Ilustríssima > Quem é Losurdo, o teórico marxista que refez a cabeça de Caetano Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Os comunistas italianos nunca foram levados muito a sério. O caetano anda muito confuso. O negócio é ficar na música, onde ele é muito bom. A sociologia explica, ou tenta explicar, todos os tons de liberalismo. Cada um escolhe o seu.
Não conheço a obra de Losurdo e pode ser que as suas crÃticas ao liberalismo sejam coerentes e verdadeiras. Mas, para quem defende o stalinismo, uma leitura necessária é "O Ópio dos Intelectuais" de Raymond Aron. Da mesma forma que tem gente que defende o stalinismo, daqui a 50 anos vão aparecer "intelectuais" usando malabarismos retóricos para defender o que o governo Bolsonaro fez na pandemia de 2020 e na preservação do meio-ambiente,
losurdo via pontos positivos em stalin. e critica os liberais que ele escolhe a dedo para criticar o liberalismo. curioso que os stalinistas não escollhem um bertrand russell, por exemplo, ou um galbraith, ou não comentam as posições de stuart mill em defesa das mulheres. sempre procuram os pseudoliberais para criticar o liberalismo. ver pontos positivos em stalin é não saber nada sobre a russia stalinista: cultura, sociedade, economia, politica. o resumo de tudo está em 1984, de orwell.
A primeira entrevista que fiz em italiano, muito precário na pronúncia foi com o Dr. Domenico Losurdo, aqui em MarÃlia no ano de 2010, o raciocÃnio dele em italiano verbalizando questões da geopolÃtica mundial ainda ecoam na minha mente.
Prof. Demian, que saudade de seus vÃdeos no You tube!
Losurdo está ocupando o topo na minha lista de leituras obrigatórias. Quero "ouvi-lo".
Segundo Bolsonaro, ser liberal é tirar dos mais pobres , para os mais necessitados .Esquisito.
"Negar a relação entre liberalismo e escravidão está no mesmo nÃvel do terraplanismo e das campanhas anti-vacina. A escravidão moderna, de cunho racial e atrelada ao empreendimento colonial é, em grande medida, uma invenção dos liberais." Prof Doutor Silvio de Almeida, autor do livro Racismo Estrutural, comenta isso no artigo ao portal Geledés.
Não conhecia Domenico Losurdo! Artigo muito bom e esclarecedor! Obrigado Caetano e Jones Manoel por isso, embora discorde do revisionismo stalinista. Ainda sou tributário dos socialistas dos anos 1950 que ao tomar conhecimento dos desmandos de Stalin sentiram-se traÃdos. A humanidade ainda há de casar o socialismo e sua luta contra a desigualdade com radicalização da democracia. Por outro lado, o que não dá para entender é como alguém como Caetano seria um liberal. É um paradoxo a ser estudado.
Excelente o texto, Damian. Parabéns pela contribuição. O Brasil necessita refletir sobre essa questão com urgência.
Certa vez um jornalista entrevistou Marx, e começou: " Seu Marx, o senhor como marxista..." Não terminou. Marx colérico: " Eu não sou marxista!" O jornalista gaguejou, não? E ele com seu jeito de alemão: " Não, não sou marxista, eu sou Marx!" Em outras palavras, K Marx já sentia o bando de capadócios que lhe sucederiam se auto intitulando marxistas. Eric Hobsbawn, que enganou todas as mocinhas da PUC é um, esse Losurdo pelo jeito é outro.
Hobsbawn, nascido de pais judeus em Chipre, então protetorado Britânico, passou a vida toda tentando explicar a Dialética Materialista em incontáveis livros. Sem sucesso, por que ele mesmo nunca conseguiu entender. O poeta fez isso numa única frase, se referindo ao Capital: "A força da grama que ergue e destrói coisas belas". A música é Sampa, e resume o papel crucial do Capitalismo dentro da Dialética. Já morto, Marx morreu de novo de raiva. Por que não pensou a frase antes?
As estúpidas esquerdas pré hegelianas, que Marx, rei do sarcasmo chamava de socialistas utópicos, eram e continuam sendo anti-capitalistas. Marx e Engels não eram anti-capitalistas, eram pós-capitalistas, o que é completamente diferente, sendo essa a essência mesmo de sua Dialética Histórica Materialista. Nem Hobsbawn nem Losurdo. Marx, apenas Marx.
Conheço apenas um pensador cujo instrumental intelectual possui parte da capacidade de Marx, é Karl Kautsky. Embora tenha sido acusado por Rosa Luxemburgo de apoiar a I Guerra, seu livro A Questão Agrária discute o Capitalismo no campo, como nenhum outro fez até hoje. .
Muito bom artigo, Demian. Você efetivamente contribuà para o debate levantado por Caetano e muito bem vindo àqueles que se interessam pela pluralidade de pensamento. Trata-se de questões da maior importância para esclarecer, concordar, discordar, entender, enfim, para iluminar o obscurantismo desses tempos estranhos.
Que tempos tenebrosos vivemos, a simples confissão de Caetano Veloso, de que mudou de opinião através de uma sugestão de leitura de um amigo, vira esse debate sociológico insano. Alguns querem torna-lo Ãcone da reação ao que está ai (virou Che Guevara do imaginário, não o executor de traidores), outros o chamam de stalinista. Credo gente, é só uma nova posição, uma nova releitura histórica de alguém que sempre se posicionou, veja seu discurso em "É proibido proibir" FIC 1968.
Mais um para acompanhar o grande mestre da "metamorfose ambulante" -- de inspiração do grande Raul Seixas --, o que conhecemos como presidiário-ambulante. Há um termo chulo para retratar tais comportamentos, porém me atenho ao Raulzito.
A genial cabeça do Caetano é moldada para a música. Exigir coerência ideológica é muito para ele.
No plano sócio-econômico, o importante é fazer o que deu mais certo. Não foi o (neo)liberalismo do século 18, austrÃaco ou de Friedman. Liberalismo puro é eloquente, mas só funciona entre 6 dúzia de tribos amigáveis praticando escambo. Nem o liberalismo econ chines, que escraviza 1 bilhão. Não foi o socialismo soviético. Foi a social democracia americana (new deal) e europeia do pós guerra até anos 70, onda que o Brasil perdeu pelas mãos de um caipira e tiranos fardados ridÃculos.
Ninguém mencionou o Socialismo de Pol Pot...Ninguém mencionou o que o Liberalismo de Leopoldo, fez no Congo Belga. Como diria o Coronel Kurtz, "O Horror!...O Horror!"
Exatamente. Os defensores dogmáticos de ambas perspectivas parecem estar disputando para ver matou menos. Por que será que é tão difÃcil reconhecer que tanto o socialismo como o liberalismo estimularam ao mesmo tempo atrocidades e avanços civilizacionais importantes e que, ao invés de estar discutindo com base em filiações identitárias rÃgidas, seria melhor tentar balancear tanto o impulso por igualdade de um como o de garantia de liberdades do outro?
À luz dos dias atuais, o texto pende para o viés anticolonial, inclusive, a meu ver, pecando no rigor da leitura circunscrita a um determinado contexto histórico. A continuar nessa toada, pouco ou nada sobrará do desdobramento necessário disso: o cancelamento. Leiam Aristóteles, e o cancelem, tal como a moda atual manda "cancelar" autores - sem serem lidos e/ou compreendidos - por "misoginia", "cumplicidade com polÃticas coloniais", etc. - em suma, por um viés unilateral, avesso a contradições.
Rogério, lendo Losurdo você verá que a análise que esse autor faz do liberalismo não se limita, de modo algum, ao perÃodo em que potências liberal-capitalistas conquistaram, por exemplo, 90% do território africano, situação em que se encontrava esse continente no final do século XIX. Losurdo analisa também o liberalismo na contemporaneidade.
A juventude tem todo direito de sonhar com um mundo melhor, mas requentar os sonhos dos avós é um tanto decepcionante. Reabilitar Stalin, como faz Jones Manoel, é como sonhar a ilusão de nossos avós.
Indigência intelectual é se deixar influenciar por uma figura como esse Jones Manoel. Uma criatura que, com linguagem empolada requenta ideias dos anos cinquenta e só diz lugares-comuns. E que chama a Coreia do Norte de Coreia Popular.
Fico a pensar no argumento: se liberais defenderam, no passado, a escravidão, quem se opôs a ela, posteriormente, contribuindo para o fim dos regimes escravocratas? Desconfio que não foram socialistas, mas liberais também... Hum...
Discursos são criados tendo em vista estratégias buscando defender por meio da legitimação ou da erosão um certo grupo polÃtico dentro de um nexo de relações socioeconômicas. Negaciosismos militantes a parte, sempre há contradições entre a realidade concreta e os regimes que buscaram empoderamento no plano ideológico. A busca de uma essencialidade platônica não entende a impossibilidade do abarcamento do real por algo que é tão falho quanto os humanos que geraram. O que se segue é então a queda
Primeiro o que existe no plano filosófico e da sociologia polÃtica são três nÃveis de análise: o lógico, o da história das ideias do discurso polÃtico. Todos eles são cortes metodológicos. O lógico busca a maneira como os conceitos se encadeiam tendo em vista a construção de sistema conceitual filosófico, o da história da ideia pensa mais como esses sistemas criam crises e revoluções de paradigmas. Losurdo faz em suas obras é mais uma análise do discurso polÃtico enquanto ideologia (da doxa).
De forma alguma, Ygor. Losurdo, por um lado, mostra que, no próprio discurso, os liberais muitas vezes se afastaram de seus preceitos “teóricos” fundamentais. Mas, além disso, mostra as contradições entre tais preceitos e as práticas concretas do liberalismo, inclusive na contemporaneidade. Não se trata apenas de uma análise do discurso polÃtico.
O que a direita e o liberalismo têm para oferecer é o ex cremento de desgoverno que está aÃ, capitaneado por um Napoleão de HospÃcio. A única obra dessa era de tre vas será o renascimento das ideias comunistas e socialistas, pois qualquer pessoa digna quer estar o mais distante possÃvel do que se mostrou ser a direita.
O liberalismo, enquanto doutrina economica já se mostrou ineficiente desde o crash da bolsa em 1929. Mas o marxismo já se mostrou ineficiente em todos os Estados que assumiram. O Partido único. Os mecanismos de produção nas mãos do Estado, Ditadura do proletariado são coisas do passado. A esquerda da américa latina não evoluiu. Nem liberalismo nem marxismo. Façam como os europeus meio termo. O Estado interfere na economia em momentos pontuais. Os polÃticos brasileiros tem de evoluir.
Ótimo artigo, esclarecedor da discussão. De fato os liberais não conseguem discutir, ou não querem, o marxismo de forma não caricata, pode ser perigoso reconhecer valores.
Ótimo artigo, esclarecedor da discussão.
Por que se ocupar com redefinições de rótulos? Que rótulos podem definir a natureza do ser humano? Dizer que é liberal, comunista, socialista, anarquista etc. encapsula quem? Que valor tem tal inquietação para um fruto maduro? Que traje veste melhor este ou aquele indivÃduo? Esse tipo de preocupação está voltada mais para a casca do que para o recheio? Surpreende alguém que candidatos à originais ou cultos valorizem preocupações tão superficiais, tão distantes do que é profundo?
"figura fundamental da cultura brasileira". Menos, por favor, menos.
Posso não concordar com as opiniões dele, mas nunca questionarei a magnitude de Caetano Veloso como figura essencial da cultura brasileira.
Obviamente é fundamental, ao menos nas últimas quatro décadas. A não ser pra quem desconhece a sua obra, trajetória e importância da música popular brasileira.
Os liberais precisam estudar a história de sua ideologia e das práticas pertinentes. Descobrirão que a Ãfrica, que iniciou o século XIX com 10% de seu território colonizado, terminou aquele século com 90% do continente brutalmente ocupado por potências liberal-capitalistas. Saberão que, em zoológicos desses paÃses ditos "civilizados”, eram exibidos indivÃduos de terras "exóticas", em condições de todo degradantes, mas atraindo grandes multidões.
O artigo insiste em um grave erro que viceja em quasectoda a mÃdia mundial: a de que só existem dois lados. Agora é a esquerda stalinista contra a direita obscurantista. Eu sou colocado ora de um, ora de outro lado, mesmo rejeitando tudo que esses dois lados defendem.
Raul, por que você diz que, segundo o artigo, existem apenas "dois lados"?
Porque os extremistas tem todo o interesse em difundir a impressão de "quem não está conosco, está com eles". É a única forma de fazer com que percamos o senso crÃtico e aceitemos qualquer medida contra o inimigo demonizado.
Entender o liberalismo como pronto e acabado para aà critica-lo ou ter uma visão de que os direitos naturais ou os costumes são fixos não permite uma necessária visão teleológica. A história não acabou. "A felicidade é o bem a que tudo tende, é o único fim em si mesmo, nunca meio". Eis a régua e horizonte do estagirita. Messamos então o liberalismo e o socialismo e olhemos para ver qual dos dois sistemas nos aproximam deste horizonte ou que combinação entre eles é possÃvel.
A insistência de que o liberalismo é o " fim da história", apenas atrasa o fim da história, os humanos apesar de serem cruéis consigo mesmo, não tem futuro se não abraçarem o socialismo.
Losurdo faleceu em 2018, aos 76 anos. Curioso como o passamento de grandes pensadores não tem importância factual.
Muito obrigado pela clara explanação!
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Ilustríssima > Quem é Losurdo, o teórico marxista que refez a cabeça de Caetano Voltar
Comente este texto