Marcus Melo > A política da autenticidade: o calcanhar de Aquiles do populismo Voltar
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Parcela do eleitorado revoltada com a corrupção hoje é a que mais diz que corrupções tidas como menores não são importantes. Adotaram um moralismo de um lado só. Usam o passado para justificar corrupção do presente. Minimizar ligação com o crime organizado violento merece um estudo mais profundo.
O professor analisa com precisão o aumento da autenticidade no populismo atual. Mas, vale lembrar que o populismo foi construÃdo também com outros valores e elementos na composição de seus lÃderes. Conheci Ademar de Barros, Jà nio Quadros e Paulo Maluf. Todos foram mestres em forjar comportamentos de identificação e comunicação com o povo, desde as roupas usadas, os tiques ensaiados e até suposta memória prodigiosa. Muitos populistas "fingiram autenticidade" para iludir boa parte da população.
Desde a Grécia antiga a questão da virtude, caráter e comprometimento com valores morais da população e principalmente dos governantes tem sido objeto de estudo e polêmica. Mas a realidade prova que era mais aspiracional do que realidade. Enquanto Platão pregava a necessidade das virtudes, ele e seus contemporâneos defendiam a escravidão e a inferioridade social da mulher. Madison acreditava que sem virtude a ordem civil só poderia ser mantida pela força e pelo medo. O LÃbano prova que não.
No que toca a Platão, sem dúvida não questionava a escravidão, mas achava que as mulheres deveriam ter um papel social mais relevante. O argumento era que se você tem um casal de cães de guarda, mesmo que o macho seja mais forte, ainda assim é um desperdÃcio relegar a fêmea apenas ao cuidado dos filhotes. Ela é forte o bastante para amedrontar os intrusos.
O texto ficaria mais claro se abrisse mão do estrangeirismo, ou se ao menos grafasse em itálico ou aspas os termos em italiano "uomo qualunque", latim "pari passu"', inglês "survey". Talvez não precisemos destes artifÃcios para nos comunicar adequadamente em um texto com mensagem consistente como a contida nesta excelente análise polÃtica. PS: Não comprometeu o entendimento, mas seria bom seguir o novo acordo ortográfico e tirar o hÃfen de autoevidente.
Ultimo escracho do popular é o populismo a vontade do povo desqualificada. Ora, o povo e impotente diante d poder, ñ ha meios de controla-lo, mais ainda, de avalia-lo. E a politica, o jogo do poder ,e isso ai. Fhc era o intelectual no poder, Lula operario o homem do povo no poder, e Bnaro autentico no poder. Tudo encenação ainda q possa ter algo de real. O fato e q o poder é um mal, tentou-se limita-lo com democracia, mas esta mais forte q nunca o q indica seu fim ñ sua redenção.
Outra coluna com alto poder explicativo do Prof. Marcus Melo. De fato, a perda das credenciais anticorrupção (com a saÃda do Moro) e a aliança com o Centrão corroem a reputação de integridade do governo Bolsonaro. Não é por outro motivo que o governo tenta investir desesperadamente na ampliação do Renda Brasil.
Para quem é mais cuidadoso um pouquinho, caro Marcus, uma outra coisa se interseciona com a autenticidade: a noção de congruência/consistência, nas dimensões interna e externa. Na primeira, o quanto aquele indivÃduo se mantém Ãntegro em suas posições quando vistas ao longo do tempo; na segunda, o quanto seus atos e palavras são congruentes privada e publicamente. Parece-me que essa noção caminha em paralelo à s autenticidade que você menciona, mas faz uma demanda complementar, mais rigorosa,creio
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