Djamila Ribeiro > A solidão institucional Voltar
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Dureza, neste tempos de crise em que vive o paÃs, ler esses textos de pretos e pretas, mulatos e mulatas, morenos e morenas, etc, tentando transplantar o problema racial dos Estados Unidos , onde se é branco ou se é negro, não há moreninhos, escurinhos, pretões, etc como classificamos no paÃs diferentemente do que desejam nossos racialistas Tenho lá minha percentual de negritude,mulato, mas não dou aos racialistas o direito de falar por mim. No futuro, todos seremos mulatos
Ainda não caiu a ficha Dalmo?
A questão não é essa das gradações, Dalmo. O racismo dá sempre seu jeito de marcar. Dar voz, representatividade e humanidade era urgente há séculos. Deixou de ser urgente há muito tempo, agora é dÃvida histórica: cumpra-se.
Até os meus 20 poucos anos fui desligado dessas questões raciais, embora muitas vezes ter percebido comportamentos estranhos de certas pessoas, inclusive do meu cÃrculo social. Hoje sou totalmente consciente e como pai acredito que preciso criar meus filhos de uma forma q enxerguem quem realmente são. Eu acho q a conscientização fortalece a nossa luta e agradeço a Djamila e a outros dos nossos por "abrir os meus olhos e de tantos outros". Por um futuro melhor para as próximas gerações!!
Que belo texto, emocionante. Lembrei de uma situação em que eu, já adulta, presenciei em uma sala de aula. As crianças brancas (e uma profa) discutiam sobre racismo, enqto as duas crianças negras da sala estavam de cabeça baixa, constrangidas pelos relatos. Foi quando uma das crianças brancas disse: "Temos que parar de falar disso, a gente não precisa falar disso". E a prof respondeu: "não, temos que falar!". Fez me lembrar da infância na escola, qdo eu só queria q aquela conversa acabasse...
Djamila em sua "narrativa' sobre a condição da "mulher negra" no Brasil menciona a omissão do Estado. Acredito que nós brasileiros desconhecemos o conceito de Estado e desconhecemos seu papel. É preciso que o cidadão saiba quais as obrigações do Estado para com o cidadão para então entender o significado da omissão relatada por Djamila. Tarefas complexas que envolvem a desconstrução da imagem mentirosa que nos faz acreditar que o povo brasileiro é um povo feliz.
É de cortar o coração, mas os negros têm que se impor. É o único jeito. O racismo é, na imensa maioria das vezes, covarde, não resite à assertividade. E acho que empregada doméstica é uma profissão que simplesmente tem que acabar. Por insistência de outros membros da famÃlia, tenho que conviver com uma empregada. Ela recusa sistematicamente os convites para sentar na mesa com a famÃlia, por exemplo. Não se impõe, não quer se impor e acha que está recebendo um favor ao ser tratada com dignidade.
Parabéns à Folha por me dar oportunidade de conhecer um pouco da Djamila. Já tinha ouvido falar dela, mas nunca lido. Uma das melhores colunas do jornal, sem dúvida
Sempre leio seus textos, aqui e em outros lugares, mas esse desculpe-me, foi talvez o que mais tocou minha chaga aberta, como diria Murilo Mendes, texto pujante, pungente, mas realista. E quem sabe no mesmo sentido desse tipo de solidão, mas de outra forma, vi publicado que Conceição Evaristo será homenageada no 61º Prêmio Jabuti. Por quê não indicada ou premiada? Essa homenagem não seria apenas mais um quartinho, um elevador de serviços, um casaco usado?
Muito bom, como sempre! Adoro ler sua coluna.
Djamila, seus textos são um farol. Pesquiso os pentecostalismos e nas igrejas pentecostais periféricas bem como nos terreiros - onde mais existem mulheres negras? - essas mulheres não são apenas a"tia do café", mas lá elas tem nome, ação e poder. Elas pregam, cantam, dirigem os conjuntos, etc. Nas igrejas, como nos terreiros, elas podem até não ter titulação eclesiástica, mas tem muito "poder simbólico". É pouco? É. Ainda é pouco. Mas também uma conquista.
Fortissimo! Sem palavras!
Suas colunas valem a assinatura. Obrigado por semanalmente instigar em mim um olhar mais atento a universos tão diferentes dos meus.
Sim, Gabriel! Faço minhas as suas palavras!
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