Educação > Candidatos a professor têm notas abaixo da média do país Voltar
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Já faz tempos, provavelmente meio século, que esta situação se tornou um cÃrculo vicioso, pois faço parte dela há 37 anos, quando cursava Engenharia e "virei" professor quebra-galho do estado de MG. Posteriormente, fiz uma Licenciatura em História numa faculdade de "final de semana" na belÃssima cidade do Ruy Castro e do Ziraldo, dizem que do Agnaldo Timóteo também. Só produz qualidade quem tem qualidade.
Baixa remuneração, ambientes de trabalho estressantes, falta de estrutura mÃnima, carência em sistemas efetivos de aperfeiçoamento e capacitação, desvalorização completa do profissional, baixÃssima participação familiar, má gestão de recursos, carência de materiais de sala, etc. É possÃvel elencar uma centena de problemas na estrutura educacional brasileira. Além disso, um profissional com boa formação (mestrado ou doutorado) dificilmente prestará concurso para ensino básico (a não ser Federal).
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Óbvio, a carreira não é nada atrativa para os jovens e a cada dia piora. A diminuição da quantidade de alunos, seria uma grande oportunidade para as redes de ensino diminuÃrem a quantidade de alunos por turma, isso sim, geraria uma grande mudança na qualidade do ensino, não a diminuição na quantidade de professores.
O tÃtulo da matéria poderia ser: "Professor tem salário abaixo da média no Brasil".
Pouca gente quer enterrar o próprio potencial em uma carreira sem perspectiva. Os alunos com melhor desempenho são encaminhados desde cedo para as carreiras que pagam mais. Só a verdade.
O que querem? Um milagre? Oferecem um salario de M por um trabalho exaustivo e estressante, sem reconhecimento algum da sociedade, aturando mal criação dos filhos dos outros e acham que vai aparecer quem para fazer concurso? Os melhores? As melhores notas? Sinto muito, os melhores querem ser tudo, menos professor.
Em contrapartida a toda desvalorização da educação em todos os sentidos, temos o Judiciário. Era para escandalizar. Mas quem tem a coragem de tornar público as gratificações de servidores com nÃvel médio (pelo menos é o exigido para ser servidor técnico). Em suma, um servidor técnico ganha coisa pouca, apenas aproximadamente R$ 12.000,00 por mês; isso no mesmo estado que não tem dinheiro para pagar fornecedor, melhorar salário de professor e etc. Brasil é isso. Incoerência. Cinismo. Hipocrisia.
Melhorem os salários; gratifiquem os professores com titulações e formações extras (aqui no meu estado, tanto faz o professor ser doutor quanto ser graduado, o valor a receber é o mesmo - e dê graças a deus; por isso mesmo é o pior estado do Brasil em Ãndices na educação); sem gratificação por titulação, a meu ver, o mÃnimo, os professores serão apenas cuidadores de adolescentes enquanto os pais vão trabalhar, e não têm com quem deixá-los.
Querem mudar os números da educação brasileira? Não forcem os professores serem operários da educação. Eles passam a ser operários quando não têm mais tempo de estudar, de refletir sobre o próprio fazer, planejar aulas e etc. Você acredita mesmo que um professor que sai de casa às 6h da manhã, almoça fora de casa (isso se tiver como tomar um banho durante o dia), chega em casa por volta das 18h30m, terá tempo de planejar aula, ler, fazer cursos e melhorar a própria formação? Complicado...
Foi preciso fazer uma pesquisa para identificar o problema?! Sério?! Gente, a lógica é simples, pelo menos a meu ver. O perfil de aluno de pedagogia ou das licenciaturas é do tipo fraco em leitura, escrita e reflexão. Esse mesmo aluno das licenciaturas ou pedagogia estudou na escola pública de base. Isso mesmo: aquela que remunera de forma ridÃcula os professores. Ou seja, quem vai ser professor, em geral, é por não conseguir ser um juiz ou promotor, auditor fiscal ou delegado de polÃcia.
A desvalorização da educação começa aÃ, em qualquer esquina abrem-se cursos de pedagogia sem a menor preocupação com a qualidade. O valor cobrado pelo curso é o menor, pois, é reflexo do investimento dado pela instituição. Parece até intencional, essa massa de "profissionais" vai lecionar para a própria massa sem saber instigar os alunos ao conhecimento ou mesmo a reflexão crÃtica.
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