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Quer dizer que o velhinho moribundo, além de ser pobre, desassistido e sofrer dores excruciantes, não pode ter o direito de dispor de sua própria vida? O mesmo vale para o valor da democracia: pra que diacho me serve o direito ao voto se sou obrigado a escolher entre um ladrão e um legume?
O autor não é uma mente livre, como quer aparentar. É um conservador totalmente alinhado com ideias conservadoras, que evita dissentir dos princÃpios reinantes no seu grupo. Sua crÃtica ao "politicamente correto" é sempre exagerada e falaciosa. Nunca escreve nada que transcenda o banal.
Em resumo, o Coutinho é contra a eutanásia e a favor do suicÃdio, pois neste não haveria interferência externa... Devo lembrar que os médicos ou quaisquer outros profissionais d Saúde não seriam constrangidos a participar de algo com o que não concordam, pois quem não concordasse com tal prática estaria liberado. É o tipo do assunto que se deve descer da torre de marfim para discutir ou permanecer calado.
Acho que o colunista "desceu a torre de marfim", sim, ao colocar o ponto de vista dele, inclusive com argumentos. Sua premissa de achar que a discussão só existe com quem concorda com seu ponto de vista é rasa e equivocada, para dizer o mÃnimo, e reflete o atual estado de coisas que estamos vivendo neste paÃs há pelo menos 15 anos: o extremismo desenfreado da esquerda e da direita.
Se entendi bem, o autor não deveria ser contra a eutanásia e sim contra a falta de acesso dos mais pobres aos cuidados paliativos.Uma vez fornecidos os cuidados paliativos e se, mesmo assim, o paciente optar pela eutanásia, negar-lhe essa opção seria uma crueldade. Os sentimentos do médico não vêm ao caso; ele é apenas um instrumento. Assim com um médico contrário à eutanásia pode se ver obrigado a fazê-la, o inverso também pode ocorrer: manter vivo quem o médico acha que deveria ser eutanasiado
Errado, meu bom portuga...Achar que a disponibilidade ou não de 'cuidados paliativos' é razão de afastamento do direito a decidir sobre o arrastamento de uma vida miserável tem nome: crueldade. Coutinho é um sujeito atilado e bem informado, mas com esta posição se aproxima perigosamente da casta dos intelectuais 'nefelibatas' - uma espécie de platonismo arrogante e lunático. Errado.
Ponto importante da discussão: sem cuidados paliativos restará ao indivÃduo optar pela eutanásia? Se a opção pela antecipação da morte for nesse tempo, pode ser que sim. Mas a discussão posta nestes termos esconde outras hipóteses, como seja, a disposição de vontade para ocorrência futura. Além disso, a discussão em termos de pura liberdade também é falaciosa, pois oculta a discussão sobre a correlação vida digna-morte digna. Existe um direito a morrer com dignidade?
As notÃcias E artigos que a FSP está publicando desde Ontem sobre o suicidio assistido tem Franca conotacao de contrária. O soberano parlamento português aprovou (aceitou) as 5 propostas sobre e tema. Agora essas propostas vão ser estudadas ruma lei será feira e resubmetida ao soberano parlamento.
A coluna me abriu os olhos para uma questão colateral no debate sobre a eutanásia: em que contexto essa manifestação de vontade é legÃtima? Deveras, quem está em sofrimento sem ter tido o acesso a cuidados básicos de saúde pode optar por morrer, mas é uma situação diferente da de quem teve os cuidados médicos e se encontra “terminal”. Houve omissão ilÃcita do Estado e da sociedade no primeiro caso, o que conspurca a manifestação de vontade, a meu ver.
Não acho que seja "decente" quem seja contra a eutanásia. Se a pessoa declarou em vida aos familiares que não gostaria de se tornar um vegetal por anos essa escolha deve ser respeitada. O ser humano não é um tamagochi pra ser cultivado em cama de hospital sem consciência, sem conseguir exprimir vontades. Moralismo religioso não serve a todo mundo.
O grande problema da discussão sobre a eutanásia é a utilização de dogmas religiosos (o próprio jornalista é funcionário de uma universidade católica). Além disso, a eutanásia não é obrigatória para quem é doente terminal, ele e/ou a famÃlia decidem. Os cuidados paliativos também são discutÃveis: o paciente pode virar um vegetal, talvez por anos, acumulando escaras etc. A unica coisa que muda é que agora existe mais uma opção, só isso.
A pessoa tem sim o direito de dispor da sua vida como achar melhor, tanto que decide se alistar para morrer numa guerra em nome de uma ideologia, para “ defender sua pátria” ou seja, a ideologia dos donos do poder... É muito fácil discorrer sobre o direito das pessoas sem estar vivendo na pele delas, ou seja, filosofia nessa hora não vale. Muito bonito porém pouco prático. Uma morte digna , com ou sem cuidados paliativos é direito de todos.
Concordo. Nunca entendi essa questão da eutanásia. Se o indivÃduo quiser se suicidar (e muitos o fazem) é seu direito. Mas constranger um médico a tirar a vida de alguém, que por diversos motivos não tem forças para fazê-lo por si mesmo não é correto.
Os mais ricos já tem todas as opções disponÃveis, e esse argumento não serve como um argumento contra a eutanásia. A vida quando inviável, se torna apenas um prolongamento irracional do sofrimento, gastos e esforços da medicina, que poderiam ser melhor aplicados em vidas viáveis, que muitas vezes se perdem pela falta de recursos. Quanto à banalização da morte, desde que por motivos justos, não tem como ser mais banal do que já é.
Realmente está errado. É um pensamento conservador. A eutanásia é um direito do paciente. Além dos poucos paÃses citados, outros já realizam a eutanásia, sob formas variadas.
Sr. João, banalização da morte é o que temos, por exemplo, no Brasil, onde mata-se a qualquer preço todos os dias. Eutanásia é outra coisa. É a aceitação do direito ao descanso daquele que já não pode mais viver. Duas coisas absolutamente distintas. Pense nisso.
O João ainda não aprendeu que no Brasil temos um sério problema com o uso das palavras. Quando a pessoa diz que o outro é conservador não está se referindo à s suas tendências polÃticas ou ideológicas, mas à coisas mais mundanas como o modo de vestir, à falta do comportamento frenético tÃpico do Brasileiro e principalmente à quelas pequenas práticas comportamentais que diferem o fidalgo do ruão.
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