Antonio Prata > Preto no Branco Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Cadê a minha resposta ao Sr. Firmo?????
Sr. Frederico Firmo, desculpe demorara responder... Vamos lá O Sr. está falando de anos 80, eu estou falando de coisas muito anteriores. Meus ancestrais italianos trabalhavam na construção civil (peão de obra). Meu avô morreu soterrado em uma obra da FEPASA em 1929. Nessa época não havia exigência de boas aparências. Se o que eu escrevi são ilações racistas, o que o sr escreveu é "conversa mole para boi dormir".
Antônio, como sempre, cirúrgico. Infelizmente, uma realidade que segue firme e forte.
Meu comentário foi submetido à censura. Não sei porque, já que quis deixar meus aplausos ao autor e à mensagem. É absurda a hipocrisia das relação de classes nessa merda de paÃs. Estava melhorando um pouquinho, então os donos do navio negreiro retomaram o timão e, então...vamos a pique.
VERDADE. Presa a minha classe e algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta, diria o Mestre. Ousou misturar o branco e o preto, há muito tempo atrás. Melancolia, ousadia, atrevimento. Dia desses, ouvi uma frase, em uma rara excursão pelas ruas que me fez agradecer a quarentena na era bolsonariana: "é culpa do PT que os negros estão se achando gente". Perdi a vontade de sair de novo: passeio branco X asfalto preto, antes fossem cinza s .(s = letra quase morta, ou usada promiscuamente).
Sr. Daniel Soares Freire: Existem brancos nesse paÃs das mais variadas origens. O Sr. Prata se diz descendente de brancos de classe média alta. Esse não é o meu caso e talvez não seja o seu. Na época do final da escravidão a elite (da época) não deu a devida atenção ao enorme contingente de negros e miscigenados excluÃdos. Os italianos recém chegados não faziam parte dessa elite. Que dÃvida é essa?
A dÃvida é enorme, é do tamanho de um continente. É muito maior do que essa bustica chamada brazil.
Sr. Felipe Araujo Braga: A conclusão que o sr. postou a respeito do meu comentário é exclusivamente sua. Grato pela atenção.
Doloroso. Os olhos enchem d'água!
Clareza solar seu texto. E devo acrescentar: -quantos negros como eu podem acessar esta Folha e ver essa realidade que de tão chocante nos deixam sem voz, sem coragem e cheios de questionamentos as vezes inúteis. Afinal, nós sabemos os motivos, vocês não.
Grande e belÃssimo texto. Mas me pergunto: será que "classe média alta" seria mesmo o melhor termo para enquadrar os moradores do Itaim Bibi, com os seus metros quadrados incluÃdos entre os mais caros da cidade? Convido o autor à reflexão.
Nas ruas, muitas empresas e no transporte público temos 5% de brancos, basta sair da "bolha" para ver. A partir da década de 50, percebemos a evolução dos afrodescendentes na composição da população paulista, os brancos diminuem na composição étnica paulista. Basta sair da bolha
Mais um grande texto, Antonio. Parabéns e obrigado
O primeiro paÃs a banir o escravismo foi Portugal, em 1761. Todavia, o Marquês de Pombal direcionou o decreto apenas para Portugal Continental e suas colônias na Ãndia. No Brasil, se manteve até 1888, inclusive muitos anos depois da Independência, em 1822. Cultura é a ultima coisa que fica quando começamos a esquecer.
Sou mulher branca que mora na periferia quando entrei na faculdade num bairro nobre comecei a ver como a desigualdade racial era gritante. Praticamente tinha mais pessoas loiras de olhos claros onde eu estudava do que pessoas negras e quando eu pegava o trem para voltar para casa via muitas pessoas negras. Hoje para negar a desigualdade racial tem que fechar os olhos para uma realidade gritante. Texto mais do que necessário.
Qual é a cor de Deus mesmo!?
Deve ser transparente...
Colorido
Se vc o viu, diga vc!
Emocionada por um texto tao completo, eu mulher preta. Eu não vejo os meus nos lugares que frequento.
Em meus 62 anos tive muitos amigos negros, professores e colegas de trabalho. Exceto rarÃssimas vezes, nao presenciava atitudes de racismo e nunca vi um negro não ascender socialmente por ser negro, inclusive já tive gerentes acima do meu posto que eram negros e chegaram ao posto pela competência..
Qual era mesmo o seu endereço na Libéria? Ou era em Uganda que você morava?
E o que mais há de extraordinário na sua existência?
Ment...iroso!!!
Acredito que em SP essa realidade que o autor descreve seja mais comum. Aqui no Rio eu lembro de pelo menos um professor descendente de africanos, e em colégio particular. Na época me parecia natural, não via como isso era uma exceção. Na faculdade tive alguns colegas com essa ascendência.
Um! Entre quantos, cara pálida?
Belo texto ! O Antonio Prata sempre vai no ponto da questão.
Belo texto. Todavia, urge sairmos da reflexão, partirmos para a realização. Contudo, esbarramos na mentalidade racista e escravocrata que ainda permeia a maioria dos consciente e inconsciente brasileiros, independente da casta social a que pertence. HavÃamos caminhado um pouco. Por escolha de muitos, retrocedemos muito.
Achei o texto necessário para a reflexão do branco sobre o papel ainda nefasto de seu racismo velado. Até porque, se o autor convive tão pouco com negros, isso é uma questão de rever as escolhas que tem feito. Se estudou em um colégio sem representatividade negra e isso incomoda hoje, por que não pensou antes de matricular um filho em uma instituição que reproduz essa lógica? Pra preservar o privilégio de estudar em uma escola de elite ao invés de criar consciência social? Fiquei curioso...
Isso é o que você faria? Morando no Itaim, matricularia seus filhos na Vila Brasilândia?
Curioso? Simples. Contradições de uma sociedade extremamente desigual. Dilema de todos os pais conscientes: escola pública de má qualidade ou escola particular de boa qualidade? Os filhos devem ser prejudicados em sua educação em vista da injustiça social histórica? Se os pais conscientes batalharem em outras frentes (não votando em candidatos racistas, denunciando racismo, etc etc), discutindo racismo com os filhos, etc etc, já terão feito bom trabalho. Parabéns, Prata.
Pensei a mesma coisa. Por que não começar a mudar a realidade desta famÃlia Itaim Bibi parando de mentir para a filha, dizendo a verdade sobre a desigualdade e o racismo, escolhendo outros ambientes, outras escolas, outros lugares? Gostei do texto e da reflexão necessária sobre o privilégio branco, mas...
Ele apenas aponta o óbvio e não sugere nada para melhorar!
Quer medir a importância de uma texto autoreflexivo como este. É só começar a ler alguns comentários ai...o caminho por aqui é longo e urgente!
a discussão é de grande importância, mas nada está a ser feito.
Escolas básicas para pobres em todo o paÃs. Falem com Bozo, governadores e prefeitos. Nova (?) polÃtica.
É uma utopia imaginar que uma sociedade, seja ela qual for, vai distribuir vagas na escola, no trabalho, na polÃtica, em espetáculos públicos, ou seja lá o que for, obedecendo rigorosamente a proporção de negros, LGBTs, cristãos, muçulmanos, judeus, indÃgenas, orientais, etc existente nessa sociedade. Os que pensam assim acham que estamos vivendo em Marte, em outra galáxia ou num universo paralelo
Felipe, os direitos ( e deveres também) são iguais para qualquer cidadão. Todos podem votar, se matricular em escolas públicas (ou privadas se puderem), concorrer a cargos públicos, prestar concursos (desde que atendam ao que os editais exigem), participar de entrevistas para emprego, etc. Agora, se não conseguem, aà são outros 500. Não se pode privilegiar pessoas só porque não conseguiram aquilo que pretendiam, pois isso também seria discriminação
Pretos e pardos são mais de 50% da população, mas estão em sua esmagadora maioria em posição subalterna... Quase não há nos altos escalões de empresas e colégios privados caros... Não há algo errado? Quando adotam cotas raciais nas universidades as pessoas como você ainda dizem que está errado, é mole?!
Ok, Antonio! E o que vc está fazendo para mudar essa realidade?! A babá continua trabalhando no periodo da pandemia? Trabalho doméstico não é serviço essencial. Ja pensou em sugerir a escola em que seus filhos estudam adote politicas de ação afirmativa que vise a contratação de professores e o ingresso de alunos negros?
Perfeito. Foi o que eu pensei!
Adorei seu texto, mas, a discriminação pode vir dos dois lados, minha mãe é branca e meu pai é preto, para a famÃlia dela eu sempre fui preta; para a famÃlia dele eu era branca e a única vez que fui visitá-los não permitiram nem a nossa (eu e minha mãe) entrada na casa. Então, percebi que os pretos também são preconceituosos. Eu entendo a dificuldade, mas, até hoje não defini se sou branca ou preta, percebo o racismo pelos dois lados.
Racismo reverso não existe.
Isaac Newton, no século xviii , chamou isso de lei da ação e reação. Você "é contra"?
As cotas raciais são importantÃssimas por tudo isso que o caro colunista escreveu.
Achei o texto incisivo e candente. Muito além da origem étnica, me parece que seu foco é a cor da pele. Assim, o processo histórico escravagista deve ser contextualizado. Por isso, torna-se difÃcil a realização de comparações.
Agora que o inteligentÃssimo escritor homem branco descobriu que é um homem branco, o que ele pretende fazer para romper com essa bolha? Ou a ideia era só desabafar mesmo? Tanto escritor negro com reflexões profundas sobre as complexidades do racismo no Brasil, e a gente é obrigado a ler isso.
Concordo! achei um desperdÃcio. Os negros precisam sair da invisibilidade e o cara vai na contra-mão. Bate mais um carimbo racista.
Ana, não sei quem te obriga a ler isso além de si mesma, mas acredito que uma leitura não sufoca a outra. Leia os escritores negros e também Antonio Prata, que é muito bom e consegue ser honesto o suficiente para usar sua situação para explicar aos não negros bem nascidos que o problema realmente existe. O espaço que ele ocupa traz auto crÃtica tanto pra ele como muitos dos seus pares. A sua crÃtica não engrandece o debate, só tenta ridicularizar a iniciativa.
A condição da escravatura a população negra deixou consequências negativas, desumanas atemporais.
Continuando meu comentário: 2) .. Italianos vindos do Sul da Itália não receberam terras férteis em detrimento dos negros, pois esses Italianos eram enganados e viravam colonos em condições iguais ao dos ex escravos. 3) As pessoas brancas, descendentes de Italianos do sul da Itália e de classe média que o Sr. encontrou pela sua vida são filhos e netos de italianos (muitos analfabetos) que priorizavam o estudo de seus descendentes. Elas já haviam aprendido isso na Itália.
Prezado José Pimenta, até os anos 80 nos classificados de emprego existia uma célebre frase: exige-se boa aparência. Esta frase foi usada para negar trabalho a uma parcela muito grande da comunidade negra, principalmente em determinados postos. Se os imigrantes italianos sofreram ao chegar ao Brasil,( aliás tanto quanto sofriam na Itália), não tiveram que superar barreiras instransponÃveis como a desta frase. Palmas aos que superaram, mas não queira fazer comparações e ou ilações racistas.
A dÃvida é da sociedade branca como um todo, não de um ou outro grupo migratório.
Ou seja, os negros estão mal por que são preguiçosos?
Continuando meu comentário, já que a folha limita o número de palavras. 2) .... Essa história, que italianos ganharam terras férteis em detrimento dos negros é uma suculenta mentira. Italianos do Sul da Itália eram enganados e vinham para cá com promessas de terras e terminaram nas fazendas em condições iguais dos ex escravos. 3) Descendentes de Italianos analfabetos, viraram classe média e cruzaram com Sr. várias vezes porque seus pais sempre lutaram para seus filhos estudassem.
Sr. Prata, já há alguns anos atrás o Sr. dizia para sua filha ao passar em frente o estadio do Pacaembu em dia de jogo, onde a maioria das pessoas na fila de entrada era negra, que nós "brancos" temos uma dÃvida com os negros. Eu vou repetir o que disse naquela ocasião: Brancos descendentes de Italianos que vieram do Sul da Itália (Calábria e Nápoli) não tem dÃvida com os negros, pois: 1) Seus descendentes não escravizaram nenhum africano. 2) Não ganharam terras quando chegaram no Brasil.
Curioso o texto, mas racista. Tudo o que separa ou classifica as pessoas em pretos e brancos é extremamente racista. Onde não existe racismo não se enxerga a cor da pele. Já tive professores negros, advogado negro, amigos negros, colegas de trabalho negros e só parei para pensar nisto agora, depois de ler o texto. Onde não existe recismo, a gente nem nota a cor da pele.
Talvez seja o momento do autor começar a diversificar os locais de sua vivência e da vivência de seus filhos, pois já estouramos muitas bolhas sociais e continuaremos estourando.
Exatamente!
No prefácio que escreveu para o roteiro de Deus e o Diabo na Terra do Sol, do grande Glauber, o escritor Alberto Moravia se refere à vitória cultural dos negros sobre a injustiça e a opressão no Brasil. Do lado dos brancos, desde Joaquim Nabuco, Afonso Arinos e VinÃcius de Moraes, vai se pavimentando uma via de integração e fraterna igualdade. As cotas estão mudando rápido o quadro que o Prata pinta. Por aqui os moços negros estão levando as mais belas brancas... e com anel no dedo, sim senhor.
O tipo de separação mencionado pelo autor só ocorre da classe média para cima. Entre os pobres, todos convivem com todos. Negros, de fato, são maioria entre as vÃtimas de assassinato, mas a maioria de seus assassinos também são negros. Agradeceria se alguém pudesse citar um entrave legal ou paralegal para que um negro ou mulato faça um curso superior.
Exatamente, Cristina. Se a única forma de acesso a determinada porta é uma escadaria longa, Ãngreme e tortuosa, qual é a necessidade de se colocar placa proibindo o acesso a cadeirante?
Para quê? Entraves polÃtico-econômicos são muito mais eficientes.
Essa ausência de convivência é a realidade da classe média branca. Há um apartheid social não assumido, disfarçado cinicamente de democracia racial, conceito que só serve para naturalizar a violência e deixar tudo como está.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Antonio Prata > Preto no Branco Voltar
Comente este texto