Ana Cristina Rosa > Não basta ser negro Voltar
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Lembro de um colega de trabalho que, quando eu usava automaticamente a expressão - neguinho - como sujeito indeterminado de uma frase, acrescentava - branquinho também -. Parece uma coisa boba, mas me despertou para a constatação de que as palavras não são inocentes.
Não concordo. Um negro de sucesso,( ainda mais fora das áreas tÃpicas como a música e o esporte) sempre será uma referência positiva para os outros. Ele só não pode negar sua cor. Quanto ao engajamento, cada um sabe o que é melhor para si. O resto é patrulha ideológica.
Eu como negro concordo totalmente com a Heloisa Gomes, o engajamento é uma opção pessoal e não uma obrigação, como a Ana Cristina escreveu!!!
Do mestiço Mário de Andrade, sobre outro grande mestiço, Machado de Assis: - Assim vitorioso na vida (...) Venceu as próprias origens, venceu na lÃngua, venceu as tendências gerais da nacionalidade, venceu o mestiço. É certo que pra tantas vitórias, ele traiu bastante a sua e a nossa realidade. Foi o anti-mulato, no conceito que então se fazia de mulatismo. (...) E na vitória contra isso tudo, Machado de Assis se fez o mais perfeito exemplo de “arianização” e de civilização da nossa gente. -1939
Cê precisa ler mais, Zé, inclusive a retratação do Mario de Andrade. E, para lembrar uma ótima frase estampada num banner de uma bienal, abra a cabeça. Pode ser com um machado; eu recomendo o de Assis. Tem também um ensaio do Alcir Pécora, publicado ontem aqui na Folha, e o ótimo livro do prof. Eduardo de Assis Duarte. Mas o bom é ler Machado, todo dia e toda hora.
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