Opinião > É preciso recolocar a utopia Voltar
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Todos nossos problemas serão resolvidos por noz mesmos, se algo pode ser feito tem que ser com mais sacrifÃcios de toda sociedade, objetivamente podemos acabar coma profissão de polÃticos, ao assumir inicialmente camarás de vereadores cuja remuneração deveria ser de no máximo 5 salários mÃnimos, deputados estaduais até 7,5 SM para então estipularmos 10 SM para o cong nac, com o que nossos impostos poderiam ser bem reduzidos, esta é a utopia do pdsm.net.br
O Coringa de Todd Phillips é um paradigma dessa utopia individual de pessoas negativamente empoderadas? Solitários que perderam ou foram empurrados para fora do sonho coletivo? E se o Coringa não fosse branco?
Poderia parafrasear muita gente, como por exemplo: Minha utopia morreu e os meus amigos e inimigos continuam roubando a dos outros. Ou perguntas: Dostoievski, quando escreveu Noites Brancas, ou depois, tinha uma utopia? O Coringa de Todd Phillips é o paradigma dessa insana Utopia individual? E porque esse Coringa não é negro? Existe uma utopia multirracial? Porquê não estou entre os encarcerados? IndivÃduos empoderados ou desesperados?
É preciso enxergar a realidade da vida com clareza. Durante décadas a humanidade descontente tem sido envolvida por sonhos utópicos de derrubar o poder e começar tudo de novo, o que levaria a outra situação que logo poria novamente a descoberto o mal-estar existencial decorrente do desconhecimento absoluto do significado da vida. Hoje há desalento, comodismo e grupos radicais. A economia imediatista do dinheiro levou à globalização e está promoveu os desequilibrios que assustam a humanidade.
Problema é a utopia dos direitos humanos sem se ressaltar os deveres humanos. Os deveres apontam para responsabilidades, disciplina, objetivo na vida de boa convivência com o próximo. Os direitos apontam para o próximo como devedor e rival na escassez de oportunidades e recursos: estopim para a guerra social. A utopia supõe um "topos", uma base. E esta não pode prescindir de uma compreensão realista do ser humano, com suas virtudes e defeitos, e não somente como sujeito de direitos...
Falta segundo a colunista algo em que todos acreditem, e confiem. Mas o fato é que isso existe, é a ciência. O próprio fato de haver hoje tantos grupos negacionistas (criacionistas, anti-vacina, ida a lua e aquecimento global é fake news, terraplanistas) mostra sua força. Esses grupos contestam o que sabem ser a crença dominante. É como no passado os que contestavam o capital. Toda religião tem seus hereges.
Minha resolução de fim de ano é não me deixar abater pelos profetas do pessimismo que possuem uma visão distorcida do mundo. A realidade é que o mundo nunca será apenas bom ou apenas mau, mas os dois ao mesmo tempo. O mundo hoje não é apenas melhor, mas muito, muito, melhor. Como diz o S. Pinker se houvessem jornais imparciais eles poderiam ter publicado a seguinte manchete durante os últimos 25 anos: Desde ontem existem menos 137.000 pessoas vivendo na extrema pobreza no mundo.
BelÃssimo artigo, querida Jurema! Obrigada!
A utopia é o que nos faz seguir caminhando; o niilismo destes tempos nos coloca numa condição de sujeitos atomizados, sectarizados e ainda desesperançosos com o futuro. Será que estamos aprendendo a olhar para frente sem enxegarmos o horizonte das nossas vidas enquanto seres sociais? Sennet escreve sobre isso em "O declÃnio do homem público", vale conferir.
No caso do Brasil, o elo perdido está na fuleira crÃtica de éfeahacê (e Ser.ra) à s teses do Ruy Mauro Marini.
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