Vera Iaconelli > Meninas aprendem a se deixarem abusar Voltar
Comente este texto
Leia Mais
O mais doloroso, numa psicanálise acerca desse trauma, é reconhecer que "aconteceu comigo". Essa é a parte mais dolorosa: dizer pra mim mesma que algo tão aviltante ocorreu comigo. Depois vem a raiva: por que ele fez algo para seu bel-prazer e meu total mal-estar? Qual o sentido nisso? Dor, humilhação e intimidade violada são palavras que tentam dar conta da violência e terror experimentados, e mesmo assim elas me parecem inúteis para descrever o inenarrável.
Não há um erro nesse tÃtulo da matéria? O segundo verbo fica no infinitivo.
Flexionar é opção do autor.
É isso mesmo. Há um crasso erro gramatical!
Rodrigo: há um erro e obrigada por aponta-lo.
Rodrigo, há, sim, um erro no tÃtulo. O segundo verbo está no infinitivo, mas no infinitivo inadequado para esse caso, que é o infinitivo pessoal ("deixarem"). O correto seria o uso do infinitivo impessoal ("deixar").
Está no infinitivo, mas flexionado; não precisa estar: Meninas aprendem a se deixar abusar. Ou, mais ao gosto dos gramáticos: ... a deixar-se abusar.
Essa fragilidade psicológica se aplica aos curandeiros , pastores , padres , pais , tios , irmãos ,amigos da famÃlia , esposas e companheiras que suportam abusos psicológicos e fÃsicos e maridos e companheiros manipulados por esposas e companheiras . Depois de alguns anos os abusos que estão no subconsciente afloram levando à depressão e/ou outros estados mentais de infelicidade . O homem /mulher não evoluÃram , principalmente no extinto sexual e na violência . Freud explica mas não resolve !
Os casos de João de Deus têm direta relação com as incertezas sobre a existência de Deus. As pessoas atraÃdas pela fama do JD sofreram, bem ou mal, do sonambulismo religioso. A lição que fica é: os pais que não tiverem certeza da existência de Deus não devem transmitir essa fragilidade psicológica e filosófica aos filhos que de seus pensamentos e posturas dependem a aprendem.
Eu acredito que transmitir ao filhos a incerteza da existência de um deus não causa fragilidade psicológica e filosófica.Conheço filhos de casais ateÃtas e são pessoas normais, sem fragilidade nenhuma, muito ao contrário.
Caro Manoel, você resumiu e acertou em cheio.
É exatamente o contrário meu caro. Se Deus não existe, João não é de Deus e portanto não tem poder sobrenatural e por consequência as vÃtimas não precisam se sujeitar aos abusos. Não crer em Deus é não dar "poder" aos que dizem falar em nome Dele. E por isso o ateÃsmo é tão combatido e temido.
A maioria das pessoas nascidas, digamos, a partir de 1980 valoriza a mulher inteligente e capaz. O artigo dá a entender que esse ponto de vista é muito minoritário na sociedade. Não é.
Gostaria de viver neste mundo imaginário em que vc vive, Bruno.
A irremediabilidade da contingência... Quem nunca buscou uma forma qualquer para se proteger dela? As mulheres chegam no limite da fragilidade à s mãos de um predador porque acreditaram em seu pretensioso “poder”, porque contra a contingência busca-se qualquer coisa. O fato mais simples da vida - podemos morrer a qualquer momento e nada poderá nos proteger -, nos enlouquece a conta-gotas. E quando nossa fé não nos salva, escamoteamos o óbvio “silêncio das estrelas” com algum “desÃgnio” oculto...
será que já houve algum que se disse médium que não era mal intencionado, que apenas ouvia vozes e acreditava em magia, mas fazia o bem?
Na leitura a compreensão de muitas falas que me eram sem entendimento. Inda ontem escutei uma colega de trabalho questionando as mulheres que demoram anos para delatar um estrupador. A fala era recheada de preconceito, dizendo que aquelas mulheres, na realidade eram erradas, porque se não denunciaram no momento do estrupo era porque, de alguma forma sentiram prazer naquilo. A conversa me fez muito mal e nem pude argumentar. Percebi que seria inútil.
Flávia: essa sua colega deu sua opinião porque na verdade não deve saber nada sobre o trauma que involve as vÃtimas e as razões porque não denunciam na hora a violência sofrida, talvez ainda há tempo de educar a colega sobre o assunto, mas como você afirmou, talvez seria inútil.
Não se cale jamais. Outro dia minha cunhada fez a mesma objeção, não me contive, sou leitor dos dois volumes O segundo sexo da Simone, tentei expor as mesmas explicações da Vera (claro que sem o requinte que ela escreveu), percebi o preconceito em não querer buscar conhecer a própria condição social que a mulher está submetida.
Pois elabore e argumente, cara Flávia. É por essas e outras que pessoas como sua colega continuam espalhando esse raciocÃnio absurdo para quem quiser ouvir. Vai lá, tenha coragem que vc será apoiada por muitos, tenha essa certeza! Boa sorte!
Perfeito, Vera, mais uma vez. A expressão que você nos dá: "Deixar-se capturar pelo desejo do outro" é um universo em si. Obrigada!
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Vera Iaconelli > Meninas aprendem a se deixarem abusar Voltar
Comente este texto