Luiz Felipe Pondé > É possível ter esperança no mundo? Voltar
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Traduzindo para uma linguagem fora da filosófica, o que o texto propõe é um pacto. Um pacto para que tenhamos paciência e aceitação ao que nos parece oposto aos nossos entendimentos e conceitos. Depois de colocado em prática e bem executado o pacto, reiniciarÃamos buscando respeitar os mesmos bons valores morais que entendemos ser o correto mas não praticamos enquanto sociedade. Depois desse recomeço, nos perderÃamos novamente após um perÃodo de execução do pacto e voltarÃamos a nos perdermos...
Gostei da sua colocação, mas o texto vai mais além. Ele começa falando do excesso de autoconfiança e termina com a consciência de ausência de valores. Meio que um apelo ao equilÃbrio, menos autoconfiança e mais valores. A questão do voltariamos a perder é uma questão do quanto é importante, mas difÃcil manter nosso equilÃbrio.
Pondé falando de valores é risÃvel. Misógino e machista, Pondé ja disse boça li da des como - A pros ti tu ta é a primeira vocação de toda mulher - já culpou as brasileiras pela baixa qualidade da educação, pois seriam egoÃstas e não cuidariam dos filhos. Já deu a entender q mulheres valem pela beleza, enquanto homens valem por seus princÃpios. Já difamou cientistas q alertavam para os riscos psicológicos do machismo, mentindo q propunham uma cura heterossexual. A Folha apoia. Feliz Ano Velho...
Na Fenomenologia, quando trata da cosmovisão moral, Hegel gira suas análises a partir de três pressupostos, ainda válidos para qualquer análise ética, o instinto, a razão e a sensibilidade. Com o seu linguagem peculiar de análise da consciência tem por base a sua lógica que não visa um simples refutamento das idiossincrasias divergentes, com o mero passar por cima, como na forma escolástica medieva, mas analisar a sua dialética, os diálogos, tendo como ponto de partida e fim a lógica da vida.
Nietzsche criticava o niilismo que para ele, era a crença em ideais futuros, seja vida após a morte, paraÃso, etc em oposição a viver no real, assumindo nossa mortalidade e assumindo que a vida individual não tem um sentido transcendental. Lamentava que as pessoas perdessem suas vidas perseguindo ideais. DeverÃamos viver a vida como animais que somos, isto é, como todos os seres vivos, com hierarquia. Mas, se os fracos unidos vencem os fortes solitários, onde está o erro?
"O que vemos não é o que vemos; senão o que somos!", dizia Fernando Pessoa. Isso me leva a acreditar que precisamos investir em educação, no aprendizado da leitura e da escrita, a fim de melhorarmos nossa visão de mundo (teoria) e percebermos que é mesmo possÃvel ter esperança. Sem educação, continuaremos retratados no velho ditado africano: Até o leão aprender a escrever, a história exaltará a versão do caçador!
A pergunta “É possÃvel ter esperança no mundo?” no contexto da Filosofia e humanidades afins, refeita em outros saberes pode ter uma resposta diversa. Tomando a população global como mundo e sob perspectiva temporal, o crescimento demográfico e aumento da expectativa de vida indicam que o mundo está melhor. São dois indicadores resultantes entre todos os fatores que favorecem a vida em oposição à morte. Feliz e Esperançoso Ano Novo!
A reforma da previdência foi mal concluÃda, observe as consequências dos entendimentos equivocados. A expectativa de vida aumentou é fato,mas a qualidade de vida não. Teremos pessoas mais velhas e doentes trabalhando no mercado, com condições financeiras medÃocres para se tratar(R$400,00/mês). Imagina o retrabalho que esse tipo de mão de obra requer! Puro prejuÃzo,para todo lado!
Entendo seu ponto de vista. Mas qualidade de vida e expectativa de vida são para uma minoria privilegiada. É possÃvel, mas para poucos. Se vc analisar que isso é uma constante através dos séculos. A desesperança da qual Pondé fala é totalmente factÃvel. A esperança está voltada para uma outra percepção de mundo feita pelo homem capaz de gerar valor e mudança de comportamento. É uma questão bastante filosófica e fácil de equivocar.
Eu citei os dois indicadores como um par, então se a taxa de crescimento demográfico é maior entre pobres e baixo nÃvel educacional, é preciso verificar se a expectativa de vida aumenta nesse grupo. De maneira geral, isso não acontecerá se a fome, violência ou doenças suplantarem fatores benéficos, pois a mortalidade infantil por fome ou doenças e a mortalidade dos jovens por violência arrastarão o indicador para baixo.
...A violência na sociedade pode estar associada à ausência do pai e da mãe da criança nos primeiros 2 anos. Atentos no fato de que estas crianças não são órfãs. Ou seja, imagina os órfãos.Considerando a pergunta do Pondé ser filosófica, ou seja, destinada à uma reflexão ao tema proposto, não sou tão otimista, mas não extremamente pessimista. É possÃvel um mundo melhor, mas hoje tem muito, mas muito a melhorar. Meu medo é entendermos equivocadamente que tudo está melhor e acomodar .
Feliz 2020,para vc também ! Eu enxergo de uma forma holÃstica. O aumento na densidade demográfica não tem como única consequência a melhoria de vida.A falta de planejamento familiar que é consequência de falta de estudo, é também um dos fatores. A qualidade de vida do bebê também tem uma enorme contribuição para a qualidade de vida.Mas a realidade mostra que as famÃlias colocam os bebês em estacionamento para bebê, ou seja creche. É evidente que as creches não são lugares com qualidade de vida.
Oi Caroline, no texto do Pondé, a pergunta é delimitada para mundo e ponto de vista filosófico. Comentei em relação ao mundo e outros saberes com foco em Demografia e Saúde, e você respondeu — exceto no feminicÃdio — com um outro saber que é a Economia e nela é claro que pode haver outra resposta. O indicador IDH inclui a expectativa de vida. Nas Ciências da Saúde há o indicador qualidade de vida, o problema é que ele é subjetivo e nessa seara retornamos ao humanÃstico e filosófico. Feliz 2020.
Acredito ter entendido o que quis dizer. Mas é muito complicado esse raciocÃnio. O mundo não pode estar melhor considerando que só no Brasil, mais da metade do Brasil ganha R$400,00 por mês e a cada feminicidio são gerados entre 2 e 3 órfãos só no Brasil. Não podemos pegar os privilégiados como amostra do todo.IDH,GINI e renda per capita são insuficientes, mas falam mais sobre melhora de vida do que crescimento demográfico.
Como não muda Carolina! Um humano de cinco mil anos atrás nos visitando, perplexo notará que mudamos não só tecnologicamente mais também nas nossas relações sociais. Há uma ontologia da permanência: ele assim como nós terá linguagem e sentimentos definidos pela estrutura biológica básica e um ontologia da mudança; seremos diferentes em vários aspectos sociais. (Potência e ato como diria Aristóteles). Gostaria de viver na época dele enquanto mulher? Eu enquanto homem não. Tenho mais esperança.
Gerson, definitivamente não muda. Principalmente na esfera do pensamento. Vc verá mudanças na estrutura social como mercantilismo para capitalismo. Mas não é essa mudança óbvia de que falo. Eu posso está equivocada, mas entendo que na época medieval os mÃsticos começaram a sentir o contato com a psicológicas e nomearam isso de contato com Deus. É em nome dos nossos equÃvocos e imaturidade tentamos impor aos outros nossos pensamentos. Isso nunca mudou.
Não é novidade que rumino os textos de Pondé. Neste exercÃcio de ruminar, não é difÃcil concluir que este texto tem uma pequena presunção de nos manter na realidade sobre nossa expectativa pessoal sobre nós mesmos.
Claro que é possÃvel ter esperança no mundo. Mas esperança está baseada na visão de mundo que cada um têm do futuro que se quer deixar para seus herdeiros. A questão então agora é buscar uma visão de mundo que seja um consenso para um futuro sustentável deste mundo. Qual sua visão de mundo Pondé ?
Perda de fundamentos como se estivéssemos atolados em areia movediça e no qual precisamos nos agarrar em alguma coisa nem que seja um cipó. O mundo muda muito rápido demais para nos manter em solo firme ao contrário de outrora, daà o relativismo e a desorientação.
Não acredito que o mundo muda muito rápido. Eu acredito que as tecnologias criadas pelo homem impulsionadas pela competitividade das organizações muda muito rápido. Ao contrário o ser humano não muda,definitivamente não muda.O maior exemplo é o que tentaram fazer aos integrantes do Portas do fundo.
De toda forma tudo recai na famÃlia. Hoje pagamos coaching, para que nos digam que somos capazes de mais do que somos,para substituir o excesso de mimo que nossos pais nos cobriam na infância, adolescência e juventude. Hoje, adultos diante de nossos fracassos e dos olhos de decepção dos nossos pais, estamos viciados em coaching e carentes de afetos por excesso de autoconfiança.
Feliz ano Novo! Excesso de autoconfiança. No segundo parágrafo do texto, Pondé, cita exemplos da consequência do excesso de autoconfiança. Eu acrescento que o fato de Bolsonaro ganhar as eleições deu a ele um excesso de autoconfiança. Para mim ele é uma pessoa com desenvolvimento psicológico de uma pessoa de 12 anos querendo reger o mundo.
Porque uma criança com 12 anos não poderia dar uma visão orientativa ao mundo? Principalmente se a opinião dela for sobre um assunto tão importante quanto o meio ambiente? Viver em um mundo sustentável também não foi um valor destruÃdo? Pondé, Pondé você não sustentará seu disfarçado namoro com a massa ignara conservadora (para vender seus livros e ser convidado pra palestras e programas) por muito tempo. Gosto de sua coluna e acompanharei a mudança de seu discurso!! Feliz Ano Novo!!!
Não cheguei a uma análise definitiva se "...opinionismo de pessoas de 12 anos que querem reger o mundo..." é uma tentativa do Pondé de dizer que não poderia. Acho meio presunçoso qualquer pessoa em qualquer idade, querer ou pensar poder dar qualquer visão orientativa ao mundo.Opinião é a manifestação do pensamento.Vc escuta a opinião alheia, não necessariamente executa.Pois até o autor da opinião pode encontrar dificuldade em executar o próprio pensamento.
Os valores são formulações artificiais, criados pelo ser humano como instrumentos de sua sobrevivência ao longo do séculos. Como qualquer instrumento, podem ir perdendo sua utilidade, sendo descartados ou substituÃdos por outros mais atuais. É um mecanismo natural que não precisa significar "falta de esperança". Porém, é claro que as substituições muito rápidas de valores nos causam muita ansiedade..
Respondendo à pergunta do tÃtulo: no mundo, sim; no ser humano, não.
Perfeito o raciocÃnio a meu ver!!!!Einstein já falou que a maioria é medÃocre!!!
Às vezes a esperança é aquela coluna Central do edifÃcio da existência de uma pessoa e por isso é perigoso remover sem saber se a reposição será benéfica para mesma. E quem o faz a faz por sua conta e risco. Grato pelo texto. Feliz Ano Novo.
Há muito tempo não lia artigo tão interessante, vindo do Pondé e ao mesmo tempo comentários tão pertinentes. Gostei deveras. Este é o público que lia a Folha de São Paulo antes dela se tornar um veÃculo capcioso, com segundas intenções. Viva, ainda há esperança neste canto do mundo. Parabéns ao articulista e aos brasileiros que comentaram.
Não há como escapar ao relativismo. Pelo menos desde o século 18, quando protestantes e católicos perceberam que o outro lado não seria eliminado. A convivência de crenças e costumes opostos só se ampliou desde então. O sonho de uma volta a um mundo de valores absolutos é similar ao terraplanismo.
a proposta de nietzche é o da superação. o superhomem é o que se propõe a superar seus limites, seus medos, sua negação à individualidade para mergulhar no grupo amorfo, onde existe o tu-deves, o fatalismo, o determinismo.
Muito bem! Nada como despertar de um sono e lavar o semblante com a agua fria! Filosofia e para corajosos. Obrigado e Feliz Ano Novo.
Eu não diria corajosos,mas persistentes na tentativa de manter na lucidez. Feliz ano Novo !
Excelente. Pondé salvando a Folha da irrelevância e tirando a máscaras dos amorais que estão sempre defendendo uma moral da vez, a que lhes convém. Interessante que alguns nem desconfiam que o negócio é com eles.
Eu sempre digo que Camus é mais pessimista que Schoppenhauer. Quanto a Nietzche, há muita controvérsia sobre se foi ou não niilista. Seja como for, seu desprezo por atitudes e sentimentos equivocadamente associados à fraqueza (como a caridade, a compaixão e a empatia) desembocou na idealização de um super-homem que poderia ser tudo, menos humano. Tudo bem pesado e medido, parece que o velho Kant estava certo. Sem um consenso mÃnimo sobre valores universais não há esperança.
Valores e fins universais. Sem esquecer da boa vontade, ainda que seja rara. Esperança? qual? No bem estar comum. Com esforço, uma vez que nosso natural é o egoÃsmo (Richard Dawkins, no livro O Gene EgoÃsta, se aproxima de Kant).
"Professores desfilam discursos demolindo todas as crenças" - não sei em qual escola o Pondé estudou, mas tenho pena dele. A outra hipótese é esse pequeno trecho do artigo apenas ter extravasado um pouco de achismo ou de intolerência do Pondé em relação aos professores ou à esquerda. Até mesmo o liberalismo ou o comunismo possuem suas crenças e valores, não existe isso de professores destruÃrem crenças... Se fosse assim, o cristianismo não existiria mais!
Sobre os valores, vale a pena ler "A distorção", parte da Fenomenologia do EspÃrito II de Hegel, na tradução de Paulo Menezes da Vozes.
Pondé é radical. Quando faz filosofia é muito bom, como aqui. Quando faz crÃtica polÃtica e social é um desastre. Na filosofia supera a polarização, na crÃtica polÃtica e social a revigora. Muito radical.
Para as pessoas a realidade não importa; o que importa é a percepção que elas têm da realidade. Estamos vivendo mais e melhor, mas ainda assim existe um percepção de que as coisas estão piorando. Talvez isso se deva ao fato de que não estamos preparados para conviver num mundo onde as bondades têm que conviver com as maldades da mesma maneira que o dia tem que conviver com a noite. Tudo pautado pelo atalho mental de que a realidade é representada pelos últimos eventos que nos afetou.
Steven Pinker, no livro O Novo Iluminismo, mostra com uma infinidade de dados quão melhor estamos vivendo. Considerando-se que não há mal-estar mais grave do que a fome, vale lembrar que há poucas décadas o Brasil produzia aproximadamente 20 milhões de toneladas de soja e hoje, mais de 300 milhões. São dados, fatos, mas a natureza humana, além de egoÃsta tem um pendor (parafraseando Kant) à infelicidade.
Não compartilho da sua visão de que estamos vivendo melhor.Principalmente no Brasil. Minha visão é de que realmente poderÃamos viver melhor temos até meios e ferramentas,mas somos incompetentes. Porque para viver melhor deverÃamos ter aprendido na infância sobre inteligência social e emocional. E mesmo aprendendo, tem que praticar.Um exemplo, as calçadas em Belém do Pará são impróprias para deficientes. ImpossÃvel viver melhor assim.
Um apoiador do que há de mais abjeto na politicalha nacional querendo falar em "valores" e "esperança"...
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