Demétrio Magnoli > Nos EUA, o racismo saiu dos códigos legais, mas não das consciências Voltar
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Os Estados Unidos iniciaram sua independência com um protesto do chá, os protestos fazem parte da cultura democrática americana. Quando estive lá tinham só três pessoas protestando em frente a um banco porque tomaram sua casa, e os carros passavam buzinando mostrando apoio, e transeuntes levavam água e até lanche para eles. Trump parece que não conhece seu povo ao tentar criminalizar os protestos, agora com milhões nas ruas. Foi um tiro no pé, de bazuca.
Igual aqui, onde inclusive quem aja contra as leis em desafio, e pretende mudá-las.
O articulista mira a sua crÃtica, vou me abster de falar das ações afirmativas, mas não fala do que causou o empobrecimento da baixa classe média branca. Não adianta criticar as cotas raciais e aderir a estupidez do austericÃdio.
Os EUA está precisando de um novo Martin Luther King para liderar a luta dos negros. Com destruição quem acaba pagando o pato são a população que não tem nada a ver com a historia. Acaba favorecendo o Trump nas eleições. A policia americana não é bruta só com os negros. É bruta com os brancos também. Ontem no jornal nacional um senhor de idade branco tentou se aproximar de um policial e levou um empurrão no peito e saiu desacordado.
Demétrio Magnoli faz um panorama do racismo americano, em certa passagem diz "Na pandemia da Covid19, a ausência de um sistema iluminou o fosso das desigualdades sociais, com seus nÃtidos recortes sociais" no Brasil estes recortes já são seculares, e alguns sente falta apenas dos "seus" restaurantes e do Shopping Iguatemi.
Os EEUU jamais deixarão de ser Terra de Colonos, apesar de muitos a considerarem a Terra das Oportunidades, exceto se o migrante for tipo WASP. Os colonos ali aportaram vindos da Inglaterra, escravisaram negros africanos e sempre considerarão que negros(agora somados aos latinos) só servem para isso: servi-los e não podem ter a ousadia em demandar ascenção social, economica ou politica. A Guerra de Secessão e um tanto de outros exemplos, estão aà para provar.
Vejo o racismo muito mais como um problema de renda e cultura que de cor ou raça. E claro nos Eua que discrimina, alem de negros, talvez ate mais, latinos. Por uma coincidencia desastrosa, extratos mais pobres. Assim como é nos bairros mais pobres os focos de tensão. Gosto muito da comparação com japoneses, tambem diferentes, e chegaram pobres tambem. Mas ha uma diferença fundamental: vieram de um pais desenvolvido, vieram pra ensinar ñ aprender. E estão ai, perfeita/e integrados
O problema é mais de cor do que de renda. A prova disso é que a maioria absoluta os indicadores sociais positivos, se não forem todos, são ocupados por brancos ao passo que os negros ocupam os indicadores sociais negativos. O Brasil tem uma dÃvida imensa com os negros.
Ser contra a igualdade racial é a mesma coisa que ser a favor da exploração que os agiotas do sistema financeiro exercem sobre a sociedade. O lucro dos bancos é algo extraordinariamente fora de qualquer racionalidade.
Quase acertou Demetrio. Nos faltam lÃderes.
Faltam ideias ñ lideres.
A realidade do racismo no Brasil é diferente da Americana, mas a causa básica é a mesma: mentalidade baseada no princÃpio de que, para alguém ganhar, alguém precisa perder. Isso explica porque a diferença entre o preconceito contra cor e contra classe caminham lado a lado no nosso paÃs. Nos EUA o racismo atual se baseia na crença entre os brancos de que o avanço dos negros, latinos e outros grupos étnicos, implica em discriminação contra o grupo que gradualmente perde o status de maioria.
O maior problema de negros e brancos no Brasil é a diferença salarial entre o topo e a base. Os politicos recebem R$40 mil de salario mais auxilio moradia e uma leva de outros benefÃcios enquanto o salario merreca do governo vale 20% do valor legal constitucional. Quem está embaixo é muito difÃcil sair pobreza enquanto os polÃticos nem precisa se eleger para ficar ricos. Eles tem poder absoluto para aumentar os seus salários e criar benefÃcios a vontade.
Pelo visto a ideia de sociedade "Pós-racial" foi pro brejo.
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