A reportagem pode colocar em nota que a coleção Os Pensadores não foi criada como um projeto de dominação da ditadura, pelo contrário, foi desenvolvida por um grupo de professores de filosofia cassados de suas funções nas universidades. Foram fazer traduções para popularizar os livros em bancas de jornal. A questão de gênero pode e deve ser questionada, mas a origem do projeto não pode ser atrelado ao regime militar.

Eu não gostei dessa coisa de estragar livros escritos por mulheres e estragar livros nunca é bom, não dá bom resultado e lembra um certo alemão...

A Marilene Felinto é uma escritora talentosa, pena que um ressentimento profundo molde seu comportamento. Compreendo que ser mulher negra (ou cabocla) de baixa extração social do nordeste deve ter ter sido extremamente difícil, mas se isto tem que ser superado. A tal "obra de arte" é uma idiotice! É claro que numa história onde o "natural" era a prevalência masculina, não há como evitar que todos os "grandes nomes" sejam de homens. Mas agora, as mulheres podem provar o seu valor.

Existem formas mais inteligentes de aparecer. Paciência, muita paciência mesmo.... .

Interessante esse ressentimento anacrônico. É fato que as mulheres sofreram opressão histórica, mas o Ocidente de hoje é a melhor época para vivermos: temos liberdade para trabalhar, estudar, escrever, pintar, dirigir filmes. Aí uma artista ressentida com o passado escolhe remoer a falta de mulheres na Coleção Os Pensadores. Sugiro viver o agora e arregaçar as mangas para que mulheres possam escrever obras grandiosas de filosofia. Esse ressentimento anacrônico só vai te fazer mal. Supere.

Contra essa imensa injustiça contra as "Femmes" eu sugiro a suprema reparação chamada "deletação". Vamos deletar todos os pensadores, todos os filósofos, todos os historiadores do passado, todos os cientistas masculinos, todos os reis, todos os autores masculinos de livros. Que tal fazermos uma fogueira com Dante, Cervantes, Shakespeare, Victor Hugo, Homero, além dos 52 já "perfurados" pela divina artista?

Qual a culpa dos homens se as mulheres se interessam por futricas cotidianas, moda e embelezamento do corpo? Quer aborrecer uma menina? Fale sobre ciência, computação e economia. Abra uma revista feminina e veja você mesma. Enquanto os temas sérios forem aborrecidos para elas, os homens continuarão escrevendo livros de filosofia e elas lavando suas roupas.

Poo ta me rda, kara! Tá pho da.

É só cancelar todos e escrever uma nova coleção composta por mulheres. De preferência mulheres sofridas negras, lésbicas, anãs, com deficiências, de países emergentes. Ação.

Maravilhoso. Também sempre senti curiosidade sobre quem costurava e lavava as roupas daqueles homens todos.

No futuro, estes anos serão lembrados pelo grau de tolice a que um *politicamente correto* mal concebido pode provocar nas pessoas. Tempos em que censuramos Monteiro Lobato, suprimimos "E o Tempo Levou", derrubamos estatuas de personagens mal conhecidos. Na história como um todo da filosofia ocidental a participação de mulheres é reduzidíssima mesmo. Se reduzíssemos o escopo aos tempos mais recentes, ela seria maior.

O pior na história do machismo, sexismo e dominação sobre as mulheres não são os fatos em si, mas sim o problema de que esse debate está totalmente censurado. Estando censurado, não existe razão em ser debatido.

A obra artística tem uma dualidade. Uma que comunica-se com o artista e outra com o público. Eu não vi a obra, mas pelo texto fico com a sensação de ser uma expressão de ressentimento que é o pior sentimento possível por paralisar no tempo sua vítima. Se eu pudesse falar com a artista eu diria para vislumbrar o que pode ser feito de agora em diante de justo e não remoer injustiças passadas a não ser que a catarse seja necessária nesse processo. Seguir adiante, é preciso, para seu/nosso bem.