Impagável.

Li a sua crônica e mirei em mim! (Eu me morro em razão de: covid19, covid20, covid 21,por coração ou por levar tombo aqui em casa, sabe-se lá) E pensei: ele deixa mulher e duas filhas e eu? Quando for defunta fresca, quase viva,vou deixar o quê? Nem rastro na Terra...Mas, estarei na Vila Mariana, olhando para a Aclimação e vibrando com o Santos campeão.

Sensacional, seu irresponsável! Deverias (a)fundar uma seita, O Ricardismo (o O maiúsculo dá uma pinta de algo único, não é qualquer Ricardismo, mas "O", "aquele especial"). É de grande vacuidade (veja quanto disso tá entre parênteses), mas inestimável. Ó, Supremo Ricardista, O Ricardo ele-self-mesmo, guiai-nos por nossas ante e penúltimas palavras, mantei-nos em silêncio nos últimos momentos, porque na hora H a gente sempre esquece o texto e dá Erda. Penultimai-nos vossa Santa sabedoria, amém!

Não creio ser a melhor tese decorar as últimas palavras. Pode ser até que não haja nem tempo de proferi-las, ou, quiçá, o pré-morto não queira dizer nada, nada que possa fazer algum sentido. Pois é disso de que trata a vida, a busca de algum sentido dessa mesma trajetória, tão desigual em tempo e espaço para todos nós. Mas, se é que há alguma importância, as últimas palavras podem também nada significar com relação à vida, como tal, e, em particular, daquele que deixa sua própria vida, mulher..

Taí: no final, todo ser humano mostra o irresponsável que é.

Muito bom. Fazia tempo que eu não dava uma gargalhada tão alta. Os vizinhos vão pensar que, finalmente, me verguei ao isolamento social e enlouqueci. Mas não importa: valeu a pena rir a plenos pulmões. Parabéns!

kkkkkkkkkkk