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Texto excelente! O autor explica didaticamente a grande armadilha identitária, seja de esquerda ou direita. Aliás, sugiro a leitura do livro A cilada da diferença, de Antônio Flávio Pierucci, Editora 34.
A sensatez do autor me impressionou.
IncrÃvel a profundidade do texto! Não é qualquer nego ou branquela que vai entender! Rsrsrsrs
Li todos os comentários. Há robôs entre os autores de comentários? Um comentário se repete várias vezes, com alguma mudança no horário em que foi postado. Os comentários são bons, outros apenas repetem discursos conhecidos entre os movimentos identitarios. O problema não é a identidade, mas sim a concepção de que não há valor para a empatia ou algo similar. Só se pode falar do alto da experiência acumulada. Não querem brancos no debate, pelo que li. É um outro lado do autoritarismo, infelizmente
Excelente texto e argumentação. Esse assunto - racismo e lugar de fala - é importante discutir, cada vez mais.
Parabéns, professor. Ótimo texto.
O melhor texto que li em todo este debate.
Lucidez absoluta do Prof. Wilson Gomes! Lamentável como, apesar de pregarem a dialética, em sua retórica acadêmica, aqueles que tentam monopolizar as chamadas pautas identitárias são avessos ao debate, isto é, à face intelectual da diversidade: tudo o que for dissonante de seus dogmas supostamente libertários recebe a mesma perversidade daqueles que sempre os escravizaram. Ora, a primeira responsabilidade ética das categorias sociais oprimidas é dar o exemplo de nunca se tornarem opressores.
A branquitude não se pensa de forma racializada. A branquitude acredita ser o modelo universal que representa a condição humana. Como aponta Djmamila Ribeiro, já existe um regime de autorização discursiva que ao longo da História silencia a fala, as vozes e produções intelectuais de pessoas negras. O modelo de produção do conhecimento valorizado é branco, eurocentrico e masculino. Portanto, negros não tem poder estrutural de cancelar brancos. O autor erra feio na desproporcionalidade da análise.
Não tem poder de cancelar como estrutura, mas individualmente tem sim, e muito.
Não me lembro de ter lido uma análise tão correta, justa e sensata sobre o comportamento dos identitários citados no texto ao esmagarem a reputação de alguém que está do mesmo lado em vez de exercerem igual ou maior pressão, através dos tÃpicos acessos de fúria da patrulha, contra alguém que atua do outro lado do balcão. Tal comportamento, desmedido nos últimos anos, pode ter impulsionado e muito a ascensão da direita como a vemos hoje.
Agora as lutas sociais por reconhecimento de direitos de grupos subalternizados é um impedimento a Democracia? Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não é culpa dos grupos subalternizados o colapso da democracia, a corrupção do sistema polÃtico liderado por Homens Brancos, Heteros e Ricos que afundaram o Brasil. Não há democracia se houver racismo.
Uma coisa fica muito difÃcil discutir: nenhum intelectual nem alguém sem formação sabe o que as pessoas negras passam no dia a dia, todos os dias do ano e da vida, os horrores do preconceito, em geral causados pelos brancos. Quem sente a violência do olhar que reduz o outro sabe do que se trata, o resto só imagina, quando se permite pensar sobre o caso. E quem pode falar sobre esse olhar?
É muito possÃvel que atitudes radicais de grupos que se apresentam como defensores da cultura e dos direitos da população afrodescendente terminem obtendo o oposto do que supostamente pretendem, e aumentem ainda mais o fosso que separa essas duas mais numerosas etnias. Dessa forma, pessoas que naturalmente optavam por identificar-se com a a população negra, podem vir a evitar isso com receio de reações. Uma atitude do tipo “resolvam os seus problemas que eu resolvo os meus”.
Certamente, Jackson, mas temos visto casos em que os negros recusam o apoio de brancos com a alegação de que, não tendo identidade racial com eles, não estão autorizados a representar o seu sofrimento e as suas queixas.
O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. Já existe um discurso de autorização discursiva que ao longo da História silencia a fala, as vozes e as produções de pessoas negras. Portanto, negros não têm poder estrutural de cancelar brancos. É preciso parar com essa fragilidade branca de não aceitar crÃticas. O racismo não é um problema dos negros, é um problema criado e mantido por brancos.
Muito obrigada pelo seu texto. Eu acompanhei a polêmica acerca do artigo da professora Lilia e me entristeceu muito vê-la passar por este processo de violência. A professora Lilia é uma intelectual brilhante e, com muita coragem, transpôs os muros da academia para enriquecer o debate público.
Só mesmo no terceiro mundo, uma acadêmica de prestÃgio se mete a escrever sobre uma certa cantora pop que nada tem a ver contexto histórico e geográfico brasileiro e aà uma manada de subintelectuais de cartilha ataca a pobre e bem intencionada rapariga. Queria só saber o que acha desse furdunço todo a própria Beyoncé. O Brasil, além de pobre, ficou chato.
Respeito a formação acadêmica de LÃlia, mas diploma acadêmico não isenta ninguém de ser racista. Ela mesmo que escreveu o artigo a convite da folha com prazo curto de entrega e não fez análise. Há intelectuais negros com mais competência para analisar e criticar o trabalho de Beyoncé. Além disso, a obra de Beyoncé teve muito mais impacto na cultura ao discutir identidade negra do que qualquer livro acadêmico.
BelÃssimo texto! Esse identitarismo dessa suposta pseudo-esquerda definitivamente contribui para uma visão negativa de boa parte da população e alimentou essa direita que tomou conta do paÃs. Enfim, deixamos de ser a esquerda que se incomodava em viver num paÃs com crianças revirando a lata de lixo para nos tornamos essa pseudo-esquerda identitária, só me perdi no tempo para entender em que momento eles passaram a ser considerados os representantes da esquerda.
Seu comentário é pontual, e nem me interessa sua posição polÃtica. Identidade é um conceito ultrapassado e em desuso na academia, mesmo assim importamos o que há de mais retrógrado nas ciências socias e humanas estadunidenses para discutir racismos e cultura pop as.s. Sou de uma época que quase tudo o que vinha de lá (capitalista e segregacionista em essência) era visto com desconfiança pela esquerda.
Agora as lutas sociais por reconhecimento de direitos de grupos subalternizados é um impedimento a Democracia? O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. É preciso parar com essa fragilidade branca de não aceitar crÃticas. O racismo não é um problema dos negros, é um problema criado e mantido por brancos. Portanto, é de responsabilidade de brancos lutar contra o racismo.
Concordo plenamente com o texto. Fiquei pasmo com as reações ao texto de Lilia, inclusive com dois artigos publicados neste próprio jornal. Se discordavam do argumento dela, que o expressassem com contra-argumentos, mas em vez disso preferiram atacá-la em função da cor da pele. Se todas as pessoas de pele branca tivessem o engajamento que Lilia tem contra o racismo, certamente viverÃamos em uma sociedade mais justa e menos desigual. Mas fica a parecer que há quem não queira isso.
O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. Já existe um discurso de autorização discursiva que ao longo da História silencia a fala, as vozes e as produções de pessoas negras. Portanto, negros não têm poder estrutural de cancelar brancos. É preciso parar com essa fragilidade branca de não aceitar crÃticas. Diploma acadêmico não isenta ninguém de reproduzir racismo.
Madness of Crowds
Texto excelente! Uma defesa justÃssima da antropóloga, da liberdade de expressão e pensamento, além do retrato lúcido de um patrulhamento autoritário justamente contra aqueles que estão do mesmo lado das trincheiras. Não há nem deve haver o monopólio do direito à expressão do pensamento, muito menos a prerrogativa do direito ao cancelamento.
Cada comentário... Como costumava dizer meu finado marido, tudo gente 'formada'...
Que texto excelente, obrigada! Eu bem que esperava uma resposta mais consistente da Lilia, quem sabe ainda virá. Aguardemos.
Basta revisitar as obras dela, entre as quais está "Lima Barreto - Triste Visionário." Lilia não É demônio racista.
Foi bem feito para a sra.Lilian, quis praticar seu bom mocismo e se ferrou. Eu ficaria afastado desse assunto para sempre, o ódio que os movimentos negros tem é pura vingança. Eles não falam em estudar, casar, trabalhar, empreender! Falam em luta, cotas, racismo e ódio, muito ódio. Melhor ficar longe!
Triste fim de Policarpo Quaresma... entendedores, entenderão!
O cancelamento nada mais é do que o estouro da boiada virtual dos moralistas sem moral. Volta e meia um moralista é pego no contrapé.
Quem tem identidade são os outros, né professor? O Sr, a Lilia e os profs titulares não têm lado, vcs representam o bem, o bem humano, a pureza; vcs não têm lado nem interesses; não devem ter nem preferências. É tão cafona essa pretensão universalista! Já que é assim, e somos tão brazucas quanto qualquer outro segmento, pra quando uma miss Oktoberfest bem neguinha? Ou um especialista zulu na suposta democracia grega? O que o prof têm escrito a favor do bem das minhas perguntas?
Tenho ciência disso. A usurpação sob a justificativa de cultura ou objetividade existe há tempos. Narrar as aflições de uma escrava branca! Vc não intui que isso já deveria ser considerado inconcebÃvel há séculos? Que a mentalidade da época é igualmente constituÃda pelos que foram fisicamente cancelados e serviram de combustÃvel para o bom funcionamento da máquina brasileira? Agora já se viu...como Bernado, bora dar atenção, vamos nos indignar ante a perspectiva de sofrimento de Isaura e LÃlia.
Alessandro, Escrava Isaura é branca no romance original escrito por Bernardo Guimarães...
Suas palavras mostram que o senhor não leu o artigo da Lilia. O texto dela é instigante e admirador do trabalho da cantora. Há uma ressalva sobre a estética Rei Leão do novo vÃdeo. Trata-se duma ressalva válida. Com efeito, essa estética foi imposta pelos Europeus (Tintin, Tarzan, Mowgli, etc.). Talvez fosse a hora de se liberar duma Ãfrica sonhada pelos Europeus. Esse pequena ressalva merecia o debate. A professora recebeu, entanto, ofensas e disparates como os do senhor.
Tarde demais! Os papéis de destaque das escolas de samba do Rio têm sido protagonizados por pessoas brancas: rainha de bateria, carnavalesco(existe algum negro?), diretores de escolas de samba(existe algum negro? Havia o da Portela, mas ele foi assassinado...). Jesus Cristo, tecnicamente negro, tem sido interpretado por atores brancos desde tempos coloniais imemoriais. Sobre Zumbi, não esqueçamos que já tivemos uma novela intitulada Escrava Isaura cuja protagonista era(pasmem!) Lucelia Santos!
Boa, Roger.
Seria o caso de perguntar quando teremos uma porta-bandeira com feições nórdicas? Ou Zumbi dos Palmares representado por um ator de descendente de orientais?
Faltou explicar o que significa em termos práticos esse tal de cancelamento para os ignorantes digitais como eu. Ela perde dinheiro de anunciantes em seus eventuais vÃdeos de youTube por exemplo?
José, ignorantes digitais como nós vivem no mundo real. E no mundo real ninguém nem sabe quem é Lilia Schwarcz, ninguém lê jornal, ninguém faz a menor idéia do que é uma pauta identitaria. Não se preocupe, ela não vai perder nada. O mundo digital é muito menor do que parece.
Ela pode perder reputacão, emprego, deixar de ser convidada para palestras, ter a venda de seus livros reduzida...
Num paÃs em que brancos podem discursar sobre favela, samba, racismo, Bach ou Xuxa, o artigo do professor reflete luta desesperada pela manutenção do monopólio caucasiano na produção intelectual no paÃs. Lilia não foi cancelada, tem recebido a defesa até de doutor... Que time, hein?! Doutores com todo esse talento só os não melaninados e o Corinthians, com o doutor Sócrates... Os negros são cancelados literalmente, fisicamente. Por falar nisso, o Sr prefere epistemicÃdio, né fessor?
Alessandro diz que o "artigo do professor reflete luta desesperada pela manutenção do monopólio caucasiano na produção intelectual no paÃs", esquecendo, contudo, que o professor que escreveu esse artigo é negro.
Quanta bobagem ressentida.
Sem entrar no mérito do caso presente, recordo que o grande Wilson Simonal foi jogado no ostracismo(cancelado) pela esquerda. Viva Wilson Simonal!
O professor falou tudo mas ainda falou pouco. O episódio envolvendo a profa. Lilia não foi suficientemente repudiado e constitui um insulto a nossa inteligência. A comunidade acadêmica deveria se manifestar com maior veemência já isso além de ferir a liberdade de expressão e opinião constitui um desvio da luta identitária dos negros para os becos do autoritarismo.
sei que o assunto do articulista é outro, mas achei o texto da historiadora bem fraquinho - apenas que em um segmento do *mercado cognitivo* que boa parte dos identitários, antropólogos e historiadores infelizmente não parece dominar, qual seja, o da crÃtica cultural.
Quanto a Lilia, é uma coitada iludida fazendo imolação pública para ser aceita onde nunca será aceita. Quanto mais você cede aos identitários autoritários, mais eles exigem, infinitamente. O próximo passo é ela cancelar seus próprios livros de História que tratam sobre escravidão, pois a seita não admite que pessoas brancas escrevam sobre o assunto mesmo que tenham estudado tanto. Laurentino Gomes tem "se explicado" em todas as entrevistas que dá por ser um branco escrevendo sobre negros.
O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. Já existe um discurso de autorização discursiva que ao longo da História silencia a fala, as vozes e as produções de pessoas negras. Portanto, negros não têm poder estrutural de cancelar brancos. É preciso parar com essa fragilidade branca de não aceitar crÃticas. Diploma acadêmico não isenta ninguém de ser racista.
Os radicais do movimento negro querem fazer crer que falam por todos os negros. Este pertinente artigo de Wilson Gomes deve incomodá-los sobremaneira. A luta antirracista, na mão dos autoritários identitários, infelizmente descambou para o pensamento de seita. Uma seita tem dogmas dos quais não se pode discordar, humilhação dos "pecadores", criação de infernos a serem vencidos e paraÃsos a serem buscados. Hoje, qualquer um que discorde de um negro identitário é sentenciado como "racista".
O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. A branquitude não se pensa de forma racializada. A branquitude acredita ser o modelo universal que representa a condição humana e o paradigma do conhecimento epistêmico, cientÃfico e moral. Essas identidades "neutras" que se pretende universal esconde sujeitos bem especÃficos. Branquitude, Masculinidade e Heterossexualidade também são identidades. Mas, identitário é apenas o outro que não é branco.
É por serem "negros", Professor. É porque são esse eufemismo americanizado que invisibiliza e nega tanto a nós, mestiços trabalhadores, quanto aos nossos pais, pretos trabalhadores que nos deram amor e valores. Não aceitam um movimento mestiço, porque isso seria admitir que o brasileiro é nação per se, composta de trabalhadores. Não aceitam um movimento preto porque, na verdade, estes 'identitários' odeiam a cultura jeje, xambá, ketu: e amam e imitam estadunidenses fúteis cristianizados. Kalofé!
O pior de tudo é afirmar que houve racismo nos protestos de quem se sentiu ofendido com o artigo da professora Lilia. Durante décadas, pensadores brancos construÃram suas carreiras problematizando o negro e agora o negro não pode chamar para si o protagonismo epistêmico sobre aquilo que lhe pertence e que lhe fora tomado em toda a história desta nação? Não é de se espantar os comentários de apoio a tais absurdos.
O autor erra feio na desproporcionalidade da análise e desqualifica a luta antirracista taxando de "identitário". Negros não têm poder estrutural de cancelar brancos. O caso do jornalista William Wack e de Carlos Decotelli ilustra bem como opera a não responsabilização de pessoas brancas. Apor ser demitido da Globo, Waliiam Wack conseguiu emprego na CNN Brasil. Decotelli, após mentir o diploma, assim como Damares e Ricardo Salles, foi impedido de assumir o cargo e não terá outra oportunidade.
Protagonismo epistêmico é um eufemismo para estupidez (neste caso). Não ajuda a nada nem a ninguém (a não ser à extrema direita). Agora negros só falarão de negros e brancos só de brancos? É de uma estupidez atroz.
Discute-se tanto o racismo, e as pessoas que são racistas e não reconhecem. Bobagem. DeverÃamos discutir os fascistas que não se reconhecem. O dono da padaria da esquina é um fascista e não sabe.
Artigo muito bem escrito e importante para um cada vez mais urgente debate maduro sobre esta questão. Como diz um amigo meu: "intolerante é sempre o outro".
Parabéns! Artigo sensacional! Para ficar guardado nos arquivos do Jornal! Brilhante!
Perfeito. Às vezes é necessário 'jogar no ventilador'.
O senhor é parça do Sérgio Camargo da falecida Fundação Palmares , vocês fazem a alegria dos brancos .
Sabe ler? Ou é só ressentimento mesmo?
sr. borghati, sua presença é requisitada urgentemente de volta ao inÃcio do artigo.
Não leu o artigo né ?
Essa comparação é de uma má fé inacreditável. É tão difÃcil assim argumentar de maneira minimamente racional?
Concordo plenamente com a análise!
É maravilhoso assinar um jornal como a Folha. Li, no domingo, as observações da ombudsman Flávia Lima. A jornalista também caiu na tentação de lacração na última frase do brilhante texto. Deveria ter sido mais sóbria. Mas o importante é que a implantação de uma nova abertura dos artigos transmite segurança, isenção e humildade. O resumo faz a profilaxia da introdução ao texto evitando ambiguidade e prejulgamento. Parabéns ao jornal mais respeitado do paÃs.
O caso da professora Lilia não se enquadra no dito cancelamento, pois não houve um movimento massivo de linchamento, apesar do burburinho. Ela não perdeu seguidores ou patrocÃnio. A discussão também não atraiu atenção dos principais gurus indentitários.
Essa patrulha do 'politicamente correto' tem que acabar. Esses patrulheiros desocupados, inúteis e sem talento sobrevivem de chafurdar pela internet a procura de alguém que não reze pela cartilha deles para destruir-lhe a vida. São como beatas alucinadas, bradando com o hinário do 'politicamente correto' na mão, pedindo a fogueira para os infiéis. Tentam em vão , com essa caçada covarde , dar um sentido a suas existências medÃocres.
Agora as lutas sociais por reconhecimento de direitos de grupos subalternizados é patrulha ideológica? O autor erra feio ao desqualificar a luta antirracista de identitária ou de autoritária. Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. Essas identidades "neutras", esconde sujeitos com identidades bem especÃficas, ou seja, de autores brancos, masculinos, Cis e Heterossexuais que não aceita crÃticas. É preciso parar com essa fragilidade branca de não aceitar crÃticas.
Acho intelectualmente desonesto usar o termo “politicamente correto” como desculpa do não compreedimento do termo . Não concordo com o “ linchamento polÃtico e intelectual “ de ambos os lados . Politicamente correto é acreditar na justiça , na civilidade , nos direitos do cidadão e democracia. A banalização do termo só mostra preguiça intelectual.
Infelizmente a onda identitária é um dos pilares que ajudam a ruir nossa democracia. A divisão simplista que vai contra a lógica clássica e se utiliza de ad hominem para "cancelar" alguém está acentuando a polarização atual. "Penso, logo existo" diria Decartes, mas no Brasil de 2020 é "Sou, logo tenho propriedade para falar". O pensamento crÃtico cedeu espaço para gritos de pessoas emocionadas. As vivências empÃricas são relevantes, mas não deveriam ser exclusivas.
Agora a luta por direitos de grupos subalternizados é um impedimento a democracia? Não culpe a luta identitária do fracasso do sistema polÃtico liderado por Homens Brancos Ricos e da corrupção da esquerda que quando ascendeu ao poder nos governos Lula se esqueceu da base da pirâmide. Não há democracia se houver racismo, machismo ou LGBTfobia.
O professor Wilson Gomes é petista?
sr. aggio, o senhor é corintiano? gosta de pearl jam?
Tenho reparado que aqueles que usam o termo cancelamento são os conservadores. Não tem nada de cancelamento, apenas cobrança de postura de pessoas que se sentiram ofendidas. A própria Lilian acatou. Li a matéria, não sabia do caso, mas acho que concordo. Não dá para cobrar postura da Beyoncé e não ser cobrada. Negociação de pontos de vista é isso. Não é linchamento ou cancelamento. Os brancos estão irritados em serem cobrados? Chega, está certo, sim. Se não há cobrança é por que não há dialogo
Respeito a formação da antropóloga LÃlia Schwarc, mas diploma acadêmico não isenta ninguém de ser racista. Ela mesma admitiu que escreveu o artigo a convite da folha com prazo curto. Portanto, meia página não caracteriza uma análise da obra de Beyoncé. Há intelectuais negros com mais competência para analisar e criticar o trabalho de Beyoncé. Além disso, a obra de Beyoncé teve muito mais impacto na cultura ao discutir Identidade Negra do que qualquer livro acadêmico.
"Não dá para cobrar postura da Beyoncé e não ser cobrada". A frase diz tudo. Beyoncé está acima da crÃtica, é sagrada! E porque se sentiram ofendidas? Não há nenhuma crÃtica ofensiva no texto.
No caso da Beyoncé, qual motivo concreto das pessoas terem ficado ofendidas? Apenas porque uma mulher branca analisou a obra de uma artista negra? Isso em si é uma ofensa? Se parar para raciocinar, isso que você escreveu não tem sentido.
Não dá para cobrar postura da cantora e não ser cobrada, vc escreve. Uma coisa é não concordar c/ a autora da crÃtica, outra, bem diferente é xingar a mulher e usar termos ofensivos como foi o caso.
Otimo artigo , não se combate o racismo com mais racismo , Nelson Mandela foi e é um grande exemplo e uma grande inspiraçao de união . Todas as pessoas independente da cor da pele, podem e devem se unir para combater o racismo, que é um mal que ofende toda a Humanidade
Racismo reverso não existe. Racismo é uma estrutura de poder e dominação que reproduz desigualdade social material e econômico baseado na raça. Portanto, negros não têm poder de oprimir pessoas brancas. O erro do autor é que na tentativa de defender LÃlia, desqualifica a luta antirracista criando assimetrias de poder entre negros e brancos que não existe na sociedade.
digo apenas, "rá"!!! entendedores entenderão.
Simplesmente perfeito. Parabéns por trazer a tona com tanta clareza esse debate tão difÃcil.
Ótimo texto, só não concordo com a parte onde a esquerda seria responsável ou conivente com esse comportamento histriônico. Isso que está aà é culpa de todos que puderam intervir nas polÃticas educacionais e não o fizeram. É resultado dos anos da mais absoluta e grotesca ignorância educacional, social e polÃtica. Esse é o saldo negativo agora que a internet deu voz à todos e ainda vai levar um tempo para que as pessoas aprendam a exercer seu direito de fala sem oprimir ou "cancelar" o próximo.
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