Ilustríssima > Por que os brancos precisam ser antirracistas Voltar
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Racismo de direita e de esquerda igualmente representados, que lindo! Que maravilhoso o "esqueçam o racismo!" em nome da sagrada luta de classes e do direito à educação! Realmente, este é um paÃs atrasado!
E parabéns a Profs. Schwarz pelo belo artigo!
O que o texto afirma é que os brancos não deveriam se isentar de um problema que é deles também. Só isso. Os brancos precisam se conscientizar e pararem de defender uma suposta harmonia racial ou fazer sociologia barata do tipo " vamos tirar todos da pobreza e consequentemente os negros". Precisam entender que o racismo prejudica negros e que as polÃticas devem atender os negros contra o racismo.
No inÃcio dos anos 2000, Professora Lilian tinha uma posição reticente em relação à s ações afirmativas na modalidade cotas. Com o tempo, ouvindo e lendo intelectuais negros que pesquisaram e denunciaram o racismo estrutural no Brasil, ela foi compreendendo a urgência da adoção dessas medidas de combata à s desigualdades. Reinaldo Azevedo é outro que compreendeu não ser possÃvel esperar mais. E para os maus informados, as ações afirmativas nas universidades, por exemplo, tb incluem brancos pobres.
Você deixou claro que os nengros pobres também não estão incluso nas lutas de vocês.
O que precisa é unir negros e brancos para lutar pela regulamentação da lei constitucional que regulamenta o salario minimo. Nós. Oposição sindical apoiado por intelectuais e religiosos lutamos por 20 anos se reunindo p-elo menos uma vez por semana para poder aprovar a lei na constituição de 1988. Fomos traÃdos pelo Lula. O problema do negro está nas favelas. E não vejo ninguém lutando para tirar esse povo da pobreza. Só gente querendo se promover as custas da pobreza do trabalhador.
Realmente, este comentário é um belo exemplo do que o artigo condena.
Max Morel, você tem razão. Achei que o restante do texto fazia parte do outro artigo. Reconheço meu erro e aproveito para discordar da professora. Vários povos ao longo da história, brancos inclusive, foram vitimas de racismo e ainda o são hoje. Achar que é um mal que atinge só os negros e que o branco foi seu inventor é muito reducionismo que certamente não condiz com o gabarito da professora. Qualquer combate ao racismo tem que passar antes pela inclusão social da maioria, de qualquer cor.
Se os neanderthais tivessem sobrevivido no lugar da espécie sapiens (que aliás já esteve muito próxima da extinção), talvez hoje não terÃamos racismo por dois motivos: 1. Essa espécie só vivia na Europa e na Ãsia e 2. Eram mais inteligentes e portanto, saberiam respeitar mais os seus semelhantes
E eu que pensava que a ignorância inventou o racismo. Li e reli o artigo da professora. Não encontrei nele nenhuma afirmação de que "quem inventou o racismo foi a sociedade branca", apenas crÃtica a sua real omissão. Até porque ao longo da história várias raças brancas foram vÃtimas de racismo, segregação, preconceito e a professora certamente conhece esse fato. Mas os editores da Folha não se importaram em deturpar o conteúdo do artigo com um tÃtulo mentiroso, tÃpico do jornalismo de apelação.
Este paÃs tido sempre como de um "futuro promissor" tem exatamente na questão racial o seu grande impasse. Aà me parece estar o sintoma do déficit republicano e democrático que teima ciclicamente na nossa história. De certo modo, a abolição é ainda recente, não atingiu nem metade do tempo de vigência do escravismo. Combater essas permanências é condição para o nosso desenvolvimento e só será possÃvel se invertemos o projeto nacional voltado a imitar os EUA.
Texto interessante e preciso!
BOBAGEM essa mania de afirmar: não existe democracia sem ou não existe democracia com...quem fala isso é autocrata; lobo em pele de jumento. MAM
Você só falou bobagens! Falta racionalidade, fundamente a discordância não sendo redundante, crÃtica sem consistência é tÃpica do irracionalismo, sejo o fascista, seja identitário, duas faces de uma mesma moeda, ambos se encontram na intolerância e na revolta contra-revolucionária, por isso, a burguesia agradece!
A Racialização das relações sociais é a saÃda para dar fôlego a um capitalismo cada vez mais concentrador de riquezas em pouquÃssimas mãos. Ao encobrir a exploração de classe, base para á reprodução do capital, o identitarismo reforça o corporativismo, canalizando a justa revolta para reforçar as atuais relações de produção, a burguesia esclarecida e ciente dos seus interesses de classe, agradece!
Argumente, sem bobagem... MA
bobagem... MAM
Por trás do discurso pretensamente progressista do texto, há, na verdade, um certo lacerdismo. O que o discurso anti-racista liberal defende é simplesmente uma acomodação: mais empresários negros, mais juÃzes negros, mais diplomatas negros. Bom, e daÃ? Isso muda o que? Nada. Estruturalmente a divisão em classes segue intocável. É a exploração, e não a discriminação, o principal produtor de desigualdade.
Pois é, você tem a mesma mistura que eu. Também sou morena clara, mas tenho fortes traços negroides (os quais nao me incomodam) - boca, nariz e cabelos cacheados. No Brasil, circulando em meio de classe média ou alta nao sinto discriminaçao, porque o pessoal vê que tenho dinheiro para pagar. A situaçao muda, entre brasileiros fora do Brasil, onde graças a Deus tudo é para todos. O pessoal olha para mim e pensa: "Essa aqui pode ser pobre"!
Eu sou descendente de portugueses, indÃgenas e negros. Acho que a maioria esmagadora dos brasileiros é assim, muito embora possam ter diferenças fenótipicas. Sou moreno claro com cabelo bem liso. Como alguns indÃgenas são.
Aliás, a mÃdia estaria cheia de comentários contando experiências nao iguais a minha, mas muito piores, se se interessasse peloassunto e se os negros e seus descendentes tivessem a chance de ler. Mas o tema quase nunca é mencionado e as rarÃssimas vezes que isso acontece quase ninguém se interessa - porque sao leitores brancos que nao sao atingidos! Sobre outros assuntos há centenas de comentários; este artigo foi comentado por umas 15 pessoas - e até já é muito!
Continuando: Acabou aquele conceito de que estrangeiro é muito simples, pobre e só faz trabalhos rudimentares. A mesma coisa aconteceria (e espero que um dia aconteça) no Brasil se o governo investisse no sistema educacional público e os negros e seus descendentes tivessem a chance de exercer as prof. que você cita. A sua resp. ao meu comentário dá-me a impressao de que você também é mestiço/mulato, mas pelo seu nome acho que nao. Quer me responder? Continua
Boa noite Ulysses. A Folha nao nos dá espaço para longas dissertaçoes, mas vou tentar esclarecer a situaçao. Nos anos 60 a Alemanha contratou muitos imigrantes sem especializaçao para trabalhos duros. Durante algumas décadas estrangeiro aqui era associado com pobreza e analfabetismo. Só que os filhos deles nascidos aqui começaram a se revoltar e os polÃticos reagiram. Há vários anos todos têm as mesmas oportunidades oportunidades dependendo da sua competência. Continua
ENAIDE HILSE, usar a própria trajetoria de vida para fundamentar um ponto de vista me parece frágil argumento. Minha experiência neste paÃs é bem diferente da sua. Tanto que sua narrativa me causou espanto: falamos do mesmo paÃs? Cor de pele nunca foi uma questão para mim, mas pertencer a uma classe social, com certo modo de vida e geografia urbana demarcada sim! Entretanto, não nego o racismo, apenas digo que ele conseqüência, e não causa!
Em tempo: Sou descendente de brancos, Ãndios e negros. Nao sou N E G R A, sou M E S T I Ç A e gosto de descender dos 3 principais povos que formam a naçao brasileira.
Continuando: Os brasileiros aqui só nao cuspiam em mim porque as leis sao rÃgidas e seriam deportados. Quem nao é branco aqui e quer contacto com brasileiros tem que andar gritando o que a famÃlia possui no Brasil e o sucesso que já conseguiu na vida ( na maioria das vezes exagerando) - um verdadeiro horror! Felizmente os alemaes valorizam em 1° lugar a intelectualidade de uma pessoa. Agora estao fazendo protestos e criticando racistas. Num jornal bras. lê-se este artigo muito suave.
Ser esses acadêmicos que você cita muda toda a situaçao, Ulysses. Vamos pegar um exemplo muito prático. Pelé conhece discriminaçao? Sou mestiça e nao sei dizer se a discriminaçao no Brasil se refere à cor ou à classe social. Aà vivia em um meio de classe média e nem notava que era diferente dos meus amigos - em boa parte loiros. Estudei em Portugal e vim para a Alemanha com um doploma na bolsa praticar o meu alemao. Aqui é que fui conhecer o Brasil. Continua
Sim. Mas me parece que essa desigualdade escolhe cor. Nao creio que o negro rico juizes, medicos, advogados nao sejam destinatarios de racismo apenas porque sejam ricos. Eles se protegem mais, naturalmente. No entanto, mesmo diante da opulência daqueles que conseguiram alcancar riqueza material o racismo persiste. Finalmente, o tema esta tendo sua discussao ampliada.
não, é o delÃrio das soluções. MAM
Como historiador, considero fundamental que os leitores da Folha de S. Paulo conheçam melhor o problema da democracia e do racismo. Uma sugestão de leitura é o artigo "Dois paÃses, o mesmo dilema? Reflexões sobre a democracia e o racismo nos Estados Unidos e no Brasil", de Gustavo Mesquita, publicado na revista Estudos Históricos.
Obrigada pela indicaao. Vou lê-lo. Tenho visto e lido concepoes e percepções horrorosas sobre o racismo desde que o tema ocupou a midia recentemente.
Esta não é uma questão que se resolverá por meio de pregação moral como faz crer a autora do artogo. A linguagem normativa denota moralismo e autoritarismo ao mesmo tempo. O motor do preconceito está na maneira como a sociedade aloca pessoas e distribui oportunidades. Em uma sociedade de classes o preconceito se fabrica todos os dias e é "confirmado" pelo acesso desigual aos bens e serviços que são produzidos. O racismo, assim como outros preconceitos, é conseqüência e não causa.
"...não existe democracia sem racismo.. Então, nunca, never, existirá democracia. Não conheço nenhum paÃs sem racismo.
O texto da Dra. Lilian Schwarcz, historiadora e sociológa é brilhante. Conta de forma clara a história que as elites brancas brasileiras, portadoras de cegueira social e amnésia coletiva, fazem questão de negar. Por isso, o racismo estrutural e institucional é quase pétreo, aqui. São mais de 500 anos de história contada de outra forma. E isso não é diferente em grande parte do mundo em face do colonialismo e neocolonialismo europeu.
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