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A verdade é a seguinte: além dos clássicos, nunca se escreveu tantos livros ruins. Pagar 60, 70 reais por um livro, e afastá-lo após uma dúzia de páginas, enche a estante, mas não mais do que isto. Hoje, pago 10, 15 por um livro, e se for ruim, como é a grande maioria, mando-o para as nuvens, Simples assim.Desapareceram os livreiros, assim como desapareceram o Ford 29 e o Douglas DC3.
É romântico, mas temos que nos adaptar aos novos tempos. Democratização da informação é o ideal a ser alcançado nesse século. Além, é claro, da sustentabilidade, tendo em vista a quantidade de resÃduos quÃmicos que o livro fÃsico produz e são descartados no ambiente.
Mas há, também, uma outra visão, diferente da romântica (talvez elitizada) de quem podia entrar numa livraria, com tempo, dedicando-se a uma busca ou a uma escolha. Basta ver o número de vendas (assim também as assinaturas digitais deste jornal) pra concluir que há mais pessoas tendo acesso à leitura. Elas talvez não usem fraque, chapéu ou vestido longo, porque o mundo mudou, democratizou. Se o "vendedor" de hoje não conhece o autor do "clássico" na estante da livraria, não é culpa da Amazon..
Vejo o texto como algo romântico e saudosista.. Em minha época de faculdade, ainda na era pré-internet com computadores com tela de fósforo verde, pesquisas na biblioteca dependiam do conhecimento e organização de uma dedicada e culta bibliotecária. Bom! Frequentemente as esperas duravam mais de uma semana para ter acesso a um artigo cientÃfico. Hoje consigo ter essa informação em segundos com o o meu telefone celular. Isso não é a barbárie. Vivemos novos tempos e temos que nos ajustar a eles.
E cada centavo pago a mais (e são muitos) pelo livro comprado na livraria é o preço pago pela culpa de comprar livros clicando na internet, sem o encanto, sem a procura, sem folhear nem mesmo as orelhas.
A progressiva ignorância dos vendedores das livrarias sem dúvida influenciou na crise do setor. São Paulo teve algumas excelentes. Talvez uma ou outra siga viva, nos bairros. Mas livrarias como a Saraiva, com sua equipe totalmente alheia ao produto que vendiam, não fazem falta.
Saraiva,jaz qual cadáver insepulto.
Temos sempre de falar ou bem ou mal de alguma coisa. Humanos. E já que é assim, entretanto, não existe neste ou em qualquer outro hipermercado em que os livros sejam mais baratos, com muita oferta e com a entrega mais rápida de todos. Tudo de bom.
Texto maravilhoso que só os amantes dos livros podem entender
Concordo. E estou fazendo o mesmo. Compro um livro nas livrarias perto de casa e quando tem algo em promoção compro na Internet. Mas podemos valorizar também as livrarias pequenas que estão na rede. E vários municÃpios não tem livrarias e a internet ajuda nesse sentido a permitir o acesso
Penso que esse seu sentimento é como ter saudade do leite entregue in natura, de casa em casa, em garrafas de vidro...Pertence a uma época que não voltará jamais! Minha opinião...
Antes do milagre da Amazon, procurei em vários sebos 'The Age of Anxiety', de Auden, até que um ancião romântico me prometeu que ia conseguir. De vez em quando me ligava pra informar que a busca continuava, e que tinha escrito cartas para sebos estrangeiros em busca de ajuda. Durante anos, tentou e não conseguiu. Quando consegui pela Amazon, em 1996, notei que o livro era de fato encantador, mas a aventura idealista do velho vendedor era muito mais...
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