Ilustríssima > Saiba o que os grandes filósofos estão dizendo sobre coronavírus Voltar
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Estamos vivenciando um evento de altÃssima entropia. Nesta base, altamente improvável de prever o futuro, qualquer visão de futuro será uma mera ilusão. Tudo pode acontecer, até mesmo nada.
Crises são oportunidades, tendo esses termos o mesmo ideograma na lÃngua chinesa. Vejamos: A 1a Guerra gerou a revolução soviética, a 2a Guerra a Pax Americana, e a Covid-19, o que está gerando? Uma Europa decadente, os EUA catatônicos, e a China...usando pragmaticamente sua filosofia milenar. Quem diria que o saco de pancadas das potências dos séculos 19 e 20 deixaria o mundo de joelhos no 21? No paÃs onde todos os lÃderes, desde Deng, são engenheiros, restaria dizer: Sorry, periferia.
Fabrica-se dezenas, centenas de toneladas de produtos quÃmicos todos os dias, sempre pelo lucro e consumismo, remédios, desodorantes, insumos agrÃcolas, etc. O que poderia ser feito de forma natural passou a ser industrializado. Deu no que Deu. Algo fugiu do controle. O lucro não previu isto, ou se previu mostra ainda mais a sua cara a sua sanha. Esqueceram que pra se ter lucro é preciso vender suas porcarias e pra isto é preciso de gente, se morrermos todos, onde vão enfiar seus trilhões???
O grande capital criou a globalização, destinou a cada pais uma função. Os pobres produziriam matérias primas de pouco valor agregado, os ricos financiariam e criariam o desenvolvimento de artigos, e a china fabricaria, sempre pelo LUCRO. As fabricas do primeiro mundo foram transferidas pra China e na ânsia de mais lucro criou-se um consumismo exasperado, sem controle. Todo mundo troca de carros, computadores, celulares, roupas sem nenhum controle.
A pandemia tem um mérito: desnudou as contradições da época. As reações humanas ante a perspectiva da morte e o medo do amanhã; a banalização do sofrimento presente e a sensação de vazio perante o amanhã. Mais do que a religiosidade observa-se a sensação de abandono do ser. Ao contrário do que seria de esperar, a rapidez com que são dadas as informações não permite reflexões sobre a condição humana. O pensamento filosófico sobre o ser em dissolução coletiva está em elaboração dúbia.
Há filósofos e há filósofos. Desde o maluco que nega a existência da crise, imputando-a a manipulação bozonalÃstica, ao preclaro David Harvey. O fato é que o mundo será outro, muito mais Keynes que Hayek ou Mises. Na realidade, o modelo chines se impõe como o mais humano e promissor.
Estranho os apontamentos filosóficos. A filosofia sempre olhou para além das evidências primárias. Os textos, no entanto, são comentários em primeira pessoa, voltados para estrutura compreensiva de seus intercolutores. Isso não reconstrói as mensagens que nos circundam e que seguem indecifráveis. O que me parece caracterizar nosso momento são as incertezas e a desconfiança sobre tudo e entre todos. Falta-nos um referencial comum, estamos à deriva, seja isso bom ou ruim.
Referencial Comum........humm.....será?
A questão que se nos impõe agora é: passada a pandemia o mundo será o mesmo? A globalização, o neoliberalismo, a democracia... sofrerão grandes fissuras? Quando tudo voltar ao "normal" teremos um mundo melhor? Creio que muito pouco vai mudar. Talvez alguns conceitos só mudem de nome. E como disse F. Pessoa: as coisas não têm nome, têm existência. Por exemplo, a barbárie talvez passe a se chamar patriotismo. Como disse o Cony, o ser humano não merece salvação.
Bom, agora que os filósofos brasileiros tiveram acesso a essa matéria, estamos ansiosos para aguardar o resumo do que vocês entenderam e a publicação! Se apressem hein! Está valendo like.
Não acredito que momentos de estrépito sejam os melhores para predizer o futuro; são aptos, sim, para tentar compreender o presente. Bobbio deu uma resposta fantástica a isso: ele se recusava a ser profeta, quando perguntado pelo futuro da democracia. Mais análise e menos profecia, afinal, não sabemos nem se amanhã o Cavalão irá mitigar os efeitos do isolamento necessário à contenção da epidemia, quanto mais se sobrará qualquer "ismo" para governar a nossa "vida nua".
Faltou a opinião de um ilustre filósofo brasileiro: tudo não passa de um grande plano da ditadura chinesa para destruir o ocidente, além de que, a tal, cloroquina é a cura que incrivelmente todos tentam esconder.
Ele ainda está consultando o horóscopo.
É um cenário novo, embora a História por vezes se repita, mas teremos grandes modificações sociais, politicas e econômicas para que a sociedade global evolua, sem a exclusiva soberba ganância do lucro e com maior efetividade e equidade na distribuição de riqueza.
Aqui no Brasil, com certeza não. Já viu a quantidade de golpistas querendo se apropriar dos 600,00 para quem precisa?
Só blá blá blá o brasil já teve um ex-presidente filósofo, mas ação em seu governo no social foi inerte.
E no Brasil ninguém discute nada? Triste constatar que nossos "filósofos" (meros professores de filosofia aboletados em universidades publicaa) se limitem ao debate ideológico vazio.
Vazio? Só para quem não entende nada.
Onde assino, Aimar?
Desde que Tales caiu em um buraco que a filosofia tem problemas com o chorinho miúdo da vida prática. O grande Sartre deu muita mancada quando virou jornalista e temos o sublime comentador de Aristóteles, Heidegger, do qual é melhor calar sobre seu encontro com o cotidiano. Ao falar do dia-a-dia, o filósofo cauteloso devia usar pseudônimos: João das Couves, Maria Formiga, ou seja, falar como uma pessoa qualquer, sem o prestÃgio de 2500 anos de Filosofia.
Lamentei também pela ausência da opinião de Richard Sennett, sociólogo que tanto se debruça na compreensão do comportamento da sociedade, em relação ao trabalho principalmente.
Obrigado! Confirmei uma velha suspeita: aconteceu - infelizmente! - com a Filosofia o mesmo que com as Óperas. Não se fazem mais grandes Óperas e a filosofia atual parece Nixon in China, de John Adams.
Gostaria de saber se este Dr Agamben está em casa ou passeando pelas ruas
Faltou consultar os filósofos brasileiros. Há muitos com ideias originais sobre o momento atual.
Úrsula Passos dá uma boa sugestão do que fazer em confinamento total; é pena que a preponderância de 'comunicação em rede' torne a ponderação de ideias tão antiga e ultrapassada como "chamar ambulância de assistência' e achar que 'pornografia é só saliência' (Ney Lopes).
Está escrito em jeremias 28-18 = A luta de jeremias com o falso Profeta : " Quinhentas noites após a escolha do falso messias, o verdadeiro filho de Deus nascerá e morrerá, e o fim do mundo chegará "
Eu acho que ele quer dizer que Jesus volta quinhentas noites após a posse de Jair ‘Messias’ Bolsonaro, o falso messias. Ou seja, daqui a 32 dias.
Oi?
E da� O que significa isso? É um aforisma filosófico? Ensina algo?
Por que não consultaram Wladimir Safatle? E Marilena Chau� No Brasil há muitos.
É verdade. Temos grandes filósofos, como esses dois, além de A.C.Mazzeo, Karnal, excluindo o inteligentinho Pondé.
Uma boa reunião de ideias. Mas achei que ficou faltando a análise feita pelo Harari dias atrás no Financial Times.
Nos meus tempos... O corona era um chuveiro Esquentava, ou nem tanto Nem sabia eu o quanto Era bom nem ter dinheiro Tinha Beatles, tinha ELP Era bom andar na chuva Tinha suco só de uva Nem sabia cantar "Help" Mas ouvia muitas coisas Do passado, epidemias Bem distantes, nem sabias Tu da vida e agora ousas Por as roupas nos varais Vida em casa no reduto Fugitivos de um luto que esperas nunca mais Mas espero que te encontres Sabiamente em calmaria Entoando simpatia Na visão dos horizontes
Acho interessante que o Slavoj Zizek, que sempre teve essa pose de showman fanfarrão, seja uma das vozes mais razoáveis em meio a tantos intelectuais falando abobrinha. (O David Harvey também acertou em cheio, mas esse sempre foi um sujeito respeitável). A conclusão polÃtico-filosófica que se tira da crise é simples, há pouco espaço para esse festival de abusos do jargão foucaultiano: o neoliberalismo é inviável em situações de excepcionalidade, continuamos precisando (e muito) do Estado.
Análise mais que perfeita, Henrique!
Henrique, biopolÃtica é jargão foucaultiano abandonado por ele a partir de 1979, pela noção de governo. No curso que deu sobre neoliberalismos, ele entende não haver um neoliberalismo como universal e abstrato. Mas a experiência de cada paÃs é diferente, e estudou o ordoliberalismo alemão, mais regulatório e o americano, mais radical, e que o fascinava. PaÃs onde pensou ir morar.
O neoliberalismo é um modelo polÃtico-econômico frágil e instável, de difÃcil sustentação a longo prazo e incapaz de apresentar respostas a todas as vicissitudes da experiência social. Basta a primeira excepcionalidade para que sejamos forçados a readmitir o planejamento econômico centralizado, o assistencialismo etc.
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