Joel Pinheiro da Fonseca > O crime do passado é não ser igual ao presente Voltar
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lendo essa coluna, que contem uma boa ideia pra ser desenvolvida mas que é exposta de forma intelectualmente rasa, me dá uma saudade imensa do José Guilherme Merquior, um dos raros brasileiros a quem podÃamos chamar de liberal intelectualmente honesto. Além do mais, era brilhante. O argumento juvenil pode ser resumido da seguinte forma: pode ter dito qualquer barbaridade, mas se estiver no campo das minhas idossincrasias, posso absolve-lo considerando o contexto histórico em que ele viveu.
Fonseca defende o relativismo intelectual para além do ético. Válido? Não, sim, talvez. Aristóteles justificava, senão defendia, o modelo escravocrata. Ninguém haverá de negar sua robusta contribuição à cultura ocidental, nem quem o homenageie, sobretudo pelo impressionante 'Ética a Nicômano'. De todo modo, a despeito dos contextos, os subtextos são fundamentais e não meros apêndices temporais, até porque, como lecionara magistralmente Hannah Arendt, sempre caberá ao homem 'sua opção moral'.
A escravidão entre os gregos e outros povos da antiguidade não se baseava nas diferenças raciais, os escravos eram os vencidos nas batalhas, quem quer que fossem.
É mais fácil chutar "cachorro morto". Algumas realidades históricas não mudarão por conta de crÃticas atuais e desfazendo homenagens a alguns personagens do passado. Isso só demonstra o mesmo oportunismo/radicalismo/"xiismo" e hipocrisia de alguns lÃderes atuais como Trump, Maduro, Bolsonaro, Putin e outros. Conhecer e analisar a história eleva o nÃvel cultural e nos sensibiliza na compreensão da atual sociedade. Protestar e discordar é um direito, mas sem violência (de qualquer tipo).
Os pensadores devem ser avaliados em seu contexto histórico. Poucos filósofos passariam numa prova de tolerância de gênero e raça. Mas por outro lado, quando afirmam coisas totalmente fora dos costumes da época é surpreendente. Platão por exemplo argumentava que relegar as mulheres apenas ao cuidado com os filhos era desperdiçar grande parte de seu potencial. E isso em Atenas, das mulheres de Atenas.
Oi José, bom dia. Acredito que nós nos equivocamos quando imaginamos o "contexto histórico". Ou seja, nós pensamos que esse conceito quer dizer que "TODOS NAQUELA ÉPOCA ERAM RACISTAS." Será que TODOS eram racistas? A noção de equilÃbrio e igualdade parece inata ao cérebro humano. Quero dizer que o "contexto histórico" significa os discursos autorizados pelo Poder Vigente. Sempre existiram não-racistas (você mencionou Platão), mas essas pessoas não tinham "lugar de fala".
"Uma sociedade que não tem coragem de homenagear os seus melhores porque eles não foram perfeitos está fadada a decair sob o peso da mediocridade." Nos cursos de governança corporativa, ensinamos aos Gestores que seus atos e discursos serão realizados no presente, porém serão julgados no futuro. Sei que você tem medo de ser cancelado pela presepada que fez no Roda Viva, mas é isso mesmo, só se supera a mediocridade se há pressão para ser perfeito. Não há porque idolatrar pessoas, só suas ideias
Hume errou ao dizer que brancos eram superiores.Na verdade, o QI médio mais elevado é dos asquenaze(115) seguido de nordeste da Asia(chineses, japoneses e coreanos), europeus(+-100), amerindios(+-)90, negros da Ãfrica subsaariana(+-70, e negros americanos +-85) e aborÃgenes australianos(62). Existem mais de 500 genes ligados à inteligência e seria extremamente improvável que todos estivessem presentes com a mesma frequência em diferentes raças que evoluÃram separadas por dezenas milhares de anos
Acabou de expor os seus critérios racistas supostamente cientÃficos. Inacreditável que esse tipo de argumento dinda seja brandido. O critério de medição da inteligência com base no QI é no mÃnimo controverso. Qual a mudança genética que explica a variação de QI entre as gerações? E todos os demais aspectos da inteligência não contemplados nos testes e quase impossÃveis de medir como a criatividade, sabedoria, as habilidades emocionais, interpessoais, musicais, etc?
Um dos avanços civilizatórios mais especiais que o mundo ocidental conquistou foi o da irretroatividade da lei penal. Ao lado do contraditório e do devido processo legal, constituem as armas mais eficazes contra o autoritarismo estatal. Punir os atos dos antepassados pela régua moral hodierna, representa nada menos que retroagir conceitos e concepções de ilicitudes para puni-las. É mais que um problema cultural, é analfabetismo funcional.
Realmente, PlÃnio, trata-se de analfabetismo funcional. A proibição de retroação da lei penal "in pejus" do acusado é uma garantia do cidadão contra a atuação do Estado. Mas não é uma garantia do cidadão contra o juÃzo de seus pares, que tem liberdade de consciência para avaliar a conduta de qualquer um, a qualquer tempo. Analfabetismo funcional é misturar conteúdos normativos com conteúdos éticos.
Realmente PlÃnio, trata-se de analfabetismo funcional. A proibição de retroação da lei penal "in pejus" do acusado é uma garantia do cidadão contra a atuação do Estado. Mas não é uma garantia do cidadão contra o juÃzo de seus pares, que tem liberdade de consciência para avaliar a conduta de qualquer um, a qualquer tempo. Analfabetismo funcional é misturar conteúdos normativos com conteúdos éticos.
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