A violência contra os negros não precisa ser justificada. É uma espécie de violência primitiva e imaculada, que é infligida àqueles que são marcados como negros, ou seja, aqueles que foram atingidos por ignomínia e que deveriam suportar os traços de degradação para a eternidade. Então, sim, é consubstancial à realidade, à forma, e eu diria até à substância dos Estados Unidos e, porque não, ao Brasil. Achile Mbembe

Tenho feito um esforço para imaginar Donald Trump e seus asseclas tingidos de negro com a tez negra. Afinal basta um pouco mais ou um pouco menos de melanina. A expoeriência é deveras interessante. Experimentem! Aliás, façam-nas vocês também. Olhando-se no espelho, imaginem sua pele negra. Diferenças tão grandes são sentidas? Seus sistemas corpóreos se alterarão? Sua voz, o suor de seu rosto, seu nariz, sua boca... Imaginem...

Eu acho que quem escreveu esse artigo vive numa bolha. Em Fortaleza, todos os dias saem notícias informando o bairro, a idade, etc, de quem pega o covid19. Tenho a assinatura do Correio 24 Horas e vejo que na Bahia fazem o mesmo. Em Fortaleza, os bairros com o maior número de infectados são Meireles, Aldeota e Centro que são os 3 bairros mais ricos e de maior renda per capta de Fortaleza. Se o Meirelles fosse um país, teria uma renda per capta superior ao dos EUA e Japão.

Vemos aqui, pelos comentários abaixo, que Achile Mbembe está certo.quando diz: O racismo não é um acidente, é um ecossistema. E como pactos narcísicos da branquitude estão cá representados. Brancos que conversam, concordam, celebram, referendam outros brancos.

Com todo o respeito, a infecção pelo sarsCov em crianças tem índices desprezíveis, e fatalidade quase nula, exceto nas raríssimas complicações inflamatórias. Em adolescentes a infecção ocorre, mas as doenças graves e, menos ainda, as fatalidades, não passam de percentagens ínfimas. Não me lembro de ter lido nenhum levantamento sobre acometimento preferencial de alguma etnia, se é que existe algum.

Tomo a liberdade de acrescer o neoliberalismo ao racismo e ao fascismo. Não construiremos uma ordem social mais justa socialmente e antirracista se legitimarmos a governança neoliberal como padrão de política pública. Necessitamos trazer a política para dentro do Estado para que as forças democráticas possam suplantar as escolhas dos técnicos que tem como objetivo tão somente a remuneração do capital.

Como alguém pode produzir um artigo como esse quando as evidências estão disponíveis provando o contrário? Mesmo para alguém que nunca abriu um livro sobre Virologia, deveria ser claro que a única finalidade de um vírus é se multiplicar, independente de gênero, classe social ou cor da pele do hóspede. Misturar a epidemia com racismo ou eugenia chega a ser intelectualmente desonesto, para dizer o mínimo. Existem epidemias de nobreza, assim como epidemias de doenças.

É impressionante como a colunista manipula dados para mostrar o que interessa. Diz que os negros representam 59 por cento dos casos em adolescentes, sendo que a mesma disse, anteriormente, que os negros são 53 por cento da população. Mas para dar um ar de gravidade omite que a maioria da população é negra. Agora vão apontar que o vírus é racista tbm. Claro que os pobres estão sendo mais atingidos, isso ocorreu em todos os lugares, infelizmente. Agora nada justifica modificar números.

Mentira descarada. A doença atinge principalmente idosos, não crianças e adolescentes. Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/coronavirus-age-sex-demographics/

Perfeitamente, Cida! E o COVID-19 apenas acirrou o que sempre esteve em curso no Brasil: uma sucessão de políticas eugênicas, materializadas por omissões e ações do Estado e seus agentes. Tudo muito perverso, tudo muito cínico. Salvo situações muito pontuais, nunca houve no Brasil notícia de combate efetivo a esse estado de coisas. NUNCA HOUVE!