Demétrio Magnoli > O Estado que nos educa Voltar
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Bingo professor! É isto mesmo. Em breve teremos uma democracia de pensamento único, kkkkkk.
A polÃtica identitária pouco tem haver como um movimento, predominantemente, brasileiro. O mesmo paÃs que Demétrio tanto elogia - EUA - é o que mais exerce, no mundo, tal polÃtica. Basta observar os produtos culturais gerado na nação estadunidense e, principalmente, de seus serviços de streaming.
Os seres que estão no poder polÃtico atrelados aos poderes econômicos e religiosos anseiam por uma educação da idade média, ou seja, a modernidade que trouxe a emancipação do homem dos poderes teocrático para eles isso é inaceitável. Quantos mais idade média na cabeça do eleitorado melhor para domina-los.
A questão mais relevante é saber que não existe pluralidade de ideias na escolha dos livros. É claro que o PT fez, é claro que o PSL o fará - ou tentará. O preocupante é existir militantes entre aqueles que escolhem os livros , seja de que "lado" for. É empobrecedor. As crianças começam cedo a tomar posições polarizadas. Um horror.
Para criticar os livros usados em salas de aulas de escoloca a pessoa deve conhecer os livros e ter domÃnio de didática. Dizer que os livros atuais são dotados de ideologia é falácia de quem não conhece nada de didática.
Considerações parte 3 - 3º - "...Nos EUA, os livros são patrimônio das escolas e passam de uma turma de alunos à seguinte, em longos ciclos....". Aqui existe um reducionismo/simplificação exagerada. O ciclo lá pode ser mais longo porque o livro não é o ÚNICO recurso didático da maioria das escolas. No Brasil, isso acontece. existe um uso diário e desgastante do material. Além disso tem todo um questão estrutural/falta de educação mesmo da população.
Continuando:Pequenas considerações - parte 2. 2º - "... TÃnhamos uma saudável diversidade de obras, de qualidade bastante desigual, que refletiam as diferentes abordagens teóricas e pedagógicas em voga nas universidades." Você chama de saudável, o que acontecia no passado. O mercado era restrito a 5, 6 autores/editoras e só. Hoje em dia a diversidade é muito maior. A qualidade continua limitada como sempre foi. Mas se o livro é só uma das ferramentas do professor, ele que se vire e complete.
Pequenas considerações nobre professor. 1º - "Um quarto de século atrás, não era assim. Os livros didáticos postos no mercado pelas editoras eram submetidos à escolha dos professores." Continua assim. E foi aperfeiçoado com mecanismos para evitar que as editoras aliciem professores (através de "presentes"), coisa que era comum no passado.
Até na década de 70 era os pais que comprava os livros e todo o material que a professora indicava, o uniforme e tudo que era necessário para o filho estudar. Acredito que sai mais barato dar independência financeira aos trabalhadores para que eles cuidem dos filhos sem precisar de assistencialismo. Além do grande desperdÃcio de materiais comprado pelo governo vem a corrupção que é grande e quem paga são os próprios pais trabalhadores.
Nesse contexto, as principais questões a serem enfrentadas estão na remuneração adequada do professor, na formação de novos professores, na reciclagem dos atuais e fornecê-los os instrumentos didáticos para motivarem os seus alunos a frequentarem as escolas. Nenhum sistema de educação pode ser melhor do que a qualidade de seus professores.
A livre escolha do livro pode ser entendida como a terceirização do ensino.
Responder à especificidade de cada comunidade. O professor, inserido na realidade da sua escola, escolhe os livros dentro de parâmetros como qualidade do texto, conteúdo, inteligibilidade dos exercÃcios propostos, dentre outros aspectos. Falar em padronizar nacionalmente - ou mesmo estadualmente - os conteúdos é não conhecer educação.
Qual a validade ou sentido de uma escola pública sem a adoção de um conteúdo padronizado para os livros ?
o PT centralizou a compra de livros de editoras por uma questão didática ou porque poderia montar mais um esquema clientelista e patrimonialista? é muita ingenuidade achar que havia algum objetivo marxista nessa escolha. o PT não é marxista.
O PT não centralizou nada. O programa é da década de 1990.
Pessoal tem memória curta: Lula foi eleito com o apoio do PRB, partido criado pela Igreja Universal - seu vice era desse partido, e de muitos partidos que hj são da base do Bolsonaro. Eike Batista, empreiteiras, entre outros capitalistas faturaram milhões na era petista. Até o véio da Havan começou sua expansão nesse perÃodo. O que aconteceu para eles se virarem contra o PT talvez um dia apareça. Desacertos na divisão do butim? Talvez?
Como o articulista não cita as fontes utilizadas, pode inventar qualquer conteúdo para elas.
Os conceitos da educação mudaram, mas as pessoas preferem viver no passado. No livro “A antropooigia da Infância, David Lancy expõem o problema. "As atividades escolares atrofiam a maturidade, pune a experiência, corrompe a iniciativa e isola o indivÃduo do mundo, transformando a auto suficiência e a auto confiança em algo impossÃvel. Os mais escolarizados da sociedade são os mais estúpidos.” Educação compulsória faz tanto sentido no mundo moderno como a obrigatoriedade do voto.
Apesar de discordar quase sempre do colunista, leio sempre seus textos e respeito suas posições. Como antigo autor de didáticos, esperava que seu conhecimento do meio não cedesse espaço ao apelo retórico. O desenho que ele faz dos livros didáticos produzidos e adquiridos pelo PNLD durante a antiga gestão simplesmente não existem. O que o colunista faz apenas é uma caricatura forçada.
E eu não sei que livros esse sujeito folheou para tirar essas conclusões - bom, nunca deve ter posto os pés numa sala de aula. Os de história, pelo menos, continuam lineares e eurocêntricos. O tratamento aos abolicionistas segue no texto principal, enquanto geralmente Zumbi aparece em algum txt periférico, quase sempre acompanhado por 1 longa citação acadêmica e dificilmente compreendida pelos alunos. Mas não se preocupe: os livros são só uma dentre várias estratégias de ensino.
Esse seu discurso é tão ideológico quanto os que você combate. Na verdade, seu texto só contribui para essa onda de descrença das ciências, tanto humanas quanto exatas, e não difere muito daquilo que o excelentÃssimo fala. E o que é pior: provavelmente você faz isso por opção, sabendo detalhadamente o que e porquê está fazendo.
Doutrinação é a naturalização de comportamentos e ideias que, como todo comportamento e ideia, são dependentes de um determinado contexto. A noção ocidental de trabalho é exclusiva da nossa cultura liberal. Quando se naturaliza e universaliza algo local, se exclui populações, como dizer que os indÃgenas do Brasil precisam se adaptar ao nosso ritmo de vida, que é alheio aos seus costumes, e os julgamos se "não trabalham" - ou seja, por não baterem ponto numa firma das 8h à s 17h.
Não estou atacando pessoalmente o professor Demétrio. Pelo contrário, estou reconhecendo nele alguém que poderia estar acima da cantilena polarizada, intelectual que é. Venho com a sinceridade intelectual de alguém que sabe que não há doutrinação nas escolas públicas por ser, eu mesmo, professor, embora a massa cataléptica acredite no contrário.
Ad hominem: o mais velho dos diversionismos. Desafio o ilustre comentarista a sintetizar um único contra-argumento.
"Os governos do PT utilizaram esse poder para conduzir uma revolução em marcha lenta" Gostei dessa frase. Isso, de fato, é verdade. Marcha lenta e incapacidade acadêmica
O articulista foi muito tÃmido ao abordar Educação no Governo . Em verdade, tal Governo é uma tragédia em todo os setores da Administração Pública. Na da Educação, o caso é gravÃssimo. O ministro é analfabeto, que seria reprovado num teste para ensino fundamental. Escreve sistematicamente errado( pos doutorado, paralização, insitar, suspenção...) e tem uma paranoia com comunismo. O ideólogo do Governo, Olavo de Carvalho ( Jim Jones da VirgÃnia) fugiu da escola( n tem formação ). Trágico.
No caso do ensino fundamental não vejo muita saÃda. Na medida em que as escolas são públicas a interferência dos governos de plantão sobre o material didático sempre existirá. Já para o ensino médio e universitário o caminho da liberdade acadêmica é a privatização.
Privatização? Será que conhece o nÃvel do ensino da maioria das privadas no PaÃs? Qual a contribuição para as pesquisas? E os casos de fraudes (vagatomia) como a de Medicina de Fernandópolis em São Paulo?
Doutrinação por doutrinação não vai deixar de existir. Só vai mudar a ideologia doutrinante. Que tipo de pessoa vai sair dessa nova doutrinação, só o tempo virá a dizer. Só espero que não seja nenhuma nova juventude hitlerista.
Porque? Você acha hitlerista melhor que marxista? Pra mim competem de igual para igual em capacidade de gerar ódios.
Quer encher o Brasil de professores de direita? Aumente o salário da categoria. Simples assim...
Impressiona Magnoli ter se mantido calado durante os anos em que a esquerda doutrinava na cartilha neo marxista (e ainda doutrina) uma geração inteira, fazendo exatamente o que ele acusa agora o Bolsonaro de fazer; só a Dilma colocou 200.000 petistas no Ministério da educação, com estabilidade de emprego. Weintraub tenta minimizar isso com mandato e sob encomenda da população e Magnoli acha um absurdo; parece querer deixar do jeito que está p/ sejamos a nova Argentina "peronista". Bom pra ele.
... Bolsonaro não é o ideal mas acredito ser o melhor caminho para anular a propaganda cultural marxista mesquinha (e contra a qual o Governo efetivamente não fez ainda quase nada), para somente então voltarmos ao debate do que é melhor para o PaÃs. Acho que a agenda cultural neo-marxismo é tóxica e muito muito poderosa e só será desativada com muita dificuldade, inclusive com este governo populista de Bolsonaro pelo próprio padrão do eleitorado brasileiro. Sem Bolsonaro não "haveria Moro".
Boa tarde Dalton. Imagino que sua recorrente discordância de meu posicionamento tenha origens nas divergências das posições ideólogicas; respeito a sua até porque no meio acadêmico é quase impossÃvel não ter alguma influência de esquerda, mas você o faz com ética. Já a minha acidez decorre de achar que a disputa é fortemente desigual a favor da esquerda, pelo próprio domÃnio cultural, então acredito que o comedimento é favorável a quem aparelhou e dominou as instituições culturais.
Magnoli não se fez calado no perÃodo ao qual vc se refere. Acompanho, desde há muito, colunas e matérias por ele assinadas. Magnoli, assim como Gaspari, denunciam, com singulares independências, aquilo que consideram incorreto. Eventualmente tecem alguns elogios à quilo que identificam correto. Pelas caracterÃsticas da dinâmica pátria, são raros os elogios. O seu comentário é em defesa de Bolsonaro. Vc está tomado de ativismo. Há tempos, vc me parecia crÃtico.
A coluna erra quando fala da escravidão. Fale, mas abalize! Foi nas Américas que a escravidão tomou o aspecto de racismo, ou seja: legal e até necessário escravizar Negros. A explicar até pelo aspecto bÃblico (1 deles)ou seja. Os negros "teriam" sidos condenados na "biblia" a serem "servos" dos brancos. Antes dos anos 1300 loiros de olhos azuis eram também escravos. Uma pista, meu caro jornalista: veja a origem da palavra Escravo. Ela nasceu por tráfico de gente com base na Europa!
A coluna aborda a escravidão nos limites necessários ao argumento, sob a ótica do ocorrido no paÃs. O objeto da coluna não é escravidão. Não caberia ao colunista abordagem ampla e/ou sistêmica do tema periférico.
Ofender as escolas pelo simples fato de serem mantidas por alguma igreja, não me parece correto . Aqui no sul do paÃs, se formos olhar o ranking das melhores escolas, muitas são ou católicas ou luteranas . A melhor escola de SC é luterana - o Bom Jesus , de Joinville .
impreçionate ! com este ministro çábio !
O colunista parece desconhecer que, há mais de vinte anos, são os professores das escolas públicas que escolhem os livros didáticos. Aquela variedade que ele diz que havia antes, há, ainda hoje. Além disso, os livros pertencem à escola, e são devolvidos pelos alunos no fim de um ciclo (como no modelo americano que ele elogia). Nos anos 2000, quando era professor da educação básica, eu participei desse processo de escolha diversas vezes.
Escolhem a partir do cardápio que lhes é disponibilizado. Não decidem o cardápio. A moldura que vc identifica é bem menos do que a parede.
Excelente artigo. Muito bem explicado! É bom saber que existem pessoas esclarecidas e que podem trazer alguma luz para o discurso obscuro do Estado-educador.
Marcos, não vi brilhantismo no texto do Demétrio; vi certo desconhecimento do que acontece há décadas acerca do livro didático no Brasil. Por exemplo, os professores da educação básica escolhem os livros, semelhante aos americanos, assim como entregam-nos ao fim de um ciclo. Sim, o verniz acadêmico valida narrativas dignas de debates eternos. Esses debates são próprios do conhecimento, da polÃtica e do social em constante movimento.
Ensina a 3ª Lei de Newton da Mecânica Clássica - a toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade e em sentido contrário. Ao esforço de doutrinação dos estudantes pelo Lulopetismo, corresponde agora a doutrinação contrária do Bolsonarismo. Dane-se a verdade.
Perfeita análise.
Estado com viés de evangélicos não pode dar certo. É coisa de EVA e ADÃO.
Até agora, o horror que sempre tive à centralização da gestão do livro escolar derivava da desconfiança na onipotência autocongratulatória da burocracia de BrasÃlia, com sua perversão voltada a sufocar a diversidade e impor esquemas de favorecimento econômico, sob o pretexto de pruridos contábeis de 'redução de custos'. Magnoli agora me desperta desse pesadelo para um pior ainda: a pretensão estatal de uniformizar consciências e aprisionar corações e mentes nas salas de aula.
Magnoli contraria a realidade. Não existe essa centralização, é a escola que escolhe o livro didático. O PNDL aprova as obras que estão de acordo aos PCNs, e as editoras visitam as escolas e divulgam seu material. Os professores de cada área, então, se reúnem, discutem e escolhem quais obras serão adotadas pela escola nós próximos três anos.
Num paÃs como o nosso, tão carente de Educação, deixar a formulação do conteúdo dos livros didáticos ao sabor das correntes polÃticas de turno é uma verdadeira desgraça que aprisiona. Parabéns ao autor pela análise!
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