João Pereira Coutinho > Para Steiner, um homem pode ler Goethe e, no dia seguinte, em Auschwitz, destruir seres humanos Voltar
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Conviver num mesmo indivÃduo alta cultura e extrema agressividade. Alta cultura está associada com curiosidade, aspectos sexuais, posição na hierarquia de alfas [ sexo e agressividade ] , agressividade/ poder/dinheiro, exibicionismo [ derivado agressivo/ prestÃgio/fama ] e praticamente muito pouco apego. O que inibiria destrutividade seria apego ou receio de um contra-ataque da vÃtima(s). Assim, não vejo nenhuma incompatibilidade entre alta cultura e destrutividade.
Discutindo alemães, nazismo, holocausto, holodomor, aspectos coletivos estamos fugindo do texto e da questão apresentada por Coutinho e Steiner, isto é, o aspecto de conviver alta cultura e extrema agressividade. A antiguidade apresentava como máxima virtude o controle das paixões, isto é, não ser vÃtima das paixões. As paixões ou desejos não eram boas ou más. Assim, valia para sexo, apego, agressividade, curiosidade, exibicionismo e maestria. E agressividade não está grudada com cultura.
Não foram os judeus que inventaram deus. As religiões pagãs que existiam no OM tinham seus deuses. Noé e Abraão vieram antes dos judeus com a ideia de deus único, iniciando o fim das religiões politeÃstas. De qualquer maneira, como ateu, rejeito as religiões como um todo. Sim, elas tem importância (como freio moral, por exemplo), mas o custo benefÃcio é desfavorável. O cerne do mal das religiões está no conjunto das fantasias, que desviam o humano do modo certo de pensar, origem de muitos males.
Resumindo: quando a pessoa está ciente que a fantasia pertence ao mundo imaginário, ela está mais inclinada a buscar as verdades (mesmo tendo uma religião); mas quando a pessoa acredita que as fantasias são reais, ela confunde o real com o irreal, e com este processo durando anos, décadas ou a vida inteira, a pessoa estará mais inclinada a rejeitar as verdades e abraçar todo tipo de falsidades, inclusive o antissemitismo.
Muito bom! Uma descoberta genética, recente, diz que o genoma direciona até nossa posição polÃtica, direita ou esquerda, mas, podemos fazer uma correção de rota: o interesse, creio, é quem dá a cartada final! Tenho muitos amigos católicos da Teologia da Libertação, eles são ótimos, mas quando o assunto é o assassinato de Jesus Cristo, ai os cristais do jantar trincam no ar. Não tinha pensado nessa hipótese de Steiner: a culpa do judeu não é ter matado, mas ter criado Deus! Desconcertante!
Mudando para os tempos atuais onde nem precisa saber escrever, muito menos, ler, substitua Goethe por feicibúqui ou similar. Também substitua Auschwitz por reunião ministerial no palácio.
Palmas, palmas, palmas!!! O melhor colunista do Brasil é português! Um viva á colonização!
Nós colocamos tudo em nosso próprio nÃvel, e nem poderia ser diferente. No caso da Alemanha, alguns pensadores e artistas foram geniais, mas perto da massa da população eram (e são) muito poucos. Nietzsche por exemplo, que não era nem nacionalista nem antissemita, era admirado pelos nazistas, que obviamente selecionavam nele o que interessava.
Coutinho e Pondé salvam a Folha da mediocridade cultural/polÃtica. A área econômica é razoável. O resto incluindo editorial é sofrÃvel.
Pondé? Nem nisso convergimos. Vade retro. Coutinho, não sei, acho que nunca li.
João Pereira Coutinho sempre muito sensacional!!
João Pereira Coutinho, a manchete não é válida apenas para "um homem"! O que mais chama a atenção, justamente, nos "carrascos voluntários de Hitler" (best seller de Daniel Goldhagen), ou seja, o Povo Alemão como um todo, é justamente a caracterÃstica do refinamento cultural aliado à mais selvagem violência.
"..os alemães, como povo, foram ativos e voluntários carrascos dos judeus durante o Holocausto nazista". Bem, se esta era a tese do autor, você está livre desta. Agora, como é que o povo alemão (como um todo!) foi carrasco ativo? Cada casa tinha um porão com instrumentos de tortura e morte? Se os judeus e outras vÃtimas eram enganadas pela conversa que estavam sendo levadas para "campos de trabalho agrÃcola com boas condições de vida", imagine as pessoas comuns, a esmagadora maioria dos alemães.
Quanto à sua simpatia pelo "Design Inteligente", isso é papo de criacionista tentando se livrar da pecha de obscurantismo. Não há "evidentes e abundantes evidências de projeto na natureza e no advento da vida", o que há é incompetentes tentando preencher lacunas de forma "criativa" nada inteligente. Mas há uma saÃda para gente como você, religioso ortodoxo (vale para judeus, cristãos e muçulmanos): a Fé! Diga que acredita apena nas sagradas escrituras que ninguém vai encher seu saco.
"Em 1996, o livro de um jovem professor de Harvard provocou um verdadeiro terremoto no meio universitário europeu e americano, além de uma verdadeira crise de consciência na Alemanha, onde o texto foi lido, relido e provocou imenso debate. Sua tese central: os alemães, como povo, foram ativos e voluntários carrascos dos judeus durante o Holocausto nazista." - Rev. bras. Hist. vol.19 n.37 São Paulo Sept. 1999 -João Fábio Bertonha Universidade Estadual de Maringá
Quanto à associação da Teoria da Seleção Natural com o nazismo, que você considera satisfatoriamente comprovada, devo lembrar que ela trata da sobrevivência das espécies mais capazes de se adaptar à s mudanças ambientais. Aplicando à s comunidades humanas, os judeus são um exemplo magnÃfico de adaptação. Isto é um elogio! Mas se você aceitou a interpretação nazista dos "mais aptos" eliminando os denominados "menos aptos", isto se aplica muito bem na Palestina, com o judeus eliminando os árabes.
Alexandre, ficou bem claro que o livro era de autoria de Daniel Goldhagen, mas você o mencionou para embasar sua argumentação, logo há sentido em eu me reportar diretamente a você. Como eu não li esta obra, não posso afirmar, mas é possÃvel que a responsabilização do "Povo Alemão como um todo" pelos crimes do nazismo seja de sua lavra, não do Mr. Goldhagen. De qualquer modo, na breve pesquisa que fiz sobre este senhor, este me pareceu mais um profissional do "dedo na cara" de todos os gentios.
Eu não soupropriamente um opositor da Teoria da Seleção Natural. Mas vejo com bons olhos a Teoria do Design Inteligente. Ou seja, de alguma forma, há evidentes e abundantes evidências de projeto na natureza e no advento da vida. Sou um crÃtico dos lobbies que tentam cegar a população para essas evidências.
Luiz Cândido, quanto à "tentativa canhestra de associar a Teoria da Seleção Natural, com as teorias racistas do nazismo", eu não preciso associa-las mais do que já estão associadas. "O mais apto sobrevive"; a natureza é assim, segundo Darwin. Os alemães se auto-proclamaram "os mais aptos", com a missão natural de eliminar aqueles que eles denominaram "os menos aptos". Não vou discutir o conflito israelo-palestino, pois não está em debate aqui.
Luiz Cândido Borges, o livro não é meu, é de Daniel Goldhagen, ex-professor associado de ciência polÃtica e estudos sociais na Universidade de Harvard. Goldhagen tornou-se internacionalmente conhecido como o autor de dois livros polêmicos sobre o Holocausto: "Os Carrascos Voluntários de Hitler" e "A Moral Reckoning". Quaisquer reclamações podem ser reportadas diretamente a ele.
A cereja sobre este bolo envenenado é a tentativa canhestra de associar a Teoria da Seleção Natural, à qual o Alexandre se opõe, com as teorias racistas do nazismo. Desde o século XIX, quando o colonialismo desembestou, que apareceram "explicações cientÃficas" para a predominância do "homem branco", o que "explicava a necessidade do domÃnio dos selvagens". O nazismo teve seus farsantes de oportunidade. Como é em Israel? Aposto que à boca pequena há várias teorias justificando seu colonialismo...
Agora, se a proposta é apontar um crime coletivo, podemos achá-lo num lugar muito caro ao Alexandre. Ao contrário da Alemanha de 1933, arrasada pela depressão, pronta para um "salvador", temos uma população culta, principalmente em termos de História, que sabe exatamente o que está fazendo, participando de um processo de tomada do território de um povo, tornando a vida deste povo insuportável, reprimindo, culpando, matando (em auto-defesa, é claro...). Não é o Bibi, é o povo de Israel!
Alexandre, o indefectÃvel! Falou de judeu, mesmo que seja a favor, lá vem ele dar o seu pitaco. E sempre um mau pitaco, apesar da sua erudição, ou talvez por causa desta. Hoje, ele vem culpar "todo o povo alemão" como carrasco. Situar-se historicamente, quando o nazi-fascismo era considerado uma alternativa razoável ao comunismo; numa Alemanha em que o Hitler prometeu resolver os problemas econômicos - e cumpriu, nem pensar! O mais vantajoso é continuar faturando em cima da culpa do povo alemão.
Se "os cientistas já provaram", e o governo e a mÃdia confirmam isso de maneira insistente, e assim é ensinado nas escolas, quem teria coragem de questionar?
A base ideológica da violência "ariana" contra os "menos aptos" foi uma propaganda maciça da Teoria da Seleção Natural de Darwin, aliada a uma teoria "cientÃfica" elaborada com ajuda de médicos, antropólogos, e outros acadêmicos, "provando" a existência da "raça ariana" e sua "superioridade" em relação à s demais, principalmente os judeus, "a raça inferior". Foi necessária maciça ajuda da mÃdia e grande equipe de "disinformation".
Nunca menos que brihante, esse JP!
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