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Por se branco e homen o autor pode esperar pela gritaria ! Importante é que dentro da esquerda mesmo que timidamente, começa a surgir pessoas com o compromisso de botar o dedo na ferida e apontar as bobagens e abusos cometidos por esses grupos de ativistas fanáticos !
Sobre o artigo recordei-me da frase de um dos pais fundadores das modernas democracias ocidentais: “Sempre defendi vigorosamente o direito de todo homem à sua própria opinião, por mais diferente que ela possa ser da minha. Quem recusa esse direito a outrem torna-se escravo de sua própria opinião, já que se recusa ao direito de mudá-la”. Thomas Paine, A Era da Razão, 1794.
O texto mereceu bem maior número de comentários do que a média. SInal da onipresença do tema na vida pública e intelectual. É de se lamentar que as pessoas, hoje, estejam dispostas a matar ou morrer pelo tema das identidades, mas o mesmo deixou de ocorrer com a questão fundamental da opressão de classe ou com a perda da soberania nacional. Entrega do petróleo, privatização de estatais, reforma da previdência, PEC do Teto são assuntos que não têm o mesmo charme. Isso é marca de que o (continua)
Um outro ponto para complementar o comentário q fiz há pouco é q as mulheres negras sempre estiveram presentes nas grandes lutas por direitos no mundo, como o sufrágio universal. Nos EUA, as mulheres brancas abriram mão do direito de mulheres negras votarem para q elas pudessem votar (e homens negros). Ñ dar o devido valor aos movimentos identitários é hierarquizar opressões, é algumas serem + importantes q outras. Ñ se pode ter complacência, tá td integrado.
Caro Alvaro, um dos pilares mestres do feminismo negro é a não-hierarquização de opressões. Se acompanhar o trabalho de Angela Davis e outras feministas negras que a precederam e que vieram depois notará que tratam de interseccionalidade: raça, gênero e classe se intercruzam. Tb notará que fazem duras crÃticas ao capitalismo por manter regimes de opressão enquanto convém. É assim há quantos séculos na submissão de corpos negros, mulheres, Ãndios etc.?
pouco importa se existe miséria, fome, genocÃdio ou genocidas, desde que continuem dando suas civilizadas entrevistas e escrevendo em civilizados jornais golpistas.
Isso inclui o articulista, que encontra na crÃtica à esquerda e à direita a defesa de um lugar protegido na BelÃndia, onde, como em Pasárgada, o intelectual seja o amigo do rei e possa se entregar a solilóquios diletantes enquanto a plebe ignara se mata nas ruas para sustentar tais privilégios. O articulista defende tal privilégio sos de sua classe, de falarem livremente vomitando suas ideologias, mesmo que sejam fascistas estimuladores do fascismo, pois para este mundo de bem-pensantes, pouco i
tema do identitarismo, quando debatido à s custas da questão primordial da classe social, atende a interesses de uma classe média preta ou branca,feminina, masculina, gay, hétero ou trans, que, por oportunismo ou ignorância, fortalece os interesses da burguesia enquanto cava espaços individuais para si na corrida de ratos. Antigamente o inimigo era o banqueiro, o rentista ou o imperialista, que promoviam a miséria de todo um paÃs. Hoje, qualquer assalariado inócuo se torna o "inimigo".
O autor criticou o "lugar de fala" sem nenhuma referência do campo identitário. Isso é porque toda sua ideia não tem sentido lá. Por exemplo, o bordão de Simone de Beauvoir que afirma que "ninguém nasce mulher: torna-se mulher", contradiz sua crÃtica, pois a fundamentação do identitarismo sempre foi o social. Ou seja, o artigo constrói um espantalho para reforçar o preconceito sobre aqueles de denunciam os abusos cometidos pelos grupos dominantes.
E o discurso do homem branco também não é identitário? Ele, ao falar como suposta voz universal isenta, também não tem uma identidade? Acho muito interessante dizer que só os outros tem identidade, mas o homem branco não.
Denise, encontrei esse texto aqui na folha e ele explica bem o que quis dizer com meu comentário. O lugar de fala busca mostrar que todos temos experiências e perspectivas diferentes, não existindo uma isenção/universalidade acadêmica, que hoje é hegemonicamente masculina, branca e hétero. Com isso, o diálogo deve ser fomentado em que todos consigam ter espaço e voz. https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/07/lugar-de-fala-combate-um-universalismo-silenciador-diz-professora.shtml
Denise, vc caiu na arapuca do autor. Tivesse ele ido ao próprio conceito de lugar de fala, deixaria muito claro que há pessoas e movimentos "identitários", e aqueles que são contra, que usam o termo lugar de fala de forma errada. Logo, a disputa já nasce com vÃcio de origem. Ela fala de algo que não entende e isso foi um tiro no pé.
Perdão, mas onde você leu isso? Ele expressa mais de uma vez que toda ideia tem seu condicionamento e que esse condicionamento deve ser analisado. Então, obviamente, não toma a voz do homem branco como universal e isenta. O ponto do texto, contudo, é a sanha julgadora do 'identitarismo'. Que qualquer pessoa - do sexo feminino ou masculino, de cor branca ou preta - pode observar nos ambientes universitários e culturais brasileiros.
Adenilson, vc está circunscrito a uma crÃtica que parte de uma premissa errada que é o não entendimento do lugar de fala. Expliquei lá embaixo um pouco pra mostrar q o debate tá viciado.
O autor não falou nada sobre isso, muito pelo contrário, claramente existe crÃtica direta aos discursos ideológicos da direita branca, o aviso implÃcito no texto diz respeito obviamente à s novas construções e discursos ideológicos identitários baseados no contexto social da esquerda,que busca se legitimar não pela sua técnica ou retórica argumentativa, mas em sua "identidade", de indivÃduo ou "gregária" para disseminar discursos seletivos, travestidos de direitos.
Não poderia ser diferente do que se disse a visão de mundo através do umbigo do homem br@nco.
É muito cansativo ver, de um lado, uma claque repetindo com outras palavras o que o autor já escreveu, como se fosse preciso engrossar o coro para que ele pareça ter mais razão; de outro, "crÃticos" que se sentem ofendidos pela crÃtica e que atacam o autor ao invez de discutir com seus argumentos. O mundo está ficando muito chato e triste.
É interessante observar que um meio de manter essa demência coletiva de apoio incondicional à s opiniões que minorias têm sobre "opressores" (aspas aqui porque por qualquer discordância você passa a opressor, e não duvido que os radicais vão querer colocar Bolsonaro e Risério nessa mesma categoria) é agindo em várias frentes. Já viram defensores da polÃtica identitária em programas de TV? Parecem até ponderados e pacÃficos. Agora olhem os absurdos e a egomania que eles promovem nas redes sociais.
A paixão dos defensores da polÃtica identitária virou um culto. Sem nuances, seus adeptos creem que o estamos divididos entre opressores (alvos de "condenação inapelável") e oprimidos (romantizados pela "celebração irrestrita"). Sem nuances, por muito pouco você passa a opressor e é impedido de opinar "por não ser seu lugar de fala". Os cheios de ódio que promovem esses pacotes se tornam intocáveis: discordar deles é ser opressivo. Não há contraditório e vivemos a baixaria do "cala a boca".
Vou aguardar a réplica de Djamila Ribeiro e o adensamento do debate.
Humberto, vc só sabe do paradeiro dela, mas não das razões que a levam a esse paradeiro. É uma mostra de um pré-julgamento que só se sustenta por qualquer coisa outra que não conhecimento dos trabalhos dela.
Lilian, ela incomoda tanto o cotovelo de muita gente, né? Ela está em todas, no mainstream ou fora dele dando o recado, dando voz às mulheres em geral e às mulheres negras. Dando representatividade nos espaços onde negros são minoria. Especialmente no mainstream. Não sei porque tanto incômodo, inclusive por se conhecer tão pouco a trajetória dela e de tantas outras.
A Djamila está muito ocupada mandando "beijinhos de Paris" para aqueles que não conseguiram se inserir na sociedade mainstream como ela.
Se é q ela vai perder tempo com isso... O autor do texto deveria ter lido o livro dela antes de achar que entende o que é lugar de fala. Se realmente soubesse, cairia a ficha que caiu numa armadilha: grupos disputando sobre algo que não entenderam o conceito. É como ficarem discutindo se a bola é quadrada ou triangular.
Finalizando... Faltou ao autor, portanto, seguir o ele mesmo prega e, sociologicamente, tentar com alguma isenção compreender o fenômeno do identitarismo antes de julgá-lo.
Continuando... Logo, é cegueira, ignorância ou hipocrisia sociológica dizer-se a favor da diminuição da desigualdade social, sem reconhecer sua complexidade e o fato de que ela não deriva apenas da classe, sem reconhecer os elementos ligados a gênero e raça que também a promovem. É claro que excessos autoritários podem ocorrer na luta identitária e devem ser combatidos. Porém temo o autor generalize e, no final, proponha, democraticamente, que se cale o identitarismo (paradoxo?).
Os movimentos identitários surgiram dentro da luta pela diminuição das desigualdades sociais, historicamente ligada aos movimentos operários. Ocorre que ficou claro que a desigualdade social não é um fenômeno que distingue apenas classes desiguais, mas ocorre dentro mesmo destas. Por exemplo, um operário ganha geralmente melhor que uma operária e tem mais chances de ser promovido; trabalhadores loiros e de olhos azuis tem mais chance de galgar postos na empresa do que os negros. Continuo...
Em outras palavras, vc fala de interseccionalidade. Muito bem, Waldo. Esse deveria ser o nÃvel do debate.
É uma pena Maria, que a realidade contradiga seu argumento. Não sou ressentido, sou branco e de olhos claros, trabalho e ganho bem e, garanto, não há muitos "negróides" bem escolarizados ao meu lado. Onde você trabalha? Passárgada?
Temos uma economia altamente informal, absurdamente diferente do que é representado pelas núcleos organizacionais de grandes cidades; com a mão de obra industrial reduzida a um traço; e você fala em "operário" e "promoção". Além disso, qualquer negroide bem escolarizado ganhará muito mais que um loiro de olhos azuis. A despeito do seu ressentimento contra traços étnico-fenotÃpicos, não há piores e melhores pobres, como Fabiano, de Graciliano Ramos, retrata bem.
Escritor ñ entendeu bulhufas do q é "lugar de fala". Se lesse o livro da Djamila Ribeiro q responde o q é esse lugar, entenderia q é 1 fala q ñ é ouvida, é invisibilizada, como é a das pessoas negras, mulheres, pobres etc. na produção do conhecimento e da informação. É 1 conceito q se coloca p/ tb fazer parte do conjunto dos lugares de fala q já existem, é o contrário de excluir. Se ele a tivesse lido, teria visto q ela mesma critica a forma equivocada q alguns movimentos identitários entendem.
É de uma preguiça intelectual tremenda vir falar de um termo pela capa sem entender o seu conceito. Djamila separa extremamente bem lugar de fala de lugares individuais. Ela considera o lugar de fala as experiências comuns experimentadas pelas pessoas, algo que pode ser tb pensado em termos de classe: trabalhadores são individualmente diferentes, mas possuem experiências comuns de exploração, baixos salários, assédio etc. Realmente o antropólogo ñ fez uma simples lição de casa.
Continuando. São correntes polÃticas com caracterÃsticas particulares embora adotando eventualmente práticas comuns. Do mesmo modo não podemos dizer que todo vascaino é flamengo, pirque ambos jogam futebol.
Risério, me permito discordar de sua generalização ao criar o fascismo de esquerda. É algo como dizer que Hitler era comunista. Historicamente a violência e o radicalismo sempre existiram, AssÃrios, Vikings, cruzados e tantos outros adotaram estas práticas. Não iremos por isto dizer que os AssÃrios eram nazistas. Do mesmo modo por razões e fatos históricos não podemos dizer que a esquerda é fascista ou que os nazistas eram comunistas.
Celso, vc fala sem conhecimento de causa. Convido-o a ler o livro da Djamila Ribeiro chamado "O que é lugar de fala". Nele vc verá que o fio condutor que permeia o feminismo negro é democracia, é inclusão, é dar visibilidade a quem sempre esteve na margem, é somar potencialidades.
Fascismo de esquerda é falsificação histórica, a questão é: será que o identitarismo pode ser considerado de esquerda? Não será um movimento corporativo buscando inserção privilegiada no capitalismo? Assim sendo, se situa á direita, e portanto carrega a intolerância como bandeira e incorpora elementos tÃpicos do fascismo!
Fascismo de esquerda é falsificação histórica, s questão é: será que o identitarismo pode ser considerado de esquerda? Não será um movimento corporativo buscando inserção privilegiada no capitalismo? Assim sendo,
Excelente artigo e análise bastante inteligente. Os fascistas querem calar quem pensa diferente.
Realmente uma aula sobre o assunto. No campo acadêmico pode ter também um lado de reserva de mercado para grupos. Afinal cargos públicos são estáveis e cobiçados.
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