A periferia vai ficando cada vez mais inóspita. As favelas se fecham! O estranho, antes uma preciosidade a ser descoberta nas várzeas, aparece como um possível inimigo. Aquele cara que ficava ali sentado vendo a 'pelada', o 'rachão' e que esperava o último time para ser chamado a participar passa a ser visto com desconfiança. De onde este cara vem? O que ele pretende? É irmão ou amigo de alguém conhecido? O capital traz dores e segredos não atinados!

As favelas se adensam e crescem, enquanto isso, a cidade se reduz e vai perdendo seu fulgor. A cultura da periferia vai sendo criminalizada, soltar balões, empinar uma pipa, e suas atividades mais nobres, como as escolas de samba, vão sendo capturadas pelo capital.

O embranquecimento e aburguesamento do futebol brasileiro vem junto com sua profissionalização e o alijamento das classes populares do rico mercado do futebol. De repente, se torna interessante para os setores médios verem seus filhos adentrarem os gloriosos campos de futebol. Surgem os campos' soçaites' de dimensões reduzidas para se adaptar as necessidades da especulação imobiliária e as várzeas davam lugar aos 'pombais' do BNH.

O velho e saudoso Saldanha dizia: 'Estão acabando com os campos de várzea, vocês não tem ideia do que virá depois...' E veio, para a juventude periférica e negra das grandes cidades que se deliciava nos fins de semana sobrou a morte e o cárcere. Pendengas que se resolviam nos campos viraram motivos para tiroteios inumeráveis. Companheiros que se enfrentavam na várzea se tornaram inimigos conhecidos apenas pelos vulgos. E o futebol se perdeu!

A decadência do futebol brasileiro é uma consequência, para além de outros fatores, do encarceramento e do genocídio da população negra. São pelo menos 30 anos de genocídio sistemático praticado pelo Estado brasileiro. Me lembro de Kurumin nos campos de várzea de Água santa no Rio de Janeiro. A glória, os passes e os gols do portento na cancha do velho Conceição, nas cercanias do 18, à época Coqueiro. Preso por tráfico, ao sair infectado pelo HIV, veio a falecer pouco depois. Um craque...

Ás vezes, os críticos de futebol perguntam - o que houve com o futebol brasileiro? Está no cemitério ou encarcerado! Puseram fim aos campos de várzea e a classe média tomou os campos de futebol profissional com sua valorização. Patrick de Paula é exceção!

Infelizmente não vejo assim. Gosto do Luxa. Mas sinceramente, vejo ele meio devagar, mostrando até alguma insegurança nas entrevistas.

PVC, excelente análise, como sempre. Não há dúvidas, que Luxemburgo é um dos melhores técnicos da história do futebol brasileiro. Ao contrário do que dizem alguns críticos desmemoriados, ele sempre montou grandes equipes, que venciam títulos jogando um futebol de alto nível. Ninguém se torna à toa, o maior vencedor de brasileiros e paulistas da história do futebol , por a caso. Viva Luxemburgo! !! Parabéns por mais um conquista e por mais um recorde!

PVC mais uma vez está errado. Luxa nunca foi um grande técnico, é só mais um dos que buscam sempre o resultado, sem se importar com o nível de jogo apresentado pelo time que dirige e assim foi campeão várias vezes, ajudando a afundar o futebol brasileiro.

Vender jovens atacantes pratas da casa como Arhur (para o Bragantino) e Papagaio e contratar, por valores milionários, um jogador limitado como Rony é um sério problema de gestão. Ramires não tem mais condições de jogar futebol profissional em alto nível, Zé Rafael não possui técnica. O Palmeiras terá dificuldades no brasileiro.

ele continuar vencendo é uma demonstração de como o que veio depois não trouxe muita coisa. apenas os defensores do atraso no futebol, espelham no italiano da década de 80, são os retranqueiros do sul. Uma coisa que luxemburgo mostrou foi que a percepção, depois da forma que lucas lima e bruno bateram os penaltis deles. Tomou a decisão de por o menino para bater o pênalti definitivo, porque havia cheiro de podridão no reino verde da dinamarca.