Ilustríssima > Se Elizabeth Bishop fosse Adélia Prado ou Rachel de Queiroz Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Realmente, aquela matéria do Mais sobre Bishop foi sensacional. Mas a Senhora para defender aquela grande poeta americana do norte não precisava arrumar outra gritaria para defenestrar nossas escritorazinhas americanas do Sul, Adélia e Rachel. E Bishop não viveu em Mariana, calma! A Senhora sabe disso, a casa em que ela morou, e ainda está lá em Ouro Preto, é que se chama Mariana, em homenagem à sua gurú, Marianne More. Vivemos um tempo de apoesia?
Comentei semana passada: ''O fato da Bishop ter apoiado o golpe de 64 está tendo mais destaque que o fato dela ser norte-americana. Eu não quero acreditar que o discurso por trás da ditadura seja o machismo e um ranço homofóbico. Racistas e outros apoiadores problemáticos já passaram por lá e não teve isso.'' Marilene, você é maravilhosa!
Muito bom artigo. Me fez refletir q, durante um periodo ,abominei Nelson Rodrigues por suas posicoes politicas. Após pensar um pouco , li quase toda a sua obra disponÃvel.
Ah, de acordo, vetar porque apoiou golpe de 64 é equivocado, no mÃnimo um anacronismo. No entanto, seria a primeira Flip com um autor que não escreveu em português, o que pode ser uma razão mais justa para isso. A não ser que se homenageiem também os tradutores!
Acho inaceitável que se deixe de respeitar o trabalho qualificado de uma pessoa por causa de suas preferências polÃticas. Um absurdo, mesmo. Quer dizer que a FLIP está dando razão ao mesmo tipo de pessoas que não aceitam as homenagens prestadas ao Chico Buarque ? Que intelectuais são esses ?
Gostei da defesa que Marilene fez às mulheres!
É necessário que fique claro que apesar da obra extensa e de qualidade, as posturas pessoais e polÃticas dela eram tenebrosas. O problema é que a homenagem nunca separa as dua coisas, então, sim, haveria pessoas com obras menores, mas com posturas melhores que formam um conjunto mais elogiável. Essa dissociação entre obra e pessoa é possÃvel apenas se uma obra é premiada e com limites. Suponham que Mein Kampf fosse uma grande obra literária e homenageassem o autor?
Nesse contexto (FLIP), a homenagem é sempre à obra. A vida dos autores é secundária, ou deveria ser. Senão fica difÃcil. Manuel Bandeira por exemplo também aceitou homenagem do Castelo Branco pelos seus 80 anos.
A ideia inicial do texto foi boa (uma esquerdista radical criticando o radicalismo de seus colegas de ideologia), porém a Marilene no meio deste se lembrou que tem uma estrelinha no coração e desancou a Adélia Prado por não santificar a Dilma, que poderia ser incompetente e incapaz para o cargo, mas nunca poderia ser criticada, ainda mais por uma outra mulher...
Bishop também é "elitista, alienada e branca". Ou não?
Ia dizer que realmente o Castelo Branco era um Liberal, que assume o poder prometendo devolver aos civis assim que possÃvel, que defende essa devolução até sua morte... Mas aà li que o PT está excusado da corrupção porque esta sempre foi endêmica no Brasil, e me deu preguiça. Folha sendo Folha.
Não consigo entender: quando a autora do texto foi censurada "pela esquerda" por suas opiniões? Não só não o foi, como a homenagem a Bishop se mantém, apesar das legÃtimas crÃticas. Censura é ato estatal, próprio de governos conservadores e fascistas, como o que a homenageada pela FLIP defendeu no Brasil - paÃs que menosprezava. E se fosse Rachel de Queiroz? Ora, não é. O debate tem de ser feito de acordo com as circunstâncias materiais, não suposições.
"...porque espaços de democracia devem acolher diversidade de visões sobre um mesmo fato." Mas ai de ti se criticares a escolha que ela apoia. Raios e trovões serão despejados sobre ti.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Ilustríssima > Se Elizabeth Bishop fosse Adélia Prado ou Rachel de Queiroz Voltar
Comente este texto