Tati Bernardi > Eu sou racista Voltar
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Oi Tati. Meu lugar de fala também é de branco. Sou conectado ao tema desde que me entendo por gente, e respeito muito a sua abordagem. De humildemente entendermos que o buraco do racismo estrutural é muito profundo. Que somos todos responsáveis por ele. Que não há uma medida única capaz de reverter séculos de processos históricos, econômicos e sociais que nos trouxeram até aqui. Como diz Angela Davis, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. Em muitas frentes.
(continuando) Em muitas frentes. Se engajando em movimentos e ações antirracistas. Se aprofundando com pesquisadores brasileiros contemporâneos maravilhosos como Djamila Ribeiro e Silvio Almeida. Vendo dezenas de grandes filmes antirracistas. Ouvindo Emicida, Mano Brown, Bia Ferreira, e tantos outros. Da reflexão e mudança profunda sobre nossas ações cotidianas ao engajamento em projetos de combate ao racismo estrutural. Passo a passo. Dialogando com aqueles que verdadeiramente querem contribuir
Parabéns, Tati, mais um texto divertido e instigante! Não posso te ajudar, mas acho que você nos ajuda semanalmente com sua sinceridade. Reconhecer tanta fraqueza, imperfeição, dúvida, é no mÃnimo muito coragem! Só uma curiosidade que me ocorreu: imaginem se na escola de nossos filhos, sem nenhuma regra para isso, só existissem meninos e 1 ou 2 meninas. Será que a gente ia achar normal?
Obrigado pelo artigo, me identifiquei muito e esclareceu algumas questões que não havia até então suficientemente racionalizado.
Estudei numa ótima escola estadual chamada Instituto de Educação Caetano de Campos. Lá todos eram tratados com igualdade. Havia crianças brancas, negras, deficientes fÃsicas e ninguém reparava nisso. A ditadura acabou com a educação pública, disseminou a violência e o preconceito e aumentou a desigualdade. Fui.
Não entendo a necessidade do uso da expressão “cara de bosta” no texto.
O politicamente correto está te esmagando. Seja radical. Tire sua filha desta escola e a matricule numa escola pública. Verá que este tipo de pensamento desaparecerá no meio de tantas outras questões. Aproveite e tbm cancele seu plano de saúde e comece a frequentar o SUS. Você vai deixar, de vagarinho, de ser tão branquela e aà sim vai poder dizer que é de esquerda.
Quase caà no seu casuÃsmo. Mas aà lembrei que baixar meu nÃvel de vida por si só não vai elevar o de ninguém. Pelo contrário, vai ser mais um na fila. Quero uma vida melhor para a maioria, e isso, como dizia certo barbudo infame, é questão de vontade polÃtica. Passa por serviços de saúde e educação melhores. Se tiver de pagar mais impostos por serviços melhores, tamos aÃ, até porque eu também seria beneficiado, por tabela. Mas não tenho obrigação nem vocação para ser mártir: sou só esquerda.
Justamente agora que esse governo de extrema direita esquizofrênica (pleonasmo) está na direção de destruir o SUS e acabar com a educação pública? Sei não ...
Não, isso não é racismo. O brasileiro que autora representa é aquele metido a opinar sobre tudo e sobre todos. Sem ao menos vivenciar a realidade da população e muito menos perceber que o Brasil não é a bolha em que vivem. Gente cuja experiência de vida é reproduzir discursos e comportamentos que nem ao menos são originais ou que representam a realidade brasileira. Eventualmente, um choque de realidade os faz enxergar que não passam de hipócritas.
Será que é só racismo? Será horror a pobreza ou a miséria? Para reflexão: se fosse filha de um famoso ou famosa a reação seria mesma?
Não se sinta Mal por suas imperfeições, somos imperfeitos mesmo, sua reflexão e humanidade para com a questão Racial já demonstra evolução, e para combater o Racismo o primeiro passo você já deu, o segundo é se tornar anti-racista não normalizando situações como as que você vive, ótimo texto.
Tenho um pouco de pena da Tati. Ela se tortura para ser uma pessoa "do bem". Apenas seja você mesma e pronto.
Olá, senhora Tati. Já conseguiu perdoar o seu pai?
Prezada Sra. Bernardi, se a senhora continuar assim, vendo motivação em tudo, vai pirar. Mais. Sugiro assistir o filme espanhol Toc Toc na Netlix. Se uma consulta como aquela não der jeito, aà só o homi. Um charuto e uma garrafa de marafa, da boa, envelhecida em amendoim.
Todos nós somos um pouco racistas, infelizmente! Acredito que mudaremos...vai demorar mas mudaremos! Foram muitos anos de escravidão e isso ainda está entranhado em nós.
Tati, sou branca, classe média e tenho três filhos. Dois são adotados e negros. Desde pequenos, eles chamam atenção na escola porque quase não há crianças negras. Lembro que quando viajamos para o Chile uma moça que pediu para tocá-los. É assustador. Mas é também transformador. Meu filho do meio, é desde sempre o melhor aluno da sala. É educado, gentil e habilidoso. Tenho a impressão que todos os colegas dele vão crescer menos racistas porque sempre o elegem representante de turma. Abraço.
Completando, o respeito que ele conquista muda o olhar das outras crianças.
Muito bom Tati!
Valeu, Tati! Melhor seria impossÃvel. A falta de negros em boas escolas, cargos públicos, postos de comando etc. só demonstra o quanto o racismo está clarÃssimo em nossa sociedade. A começar pela escolinha de sua filha. Também peço socorro.
Se ainda não o fez, sugiro à notável colunista assistir ao filme Vazante, uma obra prima brasileira pouco conhecida. Minha concepção sobre nosso passado escravagista e sobre o racismo mudou depois desse filme. A grande Arte arte serve para isso: nos acordar de nosso torpor, resultante de nossa (pseudo) auto-suficiência.
Adorável da sua parte.
Foi um testemunho interessante. A talentosa colunista não agiu como racista, mas foi preconceituosa. Contudo, quando vejo os comentários, percebo claramente o quanto alguns comentaristas que até poucos anos atrás diziam ser "liberais", atualmente não escondem nem disfarçam suas caracterÃsticas fascistas. Reflexo das sábias lideranças deste governo incompetente e preconceituoso, que governa para agiotas, especuladores, extrativistas primitivos, e milicianos -- obviamente.
Mais uma vez, ótimo texto ! Não deixa de ser válido, Tati, que você, na busca por uma conduta que não se coadune com o racismo tão presente em nossa sociedade, se pegue "tendo consciência" de que pode, também em incorrer em atos possivelmente racistas; situações como esta fazem parte do aprendizado para uma convivência e uma sociabilidade menos excludente do ponto de vista racial/étnico.
Que tal mergulhar no roteiro da vida do Grande VinÃcius de Moraes. E quem sabe, começa a sair daà a Tati Bernardi, Jornalista e Colunista " a branca mais preta do Brasil".
Muito bem escrito, Tati! Parabéns! Somos todos racistas estruturais, no mÃnimo. E a vida do Rodrigo Boccardi teria sido muito mais fácil se ele tivesse se reconhecido assim semana passada.
Dolorosamente belo... Ontem fiz um gesto muito parecido na escola dos meus filhos (construtivista, bilÃngue, pam e tal)... eram dois moleques e me deram moh ideia...
Brancos esquerdistas que subtraem do erário público centenas de bilhões só podem ser presos após condenação em última instância. E afrodescendentes pobres não esquerdistas acusados de contar mentiras?
Para alguns, qualquer problema só terá uma explicação: a esquerda. Lembram daqueles antissemitas da primeira metade do século 20, para os quais a causa de todo mal eram os judeus. É uma cantilena de ódio interminável.
E pensar que um dia levei as opiniões do senhor a sério... Hoje, vejo que são balbucios mal articulados com a realidade.
A esquerda compreende o Estado Democrático de Direito como algo universal! Sempre foram as mentes progressistas que capitanearam, ao longo de toda a história da humanidade, o aperfeiçoamento da equidade social, inclusive quanto ao direito penal. Podemos fazer um pau a pau entre intelectuais, artistas, polÃticos e ativistas de direita e esquerda pra tirar isso a limpo, topa!?
Com base em dados tanto da imprensa quanto do IBGE, os negros e pardos são maioria nas escolas públicas do ensino médio e do ensino superior. Na escola em que a colunista citou provavelmente é escola particular em que a escola não é obrigada a usar a lei de cotas . Então, que ideias a colunista sugere para incluir pessoas negras em escolas particulares ou em empregos nas empresas particulares? Nenhuma. A lei de cotas pode ser aprimorada e expandir para escolas particulares e empresas privadas.
parece que este Paulo não entendeu nada do que foi escrito. Mas esta turma é assim mesmo! Pena deles.
Quer contribuir mesmo? É só mudar de endereço.
Tati, talvez tenha sido o que li de melhor sobre esse tema delicado, parabéns.
No meu pinto de vista, a questão é: o convÃvio. Nossa mente assimila naturalmente aquilo que lhe é familiar, cotidiano. Para perceber o outro, diferente, como algo natural, temos que conviver bastante com ele.
Somos todos racistas sim. Nossa sociedade é racista! E ainda precisaremos de muitas décadas de auto-reeducação para sair dessa!
Tati, segredo pra para de ser qualquer "ista": passe a encarar a todos com naturalidade, sem distinção. Seja negro, gay, autista ou marciano. Se as pessoas se tratassem com a naturalidade e o pré-conceito de que somos todos iguais nas nossas diferenças, o mundo seria um lugar muito melhor. Amei o texto.
Concordo que isso ajuda a resolver parte da questão, Claudia. O problema, para nós racistas, é ser impossÃvel “encarar a todos com naturalidade” de forma natural! Sim, temos que nos policiar e nos esforçarmos para fazer assim, mas me incomoda a hipocrisia do ato. Meu inclusive, claro...
Texto corajoso, estou me sentindo nua, obrigada Tati!
Ah, eu já sabia. Todos vocês - das pautas identitárias - são racistas de carteirinha.
Acho que entendi perfeitamente o texto, senhor Matheus: uma senhora da alta classe média paulista diz que é racista porque é mesmo. Quanto a essa história de racismo estrutural e naturalização do racismo, funciona assim: racismo estrutural é o que se aponta no outro e naturalização do racismo é aceitar a raça como um critério cientÃfico válido. Se raça serve para entender o mundo - para os nazistas servia bem - pronto!... Naturalizou...
Flávio, faz o seguinte: leia o texto. De novo e de novo, até o olhinho arder. AÃ, quem sabe, você interpreta algo corretamente.
Agora só falta conseguir diferenciar o reconhecimento do racismo estrutural da naturalização do racismo... Com esforço e leitura você consegue!
Adorei. Muito bom!!
E olha que nem somos brancos de verdade...
Tá falando de quem?
Que texto mais espetacular!
Triste existir somente uma menina negra na escola do seu filho, mais triste ainda é fazer disso uma coisa do outro mundo quando você a viu. Por causa de pensamentos assim é que aumentamos esse apharteid brasileiro... Mas não se culpe, também já notei isso na faculdade a 15 anos atrás, só tinha um em meio de muitos, mas escolas e supermercados caros, também quase não se vê. Muito fohdha...
Procure um psicanalista.
Ricardo, acredito que a questão não é só de psicanálise, é estrutural.
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