos os que defendem as políticas de diversidade. "Racistas do bem", mas ainda assim racistas.
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
Certo, Flávio! O correto é mesmo a exclusão total, principalmente se com isso afastar competidores indesejados que agora tem oportunidade para exibir a sua meritocracia. Imagine o incômodo e o inconformismo de alguém que de repente tem que se reportar a um chefe negro, alguém antes confinado a serviços braçais e subalternos! Que humilhação para um meritocrata!
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Flávio Rezende de Carvalho
Eu vejo exatamente o contrário, senhora Fernanda. Essa pauta da diversidade está destruindo a universidade pública brasileira, criando grupos privados gigantescos que fornecem educação de baixa qualidade com dinheiro fácil do FIES e pior, impedindo que a prioridade dos investimentos se concentre na universalização do ensino fundamental.
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Iago M Zulu
Não conheço nenhuma história de sucesso que não seja baseada na meritocracia.
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
Se faz ou é mesmo? A meritocracia é a muleta dos racistas e dos patifes, ela desconsidera que alguém pode ter chegado onde chegou devido ao seu ponto de partida, que lhe permitiu estudar nas melhores escolas, contar com um ambiente familiar melhor qualificado do ponto de vista educacional, contar com relações sociais de classe que o inserem mais facilmente no mercado, ter maiores melhores oportunidades culturais e por aí vai. Deu pra entender? Precisa de desenho?
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ANDRE BARRETO
Então vc não conhece nada. A ideologia meritocrática esconde toda uma herança que nada tem de meritória, exatamente porque foi herdada e o sujeito computa como mérito dele.
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Flávio Rezende de Carvalho
A colunista defende a pauta da diversidade, que pode ser traduzida como o direito de todos serem igualmente diferentes. Isso leva a ações afirmativas e à rejeição da meritocracia, tida como injusta. É um bom caminho para o subdesenvolvimento sustentável. A alternativa é tornar todos diferentemente iguais através de um maciço investimento no ensino fundamental. Sintomático que os governos que adotaram a pauta da diversidade nada tenham feito pelo ensino fundamental universal.
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Flávio Rezende de Carvalho
Senhor Padilha, sim o ensino fundamental já é universal - graças ao ministro Paulo Renato, do governo FHC - mas não melhorou desde então e talvez tenha até piorado. Tudo que o senhor mencionou é verdade, mas não desmente o fato de que o ensino fundamental de qualidade para todos é o melhor caminho para o desenvolvimento e para o fim da desigualdade.
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
O nosso ensino fundamental há é universal, praticamente não há mais criança fora da escola. Contudo a qualidade é que é insatisfatória e por si só há coloca os seus em desvantagem, fora os demais aspectos envolvidos. Como é sabido, o ambiente familiar tem impacto crucial no aprendizado, que se dirá das condições sócio econômicas, o que certamente impactara nas oportunidades da vida profissional, ou você acha que o circulardes relações não influi nas suas perspectivas de sucesso e de colocação?
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
É óbvio que alguém tão qualificado intelectualmente quanto você têm capacidade para compreender isso! Ou não?
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JOSE PADILHA SIQUEIRA NETO
Se faz ou é mesmo? Ninguém rejeita a meritocracia apenas a colocamos em perspectiva. O que pode ter levado indivíduo a estar onde esta pode não ser apenas o seu esforço ou talento individual mas as oportunidades que teve, as condições e relações que desfrutou em razão da sua classe social, das condições familiares inerentes, etc, em contraposição a um fracassado que partiu de condições absolutamente adversas e não pode desenvolver o seu potencial.
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