Opinião > O vírus do pânico Voltar
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Estou curioso para saber quando a autora do artigo o entregou à Folha, para esta publicar somente agora.
Frente aos inúmeros artigos que temos lido a respeito do tema, inclusive de psicanalistas, este é fraco e ingênuo. ‘Por que alguém que nem é idoso, cardÃaco, obeso, diabético ou asmático entra em pânico‘? Porque todo mundo tem um idoso, cardÃaco, obeso, diabético ou asmático na famÃlia. Além disso, a morte pela Covid19, como se lê nos relatos dos recuperados e dos profissionais da saúde, é lenta e horrÃvel. Não é menosprezando uma que se vai solucionar os graves problemas do Brasil.
Obviamente, dos recuperados não se sabe da morte, mas dos sintomas.
Pois é, eu estou nessa toada de prolongamento da vida, no que estiver ao meu alcance, mesmo porque já encarei a morte de forma brutal como vÃtima de violência e de forma psÃquica no consultório de uma psicanalista (ao revisitar o trauma). Como tenho um mundo inteiro para conhecer, não quero dar trégua para a maldita tão cedo, quero travar o bom combate pela vida e pela liberdade, fazer dessa existência algo que faça sentido pelo menos para mim.
Dona Betty, tem algumas coisas que você enfiou o dedo na ferida e botou nóis a nu. Mas acho que a morte trazida pelo Sars-COV-2 é muito peculiar: sua chegada é invisÃvel; nossa eventual queda, silenciosa e bruta, da qual, entretanto, somos espectadores; o sofrimento, intenso, e a derrocada, solitária. Além de tudo, não se circunscreve a algum grupo societário ou subgrupo comportamental, como a AIDS em seu inÃcio. Melhor bater o carro e fenecer em 10 minutos, não?
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