Demétrio Magnoli > Nos EUA, cor define ideologia; aqui, ideologia define cor Voltar
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Demetrio a posição do Dodô é dele. Quem entende o racismo inercial brasileiro como o eixo que estrutura a exdrúxula desigualdade secular e renitente vai direto ao ponto: polÃticas afirmativas em todos os campos. Nada de diversionismo que nos tira o foco.
Brilhante análise!Demétrio Magnoli é um dos articulistas da Folha que fazem minha assinatura chegar a uma década.O que é dito no artigo de Dodô Azevedo,aqui jornalisticamente criticado,aplica-se Mutatis Mutandis melhor ao PT e aos que ainda o seguem,sem exigir-lhe que mude de nome para PEB-Partido das Empreiteiras e dos Banqueiros.Que Deus nos ilumine a todos e um abraço fraterno em agnósticos e ateus!
PT! PT! PT! Desencarna, Larga o osso.
O artigo de Demétrio é realmente muito bom no que tange a identificação do vitimismo racial e em especial a afirmação de que “a polÃtica identitária precisa da discriminação racial que alega combater”. Não merecia um comentário como esse. Apenas oportunista e totalmente desconexo com as razões do texto. Perdeu boa oportunidade de ficar calado.
Ideologia também pode ser compreendida como falsa consciência, nesse caso, Dodô e o articulista parecem rezar na mesma cartilha, um identitário e outro liberal, porém ambos marcham juntos para negar a exploração de classe, seja em nome do capital, ou do corporativismo, que busca uma inserção privilegiada no capitalismo, nenhum busca avançar além do que está aÃ!
Gostaria que houvesse uma réplica de Dodô Azevedo a esse artigo. O texto de Dodô Azevedo é muito bem escrito. Me surpreendeu muito a insinuação de Demétrio Magnoli de que Dodô Azevedo afirma que o ex-ministro deveria ter uma determinada religião. Entendo que Dodô escreve que se deve respeitar as religiões de matriz africana, como quaisquer outras, e que é surpreendente que um negro aceite participar desse governo que incentiva o desrespeito a essas religiões.
O que mais me espanta é que, em resposta a um texto bem fundamentado, com lastro teórico, o Demétrio responda com um "e o Matin Luther King? E o João Cândido? E o Eusébio?", parece texto-resposta de blogueiro. E a parte religiosa me ofende em particular; eu, batista desde os 9 anos de idade, afirmo que a igreja batista é sistematicamente racista sim, fomos evangelizados por missionários do sul dos EUA, e antes da epidemia, numa EBD, ouvi ser falado da maldição de Cam (que seria a cor negra).
Finalmente alguém nesta Folha respeita o radical Dodô Azevedo como pessoa sujeita a defender absurdos. Outros fingem que não entendem o que ele escreve porque acham que criticar um articulador negro seria racismo. Parece a forma mais perversa de racismo, isso sim, tratar negros como coitados que não podem ser contestados. Esse radicalismo negro que cresce (inclusive se aproveitando das boas intenções dos outros) só nos segrega ainda mais.
Excelente artigo, análise perfeita e contundente de como o racismo deva ser encarado, sobretudo no recente caso Decotelli. Noutro plano, acho que o ataque ao ex ministro que nem foi se fez de forma muito rÃspida pela mÃdia. Por certo não haveria necessidade de dourar o CV, contudo creio que erros e falhas maiores de outros já ocorreram e nem por isso houve tamanho fuzilamento midiático.
Gostei do "tapão na orelha" que o Demétrio Magnoli deu no patético Dodô Azevedo. Respeitando a tal teoria do"lugar de fala", posso dizer, como negro, que não é de hj que o Sr. Azevedo não me representa, ele é apenas um radical arrogante, que tem que comer muito arroz com feijão para, um dia, falar pelos negros brasileiros...
Caro Marcos, os dois extremos (Dodô e Sérgio Camargo) não me representam, de forma alguma...
Caro João, com todo respeito: espero que nosso coleguinha da fundação Palmares também não o represente. Faço a comparação por que entendo que o Dodô, ainda que com equÃvocos, briga *pelos* Pretos. Aqueloutro, muito pelo contrário, briga *com os* Pretos, tal e qual o faria um feitor do senhor Coroné.
Caro Demétrio, também já estranhei a veemência com que o Dodô associa 'bom caráter' (ou o predicado da vez) à negritude. Acho isso um tanto simplório pra um cara com bons miolos como ele. Contudo, em outros pontos, creio que você pegou pesado, forçou um tanto na crÃtica. Tendo a aceitar a raiva de quem sempre viu as oportunidades lhe fugirem porque preto. É muito claro, pra quem conviveu, como até o imaginário infantil dos pretos da quebrada exclui as profissões mais nobres, é dolorido de ver.
O Demétrio citou e faltou explicar que João Cândido Felisberto (LÃder da Revolta da Chibata) era simpatizante do movimento Integralista. Outro exemplo curioso: O clube Grêmio de Futebol Porto Alegrense é tido como time de racistas e não simpatizantes de negros. Sabe quem compôs seu hino? LupicÃnio Rodrigues (um "loirinho de olhos azuis"). Valeu Demétrio!! É isso que você escreveu que muita gente estava tentando expressar e não conseguia a palavra certa.
José, creio que você está falando da complexidade inerente a ser humano, né? As pessoas podem, perfeitamente, ter contradições intrÃnsecas. É mais ou menos aquela história de que, visto de perto, ninguém bate tão bem assim da bola.
O fundamentalismo de Dodô o impede de ver além de sua régua essencialista. Se toda ideologia tem seus fundamentos, o fundamentalismo é o "ismo" que gira sobre si mesmo, impedindo-o de ir para frente, salvo se carregar o "ismo" nas costas, impondo-o a todos. Decotelli caiu porque mentiu em seu currÃculo. Se dizia doutor, e não era; registro um pós-doc que não foi feito; dissertação com 70% de plágio. Não foi raça, mas caráter.
Excelente artigo. Atualmente a onda do politicamente correto associada à força da comunicação instantânea das redes tem atuado como produtora de verdadeiras modas de comportamentos que, como toda moda, são gerais, superficiais e não modificam nada estruturalmente. Ponto um. O ponto dois, que é o mais essencial do artigo, o policiamento que os movimentos exercem sobre quem "deve" submeter-se ao destino de sua origem (de cor, de classe social, de espiritualidade) suposta é inconcebÃvel.
Exatamente, o racismo é mesmo uma discriminação contra individuos. Sempre foi e sempre será assim.
Muita boa matéria Mestre. O ser humano é falÃvel. Brancos, Negros, Ateus, Budistas..., todos acertamos ou erramos da mesma forma. Ao identificar e catalogar uma pessoa por posição ideológica, acabam colocando de forma pré conceituosa, no rol de inocentes ou culpados, do certo ou errado.
Pelo tÃtulo, nem li o tal artigo citado pelo Magnoli. Tem coisa que dá para ver que logo que é besteirol.
Pena, perdeu a oportunidade de ter um pensamento independente. Paciência.
Excelente análise, exatamente ao tentar se aproximar de comportamentos, nomes, idéias e até profissões que na cabeça doente de alguns membros do movimento negro, não lhes pertence, faz aumentar o racismo. Andar de roupa africana, usar cabeleira rastafári e até falar Português sem correção, sintaxe e pontuação adequada como já vi em alguns negros mais aguerrido, vai piorar muito a situação. Apesar da fraude em seu curriculum, DECOTELLI é um exemplo de estudo e trabalho. Deveria ser exemplo.
Perfeita a análise, Magnoli, e uma merecida reposta ao beligerante Dodô. No Brasil das últimas décadas o pobrismo (discriminação ao pobre) é uma ferida muito mais aberta do que o racismo. Devemos priorizar o combate à pobreza e desigualdade de oportunidades, pois, consequentemente, pretos e pardos serão os maiores beneficiados, com melhoria do padrão de vida e redução do infame racismo estrutural na esteira.
Belo comentário, Daniel. Traz uma reflexão com a qual podemos concordar ou não - eu, pessoalmente, acho substantiva, parece-me que em parte é isso mesmo. E apontar o Dodô como beligerante, creio que é bastante imparcial.
Melhor artigo que li nos últimos anos. Iria cancelar a assinatura, mas me fez mudar de ideia. Li esse artigo de Dodô Azevedo e também fiquei pasmo com o tratamento dispensado a Decatelli.
A polÃtica identitária que precisa da descriminação para sobreviver é a dos brancos, ou afinal brancos não tem identidade? O texto deixa claro que sim. Infelizmente o artigo de Dodô foi deturpado, ele não critica o fato do Decotelli ser evangélico, mas sim ter promovido perseguição a religião de matriz africana e etc. Enfim, mas não adianta falar, o articulista sabe exatamente oq Dodô escreveu e o que deturpou. Racismo a la Brasil é mais refinado que nos EUA, nisso somos melhores!
Pode crer, Solange, só não tenho certeza se foi desonestidade intelectual. Mas quanto ao nosso racismo ser bom, tô contigo e não abro.
Sendo a cor o tema do artigo, lembrei-me da fábula do escudo com duas faces de cores diferentes. Cada um deles (Dodô e Magnoli) contempla uma face do escudo; portanto, uma verdade parcial acerca do tema. Nenhum deles vê a totalidade do escudo numa questão tão matizada e complexa. Ao leitor a tarefa de fazê-lo.
Racismo e algo bom, d natureza humana. Foi fator d defesa entre grupos q viviam em guerras, por milhares de anos. O individuo diferente em tipo fisico, cor, costumes e lingua era potencial inimigo, disposto a matá-lo. A medida q as sociedades crescem e interagem tais fatores se diluem. O racismo hoje e pobreza. Veja descendentes de japoneses, tem uma identidade de raça claro, mas ñ são discriminados. Pq são ricos e cultos, vieram de pais adiantado, para ensinar ñ aprender.
O racismo estadunidense é segregacionista, o brasileiro é "assimilacionista" (no sentido que nega o problema)... Cabe lembrar: Magnoli era até ontem (não sei como é hoje) contra as cotas raciais com a desculpa de que "somos todos iguais... Antes das mesmas, porém, quase não haviam pretos e pardos nas universidades públicas! Então, fica difÃcil né?!
Durante muito tempo critiquei as ideias de Magnoli. Hoje elas começam a fazer sentido pra mim.
Há uma diferença crucial entre negros dos EUA e BR. Aqui a inveja impera. Pq aquele preto conseguiu e eu não? Ahhh deve ter vendido a alma para algum branco. Ahhh aquele lá se acha branco, não é digno de andar com nós. É isso... os próprios negros sabotam o seu semelhante de cor por uma ideologia ou por pura inveja.
Tive a mesma impressão do articulista ao ler o artigo de Dodô: a imposição de comportamentos, regras, religião como justificativa para construção de uma "identidade racial pura", ideologica e culturalmente alinhada, bem semelhante a ideais racistas defendidos por outros grupos humanos, com diferentes concentração de melanina na pele.
Demétrio não consegue deixar sua gota de sangue racialista (!) diluir-se, por isso não avança e persiste na construção de uma narrativa escorregadia. Óbvio que há diferenças entre o racismo aqui e nos EUA, mas uma semelhança persiste, independentemente se indivÃduos ou coletivos: muitos mais brancos são bem mais ricos que negros, e muitos mais negros são bem mais pobres que brancos. E isso é racismo prático, concreto, com ou sem ideologia.
Concordo com a ideia geral, mas acho que o articulista (que eu gosto e acompanho) se sairia muito melhor pegando menos pesado. A minha sensação lendo é “sim...mas não é beeem assim”. Por exemplo, comparar com a Damares, neste momento da história, é simplesmente ofensivo. Do mais, Dodô foi irônico... Há uma virulência que soa apenas ideológica e que assim não contribui em nada para a reflexão crÃtica que objetiva. Sugestão: deixe o texto descansar por uns dias, fale ohn, releia e depois publique.
Daniele, faço das suas palavras e da Solange, minhas: também me pareceu que é, mas também não é tanto assim. E sua sugestão é fantástica, minha vida de trabalho corporativo foi pautada pela mesma atitude: fiz pouca mer.da em relação a e-mails mal-educados ou idiotas. ;-)
Ou seja, se entendi bem você está pedindo a Megnoli pegar emnos pesado por causa da cor de Dodô. Mas, se Dodô tem razão, ele deve estar preparado para uma réplica a Magnoli.
Lembro da Djamila Ribeiro falando numa entrevista que a Condoleza Rice não era negra de verdade uma vez que trabalhava no governo Bush.
Descontextualizar falas também pode ser racismo.
Quando li o texto desse tal Dodo (para mim, bom jogador de futebol do SPFC, mas sem tÃtulos expressivos) desacreditei na besteira que meus olhos viam. A sociologia contemporânea tem criado categorias que servem mais para confundir, do que para ajudar a sociedade. Vide: lugar de fala, assimilacionismo, integracionismo, apropriação cultural, e outros.
Roberto, não o conheço (Dodô). Falo das categorias mesmo. Jargões mais polÃticos do que acadêmicos.
José, você considera Dodô sociólogo?
Senta o sarrafo neles Magnoli...
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