Djamila Ribeiro > É recorrente que as pessoas queiram que eu responda a falácias Voltar
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Aula de como construir um texto que, ao final, se torna um exemplo do que o próprio texto crÃtica.
Ela tá tentando. Mas o ego a impede
Como leiga no assunto, a impressão que tive é que o propósito do texto foi responder afirmações de pessoas com quem a autora afirma que não entrará em discussão. É um texto vaidoso, egocêntrico e tem um tom de defensiva. Com todo respeito ao trabalho da autora, penso que ficar nessa guerrinha de ego intelectual nos espaços dominados pela elite cultural branca não atingirá a quem tanto precisa, mulheres negras que ainda estão aprisionadas nas máscaras do silêncio.
Cara Fabiana, sua intenção de "chamar a atenção para ela não perder o foco da nossa luta", no meu entender, não se sustenta porque ela está justamente fazendo isso ao escrever sobre a falácia das polêmicas vazias. Ela deixa o registro muito bem dado num jornal que tem um lugar de fala relativamente definido que ñ é o das minorias. E ela ter espaço no jornal não contradiz isso, como alguns apressados podem pensar de forma simplista. Enfim, ficam nossos registros e fica meu feliz ano novo pra vc!
Caro Rodolfo, não se trata de forma textual, mas de vozes discursivas que atravessam e dialogam com o texto, o interdito que fica entre o dito e não-dito. E o texto, infelizmente, transita nesse interdito. A mesma coisa poderia ser dita por outras escolhas discursivas. A minha intenção foi chamar a atenção para ela não perder o foco da nossa luta, ocupando tempo e espaço fazendo meta-explicações para aqueles que não estão dispostos a entender. Fico por aqui. Obrigada pela atenção!
Oi, Fabiana, entendi seus comentários. Mas critiquei vc ter entendido como vaidoso, egocêntrico e em tom de defensiva. Interpretação é livre, mas voou alto pq perdeu os pontos principais. Critica a forma fugindo ao debate principal. Concordaria contigo sobre briga de egos se desconhecesse os escritos e a história de vida dela. Graças a ela e tantas outras q vieram antes tornou possÃvel trazer com força um pensamento marginalizado e, como se vê bastante aqui, negado ou menosprezado.
Caro Rodolfo Maia, Releia meu comentário. Eu entendi a proposta do texto, mas a posição-sujeito que a autora assume para defender suas ideias possibilita várias interpretações. Minha análise se dirige, unicamente, a esta posição-sujeito. Não há inimigos nem brasões, apenas, interpretações. Só estou querendo entrar na ordem do discurso, agora, é óbvio, que a interpretação que será validada como verdadeira é a de quem tem o poder para isso. Obrigada!
Fabiana, por favor, leia o texto novamente porque fica feio comentar algo que não se entendeu. O que está acontecendo com as pessoas que perderam a capacidade elementar de se comunicar com a mensagem? Uma pessoa escreve batata e a outra entende granada. Estamos vivendo o ápice da desconexão com a comunicação? Paradoxalmente num mundo tão conectado? O outro é o inimigo, as ideias são apenas brasões? Vamos nas ideias, senão a comunicação será destruÃda e o q sobrará é selvageria.
Quem manda ficar disputando e tentando se impor em redes sociais?? O texto não conseguiu sair do tom defensivo. Por mais que o seu ressentimento tenha razão de ser, nunca o demonstre de forma defensiva. Você pode estar cheia de razão, mas não passe recibo de vÃtima ... você se torna notória justamente por ser negra de origem subalterna, com conhecimento, por ter formação, por ter estudado, então, jamais se explique e jamais reclame ... não perca seu tempo se metendo em disputas baratas!
O artigo é muito bom. Mas no final retoma o pseudoargumento que ela mesma desqualificou: - "Vá ler...".
Refuto o "pseudoargumento", Paulo, pq ela critica justamente quem tenta falar de algo sem saber do q fala. É a falácia argumentativa q ela menciona justamente no inÃcio do texto. Como entrar em debate sobre ideias c/ alguém q critica algo sobre o qual ñ entende e q quer mostrar autoridade exatamente sobre algo q ñ entende? O "Vá ler..." cai mto bem nesse caso sem ser arrogante, pq é elementar: "conheça algo minimamente antes de criticar".
Boas colocações Djamila! Infelizmente à tortura ao intelecto é tudo o que os Bolsolavistas querem para o Brasil. E muitos brasileiros obedecem, excluindo a capacidade crÃtica e reflexiva da mente.
Excelente, Djamila! Não vale mesmo perder tempo com a desonestidade intelectual que ultimamente está em alta nas redes sociais.
O fato dela ter lido tantos livros e de , mesmo assim, não conseguir enxergar a óbvia existência do fascismo identitário só nos permite concluir que ela, lamentavelmente, perdeu seu tempo.
Fernando, ele tirou essa de fascismo identitário da desonestidade intelectual do Risério.
Pior que não, Gustavo. O comentário é sério. Esperneio ideológico, é difÃcil ver privilégios seculares serem refutados.
não entendi de onde você tirou essa visão/não-visão da "óbvia existência do fascismo identitário". Onde, no texto, isso apareceu? Interessante é que você repete a situação de querer colocar o discurso dela na condição de subalternidade ("perdeu seu tempo"); ah! entendi: você queria ser o exemplo do macho lacrador a que ela se refere.
Hehehe Esse comentário só pode ser uma brincadeira, não?
Reconheço o embasamento culto e o padrão de intelectualidade. Mas também vejo a profusa vaidade, análoga à de Reinaldo Azevedo.
Rsrsrs! Esse tamanco deixou de ser tamanco pra virar uma plataforma. Só possÃvel de calçar usando elevador. rsrs
Caro Rodolfo, Desista de mim. Sou um caso de racionalidade enraizada. Rogo escusas por suscitar comoção à sua paixão. Não há necesidade de vc retornar a matérias pretéritas para contrapor-se a mim.
Dalton, leia o livrinho dela (poucas páginas, numa tacada só consegue) ao invés de falar tantos lugares comuns. Entenda o conceito, as visões do movimento feminista negro, antes de soltar argumentos vazios que nada dizem. Deixe sua resistência um pouco de lado que ela paralisa, cria barreira. Vá na fonte. É o q ela diz: a partir disso se dá para iniciar 1 debate qualificado. Dica: leia o trecho q copiei no comentário do Nelson Oliveira. Só aquilo já dá 1 dimensão da honestidade intelectual dela.
Caro Rodolfo, Resta hialino que a colunista, notadamente no texto em tela, aloja-se em lugar de fala francamente eleito para iluminar os brios próprios, passando ao largo daquilo que vc, com relativa pertinência, aborda. O viés da colunista não é de ânimo aclarador ou provocador ao debate e à análise crÃtica. Talvez involuntariamente, a colunista não disfarça rancores e discriminação inversa. Alheio a isso, a temática é boa, ampara-se em inarredável importância, e deve ser estimulada.
Qd o Reinaldo deixou de alinhar-se com o egocentrismo da sua própria visão de mundo, suponho. Mas esse é um falso argumento q usa do tipo cortina de fumaça que busca desviar o debate do que ele realmente importa: do conceito de lugar de fala que vem de muita construção intelectual. É sobre isso que se deve debater, mas o que muitos querem é manter isso sob a superfÃcie. Não vão conseguir por muito tempo, as vozes já são muitas e os ouvidos cada vez maiores.
Fez uma parede de livros entre ela e o interlocutor. O que tenta ocultar atrás dessa parede? ;)
Mais 1 pessoa tentando desqualificar o q ela traz, mudando o foco p/ a forma ao invés do conteúdo. José, é como se vc fosse um astrônomo e eu começasse a falar q o Sol gira em torno da Terra e trouxesse Platão e Aristóteles pra provar isso. Deixando de fora Kepler, Copérnico, Galileu, telescópios espaciais, satélites e viagens espaciais. Aà vc me traz esses caras e fatos e eu te critico pq vc criou 1 parede de livros. Percebe? É factualmente o caso de me mandar estudar. Ñ há senões.
Cláudia, prefiro dicas de boas idéias. Se fosse tão bom assim ela traria as idéias e consequentemente procurarÃamos as referências. Ela se defendeu com um enorme "Vai estudar!" e também com "Veja meu currÃculo Lattes!". Sempre que vejo este tipo de argumento por aqui nos comentários me causa "vergonha alheia" - É coisa de quem ou não sabe explicar ou quer ganhar tempo... ;)
A meu ver ela revela, não oculta. Revela que é estudiosa e tem substância. E de quebra, dá dicas de boas leituras.
Pareceu mais um manual de citações do que a explicação do enunciado. E ainda fiquei esperando Aristóteles abrir a tumba e gritar: Sócrates pensa; logo, Sócrates existe. As cadeiras não pensam; logo, as cadeiras não existem. que terreno arenoso.
Mais um que presta atenção no gênio ao invés de na lâmpada.
Sonho com a possibilidade de rápida classificação do que é idiotice e do que é inteligente, fundamentado, instruÃdo. Talvez um grau decorrente de estudos e pesquisas realizados e provados, que possa referendar a opinião/manifestação. Assim poderÃamos dedicar leitura somente ao que é bom e deixar a pequenez no seu canto insignificante. Parabéns e obrigado Senhora Djamila.
Falou muito e não disse nada. Apenas desfilou carteiradas (pÃfias) e tentou desqualificar argumentos contrários, apresentados de modo implÃcito como mera expressão de preconceito. Por mais que estude, a colunista continua sendo apenas uma "lacradora" de rede social, mas com espaço em um jornal.
esse é o tal macho branco lacrador, colocando o discurso feminino na condição de subalternidade (assim explicou djamila).
É engraçado como aparentemente você nem leu o texto, pois ela fala de comentários idênticos aos seus.
Djamila, obrigado, sua coluna salva a assinatura da Folha!
Sou novo por aqui e nunca tinha ouvido falar dessa moça. Não entendi muita coisa do texto, porque não estudei filosofia. Quanto à Beauvoir, confesso que conheço melhor o Sartre dos contos e peças... "Lugar de fala" e "grupos identitários" me foram apresentados pelo Risério naquele texto polêmico. Enfim, estou por fora de tudo isso, porém achei o texto profundamente instigante, o que é o suficiente para me tirar da letargia provocada pelo alarido vazio de tantos/as cronistas que escrevem aqui.
Obrigada, Djamila, por mais um texto sensato e eloquente. Obrigada por ser quem é, por saber escolher suas batalhas com sabedoria, e por ter representado as mulheres negras com tanto brilho neste 2019. Feliz Ano Novo para você também!
Um texto necessário e adulto, coisa rara neste deserto de ideias formado por "intelectuais-de-aluguel" que emergem do pântano para dar o "verniz intelectualoide" clamado pelos "tiozinhos do zap-zap". Parabéns!
Se um homem branco, hetero sexual, cristão e todos os etcs que hoje são defenestração para os movimentos identitários (alô, alô lugar da fala!) dissesse: veja, você não entendeu o argumento porque não leu o original grego e a tradução vigente é ruim... ele seria acusado de ser "homem branco, hetero sexual, cristão" e usar argumento de autoridade colonialista para ilidir a discussão. Da mesma forma que a articulista fez em seu texto: você não leu, logo...
Texto eloquente! Detecta muito bem uma das estratégias da mediocridade para manter o jogo de cena.
Djamila é para mim leitura obrigatória!
Excelente, Djamila, para criticar a ideia de lugar da fala é fundamental conhecê-la com mais profundidade do que apenas a leitura de sÃnteses, resenhas e textos em redes sociais e vÃdeos no YouTube. Você está certa em não debater com quem não fez o dever de casa. Creio que o mesmo valha para as e os que reivindicam o lugar de fala para si, elas e eles precisam igualmente constituir autoridade para que o uso seja legÃtimo (precisam, portanto, ler, no mÃnimo, as referências que você indicou).
Hilariante. A colunista diz que não vai fazer uma coisa, apenas para fazer exatamente o que disse que não ia fazer. E tome sucessão de lugares comuns, lacrações, e pontos de vista que são "inevitáveis" a partir leituras impostas pela própria colunista. Independente de ter razão ou não, o texto é tão autocontraditório que se torna irrelevante.
E a crÃtica constrói uma "lacração" para tentar desqualificar um texto, no mÃnimo, culto. Pelo tom (da crÃtica), é de disputa egoica que se trata. Ou seja, o alvo é a pessoa, não suas ideias. Melancólico.
Exatamente.
Nada como uma vacina teórica para não cairmos no "conto do Risério". Sigamos na resistência aos lugares de fala instituÃdos, manifestando a voz dos esquecidos e silenciados. Tenho aprendido muito com os queridos articulistas Djamila Ribeiro e Thiago Amparo.
Infelizmente a maioria da nossa elite intelectual consiste de armários de sabedoria armazenada e regurgitadores da sabedoria alheia. Além do Paulo Freira, goste-se ou não dele, Osvaldo Cruz, Burle Marx e outros, foram poucos os Brasileiros que se arriscaram no campo do vanguardismo e do ineditismo. Preferimos viver à sombra dos intelectuais Europeus e do empreendedorismo Americano. Falta-nos o capital de inovação, um histórico cada vez maior de fazer coisas novas e grandiosas acontecerem.
Parabéns, Djamila. Excelente texto!
Brilhante. Parabéns, Djamila. Não há nada mais desagradável e infrutÃfero do que discutir com pessoas intelectualmente desonestas. E estas são as mais presentes na internet hoje, como bem assinalou Umberto Eco.
" Intelectuais risÃveis" ou "riséreis"? Sim. Falta no artigo do Risério uma recapitulação de como se chegou ao Lugar de Fala. Mas uma coisa é a origem, por vezes legÃtima, de um fenômeno. Outra é seu desenvolvimento e sua feição ulterior. Se um grupo identitário reivindica uma legitimidade maior para a sua própria fala, não há problema nenhum. O problema é quando tenta desligitimar qualquer fala que não seja a sua. E até impedir que se fale.
Sim, a própria autora fala disso: "Acredito que muitas pessoas ligadas a movimentos sociais, em discussões nas redes sociais, já devem ter ouvido a seguinte frase 'fique quieto, esse não é seu lugar de fala', ou já deve ter lido textos criticando a teoria [de lugar de fala] sem base alguma com o único intuito de criar polêmica vazia. (continua)
(continua) Não se trata aqui de diminuir a militância feita no mundo virtual, ao contrário, mas ilustrar o quanto muitas vezes há um esvaziamento de conceitos importantes por conta dessa urgência que as redes geram. Ou porque grupos que sempre estiveram no poder passam a se incomodar com o avanço de discursos [na noção foucaultiana] de grupos minoritários em termos de direitos" (página 56 do livro "O que é lugar de fala" de Djamila Ribeiro).
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