Hélio Schwartsman > Podemos usar cobaias humanas? Voltar
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Isso é um ato em prol da humanidade. São voluntários que assumem os seus riscos. Isso aconteceu em Chernobyl e em Fukushima quando voluntários adentraram no coração nuclear dessas usinas para consertarem vazamentos radioativos. Antiético, desumano e imoral é o SUS entrar em colapso por falta de leitos e UTIs para pacientes com Covid-19, enquanto na rede hospitalar privada sobra leitos e UTIs. Vamos lá governos (federal, estadual e municipal) e Brasil S/A e Ltda, paguem essa conta.
Apenas gostaria de observar que o nÃvel de informação dos voluntários de Chernobyl a respeito do que se passava estava longe da realidade catastrófica da usina.
O verdadeiro motor da descoberta da América por Cristóvão Colombo não foi apenas a procura de riquezas na Ãndia. Foi o enorme pavor dos cristãos-novos endinheirados da Espanha de irem parar nas fogueiras da Inquisição. Três deles foram os principais financiadores da primeira expedição de Colombo, que partiu à meia-noite do último dia em que judeus poderiam pisar em solo espanhol, antes de sua completa expulsão. Uma viagem dessas acarretava um considerável risco de morte para os navegadores.
Bibliografia - Sails of Hope: The Secret Mission of Christopher Columbus - Simon Wiesenthal.
Colombo estava em busca das 10 tribos judaicas perdidas, na Ãndia, e assim, de um local para onde os judeus e cristãos-novos, como ele próprio, poderiam fugir. Levou com ele um tradutor do hebraico. Os financiadores tinham a esperança de que essas tribos judaicas, perdidas desde a época de Sanheriv, pudessem lutar contra a Espanha e Portugal, por eles.
Helio a analise de ético e não ético vale para qualquer situação de vida. Seria interessante verificar como atuaram os cientistas e qual a aceitação do mundo quando se trabalhou sobre descobrimento de outras vacinas ou medicamentos para acabar com pandemias. Por exemplo, variula, tuberculosis, sÃfilis, poliomielites, etc.
No inÃcio da medicina era comum pesquisadores se auto inocularem com agente infeccioso. Em 1901 mais ou menos os Drs EmÃlio Ribas Adolfo Lutz e outros se deixaram ser picados por mosquitos que haviam tido contato com doentes graves de febre amarela para comprovar que os mosquitos eram transmissores. Hoje isto não seria permitido.
O diabetes mellitus tem esse nome porque a urina do paciente tinha gosto de mel, em contraposição ao diabetes insipidus, por deficiência de hormônio antidiurético, da hipófise, em que a urina era insÃpida, ou seja, não tinha o gosto doce, caracterÃstico da falta de insulina do pâncreas. Eram outros tempos, em que alunos destemidos, que queriam impressionar, eram de extrema importância.
Um experimento em anima nobile dessa natureza não só feriria a Declaração de Helsinque como também poria em dúvida a sanidade mental de seu eventual proponente. Alem de escabroso, seria inconclusivo, pois não se saberia se o inoculado que permanecesse são assim estaria por sucesso da vacina, ou se pela própria natureza da virose, que não desenvolve doença em boa parte de infectados. Ademais, uma das propriedades da vacina, a duração da proteção conferida, tampouco seria esclarecida.
O colunista, embora acompanhado da esposa que é médica, continua sob o manto do pânico por um monstro invisÃvel. Continua falando como se a praga estivesse em se entorno e faz inculcar o seu medo aos leitores que prezam o jornalista. Não seria melhor, nessas incertezas, observar os fenômenos de um microssistema para entender o macro? Por exemplo, entre os conhecidos, amigos e parentes do colunista, qual foi o percentual dos que se infectaram com esse vÃrus, se internaram ou morreram?
Para um parasita a invisibilidade não é fraqueza, e sim força. A propósito, a esposa do colunista adoeceu de covid-19, como ele comentou há alguns dias atrás.
Cálculos estatÃsticos e matemáticos tradicionais pouco importam aqui. Pelo que se vê até agora, qualquer um no microssistema pode compor um grupo de risco sem sequer saber. Ninguém tem como prever se, ao adoecer por esse coronavÃrus, sairá de um hospital andando (ou numa cadeira de rodas, o que seria bom) ou embalado num saco direto para um contêiner refrigerado. Sinta-se à vontade para arriscar-se na sua bolha de 1%.
Monstro invisÃvel?
Nunca um caso de realidade pessoal pode ser exemplo para uma realidade maior.
Sim. Os jornalistas, pois eles se sentem imunes a tudo. Cavam as covas, agora ddeveriam se apresentarem p deitar. Palavrastem força, dependendo de como usa-la vc pode fazer pessoas morrerem. Muitos de vcs tem as maos sujas!
Etica é pacto, e pacto se faz pela vida, ou pelo menos a maior quantidade de vida. Vive-se pela causa não se morre por ela. Se um individuo resolve dar a vida por uma causa so pode estar doente, moral ou ideologica/e, e nesse caso a etica é permitir que um maluco possa tomar tais decisões. Tais tipos de altruismo ja matou muita gente. Homens bomba normalmente são jovens, nunca vi um velho se imolar. Eles tem causa, mas aprenderam a se precaver, desconfiam de causas que matam a si ou outros.
O pensamento utilitarista na ciência pode levar a consequências drásticas, acho temerária esta ponderação de a sacrificar a vida de um para o benefÃcio do grupo. Alguém poderia argumentar que aquele que se sacrifica decidiu de forma autônoma escolher o sacrifÃcio. A história da ciência nos mostra, e o continente africano oferece vários exemplos, que os voluntários "autônomos" em geral são provenientes das populações mais vulneráveis. Os voluntários quase nunca são das camadas mais privilegiadas.
Por outro lado. Temos uma pandemia polÃtica que nasceu em 1988. E esta não tem cura. É da cultura. Centrão com sua sabedoria patrimonialista das capitanias hereditárias bota qualquer governante de joelhos. Cargos. ”pudê”, “tomaladacá”. A pergunta que não quer calar. Afinal Calabar era um traidor ou um homem de visão?
Parece-me que aquilo efetivamente crÃtico nesse cenário não é a ética da ciência a servir à população mas, sim, a ética da empresa que, através do risco assumido por indivÃduos, eventualmente desenvolverá um produto. Poderão os participantes arvorar-se co-desenvolvedores e, portanto, merecedores de uma pequena parte dos lucros do produto? Porque, em um sistema capitalista, é essa a jogada, não? O ganho é positivamente correlacionado ao risco.
Se o sujeito pode correr o risco de escalar o Everest pode também correr o risco de tomar a vacina e, quatro semanas depois, se deixar contaminar pelo coronavÃrus. Uns 50 voluntários já bastaria para saber com certeza se a vacina é ou não eficaz. Sendo voluntários jovens e saudáveis, mesmo que a vacina não funcionasse a chance de morte é bem baixa. Pode-se até pagar uns 100.000 dólares para cada um que se apresentar para o experimento. Vai ter uma grande fila de gente tentando se inscrever.,
Cabe acrescentar que nessa fase do estudo, a vacina já deu certo em roedores e primatas...Quantos polÃticos assumem o risco de serem presos e roubam um dinheirão do erário público? Mas com Covid-19, não tem primeira, segunda e terceira instâncias, e não adianta a cumpanheirada dizer que o cara é o cidadão mais honesto do mundo!
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