Ilustríssima > Crítica de Caetano a uspianos soa fora de lugar no debate atual Voltar
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Que relevância tem isso? Tem coisas mais sérias pra gente se preocupar. Melhor me poupar de coisas desnecessárias.
Ao contrário de Caetano, o debate erudito sobre cultura, nos anos 80, parece ter envelhecido muito mal. E não é Caetano que o diz, porque ao fazer referência a ele, mostra que o considera ainda válido, mas o autor desta coluna, que parece querer defendê-lo. Mas a intenção é outra, ele quer resgatar Ortellado, que falou besteira em sua coluna sobre Caetano. Sem mais que argumentos de autoridade, o chamou de narcisista irresponsável e estalinista.
O argumento de autoridade: Hannah Arendt (a autoridade) lançou sobre Stalin um anátema similar ao que existe sobre Hitler, o que o faria ser banido de qualquer discussão válida. Losurdo, que reavalia a herança de Stalin, e Caetano que elogiou o primeiro, devem ser igualmente banidos. E essa identificação de Caetano a Stalin é feita a partir de uma curta referência na entrevista, que está longe de sugerir adesão. Por que os liberaloides de hoje em dia sempre me parecem bolsonaristas enrustidos?
u s p c a e t a n o ??? kkkkkkkkkkkkkk
Mesmo que pareça presunçoso, costumo dizer que se "Deus tivesse me feito" ou mandasse escolher ser outra pessoa, essa seria única e exclusivamente Caetano Veloso, Caê. Até o seu pé apontado para baixo nas entrevistas sugere-me intelectualidade e posicionamento firme e próprio de quem tem bagagem de conhecimentos vários e profundos. Acredito que se ele fosse argentino haveria mais um "Deus" no Universo..."Terra, terra, por mais distante o errante navegante, quem jamais te esqueceria!"
O colunista localiza a polêmica há décadas. Mas ele mesmo cita o ensaio de Schwarz sobre o livro de Caetano, de 2012, em que o próprio uspiano coloca de novo o dedo na mesma ferida, reativando a polêmica. A verdade é que essa polêmica acabou por expor o surgimento de duas linhas dentro da crÃtica literária brasileira: Os crÃticos formados pela escola de Antônio Candido (os uspianos), como Schwarz, e os que baseam suas leituras nas reflexões propostas pelos concretos (os Campos e Pignatari).
Em tempo, me chamo Gabriela, sou 100% uspiana e estudei esse tema em meu doutorado, na USP. E, como crÃtica, me alinho do lado dos concretos. Como se pode perceber, a questão é bem mais complexa do que o colunista e Caetano fazem parecer em seus enunciados. Não é flaflu. Representa sim a ampliação de nossa fortuna crÃtica, que tem ecos no exterior inclusive, dos dois lados da polêmica.
Em tempo, me chamo Gabriela, sou 100% uspiana e estudei esse tema no doutorado, na USP. E me alinho do lado dos concretos. Como se pode observar, as coisas são bem mais complexas do que Pablo e Caetano tentaram fazer parecer em seus textos/declarações. Não é flaflu. Ao contrário, representa ampliação de nossa fortuna crÃtica.
Uspianos. Tá bom...
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