Ilustríssima > Império não é avô da ditadura militar nem bisavô de Bolsonaro, diz professor Voltar

Comente este texto

Leia Mais

  1. Francisco Alves de Souza Jr

    Parabéns... Um texto que, longe de jogar ainda mais gasolina na atual polarização política do Brasil, joga luzes interessantes no período com seus fatos e interpretações... Muito bom...

    Responda
  2. Alaor Magno

    As Monarquias tiveram o seu fim quando as cabeças dos Romanov rolaram nos salões imperiais da Europa em 1918 durante a vitória da Revolução Comunista Russa em que a família imperial foi fuzilada e seus corpos escondidos em valas comuns. Os poucos sobreviventes de uma monarquia representativa no resto do mundo só levam os títulos e a parca miséria que alguns governos financiam para exaltar que um dia foram alguém no jogo político da época.

    Responda
  3. MARCOS BENASSI

    Texto interessantíssimo deste professor. Com a calma erudição de quem sabe onde pisa, desvenda um caminho possível para o desemburrecimento histórico do qual sou uma das vítimas. Não me lembro de minha passagem pelos bancos escolares ter me servido tão bem ele modo tão oportuno para uma interpretação corrente do mundo. Interessante que um professor de nome tão estrangeiro venha desvendar os fundilhos de nossa história com tanta competência... ;-)

    Responda
  4. Erica Luciana de Souza Silva

    Qdo se fala em monarquia brasileira, o q me ocorre é q se vc se hospedar em Petrópolis ou Itaipava, é acrescentado em sua fatura final uma taxa exorbitante referente ao apoio financeiro q até hj é dada a essa gente.

    Responda
  5. Dani Malevich

    Por que não falar do Haiti???? Medo?

    Responda
    1. Alaor Magno

      Foi a primeira republica das Américas, onde todos os brancos foram mortos e os escravos criaram uma nação livre do colonialismo europeu que fede a esterco de porco aristocrático.

  6. Dani Malevich

    Ok

    Responda
  7. Victória Silva

    Texto erudito. Por isso mesmo muito distante e inalcançavel àqueles a quem se reporta, os do povo em geral, que tem uma interpretação inviesada da históriada, promovida por simpatizantes do atual governo. Se o fim era esclarecer aqueles, termina por faverece estes últimos.

    Responda
    1. Giovanny Viana

      Victória, o autor poderia ter simplificado o texto a ponto de caber num desenho da Pepa Pig, de nada adiantaria. Os "simpatizantes do atual governo" vivem de "opiniões e convicções", e nada no mundo, nem a experimentação, os fará mudar. Estou concordando cada vez mais com o Zaratustra, de Nietzsche, que desce ao convívio dos homens e se decepciona porque eles não conseguem ou querem enxergar - e interpreto aqui esse enxergar como ter ponderação e pelo menos um mínimo de raciocínio crítico.

  8. Hercilio Silva

    Querer monarquia num país onde essa tradição acabou não faz sentido. As teorias minions são um amontoado de ideias supostamente conservadoras criadas no WhatsApp. Nada precisa fazer sentido, abraçar uma bandeira dos EUA ou de Israel é visto por eles como patriotismo, patriota de algum país se declara como tal abraçado a bandeira de outro país? E essa deferência a idade média?

    Responda
  9. Diego Correia Aragão

    Ótimo texto! Um bom contraponto à falácia insinuada daquele texto anterior, que criava uma relação bilateral entre o período Imperal e o reacionarismo olavista. Devemos nos lembrar que a criação de narrativas sobre um passado áureo e apropriação de símbolos daquele passado é uma das arma do fascismo. Foi a mesma coisa que os nazistas fizeram com a Roma Antiga.

    Responda
  10. Gustavo Carvalho

    Dizer de um regime escravista que foi ‘menos restritivo à liberdade’ que os demais da AL só mostra que esse tipo de estudioso só pensa a politica do ponto de vista da elite. Vá dizer isso aos escravos da época, pergunte a eles se não trocariam de lugar com os cidadãos argentinos da época de Rosas. Enfim, Nabuco, o ídolo do autor, chegou a dizer isso: que os negros prefeririam continuar escravos para que Isabel pudesse reinar (e ele pudesse ser o primeiro ministro, é claro).

    Responda
    1. RICARDO FERREIRA DA SILVA

      O Brasil adotou o mesmo sistema de branqueamento, com o favorecimento da vinda de estrangeiros para aqui trabalhar. lembra, do fim do século 19 e começo do 20, em que vinham para cá estrangeiros de toda ordem, sob o pretexto de que eram mão de obra mais capacidade que a aqui existente?

    2. Gustavo Carvalho

      A Argentina adotou uma política de branqueamento tanto quanto o RS na época do Império. O sudeste não exterminou os negros pq a economia da época dependia do trabalho escravo. O sul dos EUA eram um caso à parte pq o norte se tornou rival da Inglaterra, que estimulou a cisma entre o sul e o norte, apoiando o sul, em prol de seus próprios interesses. O problema da Inglaterra era com o tráfico mais que com a escravidão, e por n razões a escravidão no Brasil dependia do tráfico mais que nos EUA.

    3. Alexander Dugan

      A República Argentina da época exterminou os seus escravos depois da abolição, assim como fez com grande parte de suas tribos indíginas, para prevenir posse de terras. Não sei se cabe tal pergunta. Você nnca se perguntou porque praticamente não há negros na Argentina?

  11. Gustavo Carvalho

    O período entre 1885 e 1888 foi ultrareacionário, de repressão feroz ao movimento abolicionista. Isso mostra que o regime da época só parecia tolerante e ‘republicano’ pq não precisou, na maior parte do tempo, lidar com demandas sociais. E tb que a monarquia também não teve nada a ver com a suposta tolerância e progressivismo.

    Responda
  12. Gustavo Carvalho

    A monarquia brasileira não foi reacionária pq ela era o próprio status quo. O que os reacionários de hj sonham é exatamente que um regime social desigual e desumano volte a ser status quo e que não precisem mais ser reacionários; ficariam confortáveis na posição de conservadores. E eles têm razão em olhar para a época do Império em busca dessa utopia, pouco importa quantas línguas Pedro II falava. Tampouco importa se uma república novecentista seria essencialmente diferente.

    Responda
  13. Gustavo Carvalho

    O papel da monarquia, ignorado no artigo, foi ser fiadora da escravidão junto à Inglaterra, que havia isolado o Brasil com uma série de tratados que vetavam o tráfico (v. Alencastro). Se o Brasil fosse uma república (ou várias), o tráfico e a escravidão teriam que terminar muito antes, por bem ou por mal, ainda que por fraqueza do próprio regime. Independentemente das intenções dos agentes, o legado do sec. XIX seria muito mais positivo.

    Responda
    1. Gustavo Carvalho

      Claro que a abolição por si só não resolveu o problema, mas o primeiro passo tinha que ser dado, e o desafio da igualdade é maior no Brasil exatamente porque a escravidão foi mais intensa e durou mais tempo, e isso aconteceu graças à Monarquia. A Inglaterra determinou o fim do tráfico e um Brasil republicano não teria força para se opor, não é coincidência que todo o resto da América Latina tenha abolido a escravidão muito antes do Brasil.

    2. Alexander Dugan

      Perderam o pouco que tinham para os novos imigrantes europeus, que tomaram posse das terras conquistadas após centnas de anos de escravidão, é so pesquisar para saber como o sul do Brasil foi todo "europeizado" a fogo e bala, talvéz se espelhando nas repúblicas rio-platenses, deixando até hoje um legado de racismo muito profundo na região, isso só para citar um exemplo.

    3. Alexander Dugan

      As repúblicas da época eram tão fiadoras da escravidão quanto a monarquia, vide a norte americana, é só observar como as novas republicas lidaram com esses novos "cidadãos" negros, que nunca foram tratados como tal, foram sim relegados a própria sorte sem nenhum tipo de suporte, ma fachada os novos governantes republicanos se pintavam de libertadores e democratas, mas por baixo dos panos deixaram ocorrer massacres e todo tipo de abusos comtra o povo negro.

  14. Gustavo Carvalho

    O autor tb foge do ponto ao enunciar datas de abolição. O ponto principal é que todos os países citados, e tb os EUA, aboliram o tráfico negreiro no início do século XIX. Assim, com exceção do sul dos EUA, caso muito diferente da AL, pois tinha força para resistir ao bloqueio inglês, os demais países já tinham população escrava mínima por volta de 1850. Quanto ao México, é um acinte dizer que tentaram arranjar um rei. A França tentou colocar um rei fantoche lá, que os mexicanos assassinaram.

    Responda
    1. Alexander Dugan

      Abolir no papel é muito simples, a escravidão perdurou com outro nome, a neo-servitude.

  15. José Cardoso

    Uma grande aula de história na manhã de sábado.

    Responda
  16. Gustavo Carvalho

    Primeiro, se a monarquia não teve nada a ver com a escravidão, tb se poderia dizer que não teve nada a ver com a integridade territorial, sem levar em conta se tal integridade é mesmo alguma vantagem. O Chile e Argentina, uma vez constituídos, não se esfacelaram. Ao contrário, aumentaram seus territórios. E é inegável que hj têm sociedades mais igualitárias e melhores que a nossa.

    Responda
    1. Gustavo Carvalho

      É preciso ler O Trato dos Viventes para entender que a importância do tráfico negreiro na sociedade brasileira, do século XVII a 1850 foi se tornando maior que a da própria agricultura baseada no trabalho escravo. Na conclusão do livro ele projeta a situação no período imperial. Para ir direto ao ponto, ver O Tráfico Negreiro e a Unidade Territorial Brasileira, do mesmo autor. Quanto ao Lynch, ele acha sim que o Império não teve nada a ver com a escravidão, e escreveu isso no artigo.

    2. Alexander Dugan

      Não dá para associar causa e efeito dessa maneira, primeiro a população brasileira ja era bem maior e diversa que os outros países da região, o território nacional muito mais complexo e inóspito e com o grande problema que a grande maioria das terras agrárias disponíveis eram utilizadas para a monocultura de exportação. O Brasil não teve a facilidade que esses outros países tiveram em exterminar os ex-escravos e povos originários, pela amplitude do terreno e pela população bem maior aqui.

    3. Alexander Dugan

      O autor não toca nesse assunto, ele simplesmente esta tentando afastar ligações simbólicas que estão sendo feitas atualmente sem base histórica, ele justamente alerta pra a simplificação de temas yão abrangentes e multifacetários com intuito político.

    4. Diego Correia Aragão

      Ué, mas esse livro (O Trato dos Viventes) não trata do Brasil Colônia? O autor está falando do Brasil Império.

    5. Gustavo Carvalho

      O que falei sobre integridade territorial foi em contraponto ao que o autor do artigo disse sobre escravidão. Tanto se pode vincular como desvincular do regime monárquico, são hipóteses. Sobre o imperador ser o fiador da escravidão, leia O Trato dos Viventes, de L.F. Alencastro. O autor do artigo sistematicamente evita enfrentar as conclusões deste livro.

    6. Diego Correia Aragão

      A integridade territorial foi logicamente conseguida através da figura centralizadora do Príncipe Regente (depois Imperador). Por isso que se relaciona o regime com este fato. Já a escravidão, ela era apoiada pelos grandes agricultores, que não tinham compromisso algum quer seja com monarquia quer seja com república. Tanto é que muitos se tornaram republicanos após a Lei Ãurea. Em outro comentário você disse que a monarquia era "fiadora" da escravidão, pode explicar como foi isso?

  17. Gustavo Carvalho

    De forma pretensiosa, o autor pretende pairar acima da discussão, mas na verdade é indisfarçável que o artigo é uma defesa velada, senão da monarquia, do regime supostamente liberal exclusivista do segundo reinado. É muito comum em historiadores cientistas sociais liberais à la Nabuco a idealização daquele tempo, e principalmente da figura do Imperador. Mas sempre caem em contradições óbvias.

    Responda
    1. Gustavo Carvalho

      Como esse último artigo foi escrito por 2 historiadores, o Lynch, que é cientista político, foi menos agressivo na crítica, mas o que ele queria mesmo era desvincular o 2o reinado da escravidão e apresentá-lo como um período liberal. No fundo, há 2 idealizações do Imperio: a reacionária dos bolsonaristas e a liberal de pessoas como Lynch e Nabuco (Nabuco tinha a razão dele, pq perdeu a chance de se tornar a eminência parda do Brasil em um eventual 3o reinado).

    2. Gustavo Carvalho

      A história completa é a seguinte: ano passado a Ângela Alonso escreveu um artigo na Ilustríssima dizendo que os bolsonaristas gostam do Império pq foi uma época de atraso e violencia. O Lynch escreveu um texto dizendo que tanto os bolsonaristas quanto a Alonso entendem errado o Império, e ainda disse que não conhece nenhum historiador com a mesma visão do Imperio que a Alonso, que é socióloga. Aí saiu o artigo de semana passada, que reafirmou que a base do Imperio foi a escravidão.

    3. Alexander Dugan

      Entendi Gustavo, obrigado por fazer a associação, agora clicou!

    4. Gustavo Carvalho

      Não, ele está respondendo ao artigo de Thiago Krause e Paulo Pachá na Ilustríssima da semana passada. Ele no fundo acha que a associação dos bolsonaristas com o Império é injusta com o Império, que ele vê como um período liberal na vida política do país. Na verdade só pareceu liberal pq uma estrutura extremamente arcaica (já para a época) não foi desafiada.

    5. Alexander Dugan

      Eu acho que ele deixa brexa para discussão mas deixou de ser mais enfático porque o tema não era esse, não por querer defender a monarquia, ele não esta fazendo uma recompilação histórica linear, ele só esta alertando para o perigo de querer pintar o período monárquico como uma entidade única e associá-la ao conservadorismo reacionário de parte dos defensores do governo atual, para tal ele fez uma digressão para tentar mostrar algumas faces do império que são contrárias a essas leituras rasas.

  18. JOSE LINO DA SILVA

    Parabéns, ótima leitura.

    Responda
  19. Hernandez Piras Batista

    Excelente! Parabéns ao autor e à Folha!

    Responda
  20. Ayer Campos

    Um sopro de razão e ponderação, em contraste com a abdicação do pensar que caracteriza a maior parte do atual 'debate' público, inclusive neste estimado fórum.

    Responda
    1. MARCOS BENASSI

      Pois é, aí, estou me aproveitando disso na segunda pela manhã. E ainda vai dar pano pra manga, vou ver a discussão anterior e a imensidão de links que este texto contém. Realmente, a discussão aqui tá melhor que a média, ainda que com um viés de 'voz da autoridade' - pelo menos para mim, que nada sei disso e não consigo julgar as diversas afirmativas.

  21. Elcio Patti Junior

    Excelente análise. Lúcida e pragmática, desfazendo interpretações enviesadas da história. É uma pena que aqueles que tentam disfarçar a história não serão seus leitores.

    Responda
  22. Cloves Oliveira

    Os maiores inimigos da história são os próprios historiadores, que adaptam os eventos às suas próprias ideologias. Como dizia o Tolstoy, 'Historiadores são como pessoas surdas, que seguem respondendo perguntas que ninguém perguntou.' Muitas vezes o fazem por conveniência, mas também por ignorância. Se o Hitler e seus sucessores tivessem escravizado a Europa, futuro historiadores haveriam de dizer que a Alemanha civilizou o continente. É assim que pensam os Europeus sobre as Américas.

    Responda
  23. Rafael Gallina Delatorre

    Muito instrutivo. Realmente devemos desconfiar de tratados históricos com mocinho e bandido. Deodoro era monarquista e não conhecia os princípios básicos da República. Nossa História pode ser muito rica se observada verdadeiramente, e não usá-la como bola de cristal.

    Responda
  24. Paloma Fonseca

    Ótimo exercício de história compreensiva. Senti falta de uma menção sobre o Brasil ter sido a única colônia a sediar uma monarquia europeia a patir da transmigracao da família real portuguesa em 1807/1808, de Lisboa para o Rio de Janeiro. Para mim, o escravismo passa a perder sentido com a difusão do capitalismo, no qual o trabalhador vende a sua força de trabalho, ao invés de ser forçado ao trabalho pela escravidão, que transformava a pessoa em mercadoria.

    Responda
    1. Alexander Dugan

      Não é bem assim, simplesmente tiramos escravidão do nome e mudamos para servilhismo, a situação do trabalhador europeu na época poderia ser um pouco melhor que a dos escravos no Brasil mas não deixava de ser extremamente desequilibrada em relação a elite agrária/industrial, era praticamente um sistema de castas, o conceito moderno de liberdade nunca foi atingido nessa época, as escolhas eram entre a extrema pobreza e a exploração agressiva da mão de obra trabalhadora.

    2. Alexander Dugan

      Não é bem assim, simplesmente tiramos escravidão do nome e mudamos para servilhismo, a situação do trabalhador europeu na época poderia ser um pouco melhor que a dos escravos no Brasil mas não deixava de ser extremamente desequilibrada em relação a elite agrária/industrial, era praticamente um sistema de castas, o conceito moderno de liberdade nunca foi atingido nessa época, as escolhas eram entre a extrema pobreza e a exploração agressiva da mão de obra trabalhadora.

    3. Diego Correia Aragão

      Acho uma falácia achar que foi o capitalismo que "libertou" os escravos. Eu penso o contrário, que na verdade foi o capitalismo que alimentou, de maneira cada vez mais selvagem, a escravidão. Você pode pegar, por exemplo, os discursos dos escravagistas no parlamento brasileiro antes da Lei Ãurea. Sabe o que eles alegavam? Que a abolição ia quebrar a economia do país.

    4. Diego Correia Aragão

      Acho uma falácia achar que foi o capitalismo que "libertou" os escravos. Eu penso o contrário, que na verdade foi o capitalismo que alimentou, de maneira cada vez mais selvagem, a escravidão. Você pode pegar, por exemplo, os discursos dos escravagistas no parlamento brasileiro antes da Lei Ãurea. Sabe o que eles alegavam? Que a abolição ia quebrar a economia do país.

  25. Jackson de Moura Ferro Silva

    Ótimo Texto .

    Responda

De que você precisa?

Copyright Agora. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Agora.