Luiz Felipe Pondé > Revolução Russa é mais bem compreendida numa chave trágica Voltar

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  1. Alberto A Neto

    Um equívoco formidável tanto na leitura quanto na interpretação dos processos históricos, sem nenhuma conexão com as forças estruturais que movimentam as formações sócio-econômicas e políticas, como se um ''deus ex machina'', vale dizer, a tal 'mão invisível' atuasse em todos os segmentos humanos. Dissociar o processo civilizatório das decisões tomadas baseadas na realidade concreta, parafraseando Ortega y Gasset, pelo homem e suas circunstâncias, é fazer tábula rasa da vontade humana e negá-la.

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  2. Guilherme Zambrana Toledo

    Eu sou cético com relação ao acaso na História. Soa um tanto como nos contavam os professores antigamente sobre Cabral ter descoberto o Brasil, quando tentava uma nova rota para a Ãndia.

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  3. Vito Algirdas Sukys

    O empirista lógico Herbert Feigl e Marx, separados pelo tempo, concordavam em rejeitar a fantasia Utópica; mas ambos tiveram desenvolvimentos diferentes. Marx desenvolveu as especulações sobre a história de Hegel e a crença no progresso do Iluminismo enquanto Feigl e Carnap desenvolveram o ceticismo de Hume baseando nas evidências empíricas da teoria física.

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  4. FABRIZIO WROLLI

    Nada de novo, Pondé. É tarefa dos historiadores descobrir, analisar e juntar documentos, discursos, eventos, fatalidades, aparentes incongruências, guerras locais, motins etc. e para compor o muitas vezes imenso mosaico de único fato. Mesmo visto de perto, este mosaico pode resultar incompreensível. Precisa distanciamento para vê-lo inteiro. Achar que temos controle sobre cada uma das peças do mosaico é quimera. Basta o assassinato de um Grão Duque para começar o que Hobsbawm considerava fratura

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  5. MARCOS CESAR MORAES

    Contingência... prefiro inusitado. O inusitado sempre ocorre. Pensar numa ordem natural, caminho único, evolução ou mesmo boa vontade de um ideólogo é desconsiderar os milênios de situações inusitadas. Desde o impacto de um meteoro, seca de uma região, invenção da prensa ou explicação sobre um meio mais produtivo alteraram a história. Há métodos para saber sobre causas eficientes de fatos históricos, mas de resultado sempre questionáveis. Mais difícil, portanto, contar uma história do futuro.

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  6. Vito Algirdas Sukys

    Rudolf Carnap, em sua autobiografia, já dizia em 1920, que na Alemanha ninguém mais se preocupava com Hegel e o Absoluto na História. Não havia evidências empíricas para o Absoluto nem para o Marxismo militante que não levava em conta nem evidências à favor nem evidências contra; era mais uma seita.

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    1. Carolina Figueiredo

      Concordo, até porque considerar que a religião é o mal do mundo sem nenhuma evidência científica, ano após ano é tão dogmático como qualquer dogma religioso.

  7. Carolina Figueiredo

    A eleição do Bolsonaro depois da facada do Adélio é a constatação da contingência. A facada foi a chave mágica para a presidência. Bolsonaro tem tentado manter essa tragédia em tudo que faz e fala. Pelas pesquisas eleitorais atuais não queremos mais arcar com as consequências da contingência da facada.

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  8. Ayer Campos

    Pondé, com sua insuperável imersão em Pascal, se equilibra sutilmente entre História e Teologia. Berlin achava que Hegelianismo era Teologia, mas a ideia de que a História é o eterno devir de valores em conflito, ressaltada por John Gray como tragédia, tem algo de indisfarçável imaginação mitológica.

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  9. CELSO ACACIOO GALAXE DE ALMEIDA

    A História não tem fim, o Liberal Obama atendendo aos interesses da burguesia do seu país, bombardeou e matou sem dó nem piedade, isso não é irracional, a exploração que gera a luta contra ela, também não é irracional, existe com objetivos e finalidades, reagir contra a opressão e exploração não só é legítimo como necessário, os desdobramentos não são previsíveis, apenas isso!

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  10. ILMA REZENDE SOARES

    As invenções medievais, inúmeras, geraram as condições, determinantes, para muito do que somos hoje: universidades, livros, óculos, prensa/imprensa, 1a. "Biblioteca pública", relógio mecânico, moinhos de vento e água, bancos, uso do zero, bússola, astrolábio, marca d'água, botões de camisa, orgão, chaminé, espelho, vitrais e janelas de vidro, garfo, entre outras. A democracia, nos seus moldes contemporâneos, tem muito mais origens medievais do que possamos imaginar.

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  11. Benedicto Ismael Dutra

    EUA e Rússia disputavam o domínio e influência mundial. Um com o capitalismo de livre mercado e o dólar. Outro com o comunismo, mas não se manteve. Agora a China, com o capitalismo de Estado passou a produzir de tudo, acumulando reserva em dólares, fazendo negócios pelo mundo para ampliar poder e influência. O embate. Trump-Xi Jinping e respectivos parceiros e grupos de que fazem parte causa rebuliço no mundo. Em 2022 teremos eleição para presidente. O Brasil estará mais próximo a qual deles?

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    1. Carolina Figueiredo

      Só não sei se algum governante irá conseguir conter o envio de manganês extraído ilegalmente para a China.

  12. Hercilio Silva

    Trotsky sempre falou sobre o lado irracional das revoluções. O czarismo, um dos últimos regimes a abolir a escravidão, a submissão dos russos a miséria, e as tentativas de expansão do império em guerras que não tinha como vencer, o ápice foi a primeira guerra criaram o caldo. A burguesia só prevaleceu num processo violento, e está lá a contingência, sem isso não teríamos capitalismo.

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  13. Carolina Figueiredo

    Nos 3 primeiros parágrafos do texto é possível ver claramente que a exclusão da violência como instrumento político legítimo é consequência da violência revolucionária que caiu em desgraça e que o marketing, as cotas e o lugar de fala são consequências da exclusão da violência como instrumento político legítimo. Sendo a contingência natural da vida humana como constante em todo esse processo histórico.

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  14. Carolina Figueiredo

    Excelente texto. Racionalizar a violência nas manifestações e suas consequências paralelamente a ausência da violência liberal e suas consequências nos leva à mesma condição humana de viver a contingência natural da vida.

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  15. José Cardoso

    O problema é quando a violência já existe no próprio cerne do sistema existente.Mais exemplar que a revolução russa foi a haitiana no final do século 18, na esteira do que ocorria na matriz, a França. Ao chegarem à ilha as notícias dos direitos universais do homem, a classe trabalhadora local expulsou/matou os senhores e assumiu o controle. Como a liberdade poderia vir através do diálogo?

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  16. ADONAY ANTHONY EVANS

    1-4 O trem da História passou, mas não parou no artigo de Pondé. Rostos na janela olharam comiserados, na plataforma, o solitário pensador, de mala e guarda-chuva. A coisa funcionou assim: Depois do Pensamento Grego Ocidental, vieram as trevas da Idade Média. A Renascença veio e resgatou o espírito e o Homem com centro. Daí para o Humanismo, daí para o Iluminismo, que se dividiu no Liberalismo Inglês de Locke e Hume, e levou a Franklin, Jefferson e Thomas Madison. A Revolução Americana.

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    1. Carolina Figueiredo

      Nunca sabemos para onde vamos. Somos agentes da contingência, e não de um processo histórico racional. Não entendi muito bem seu resumo histórico diante da conclusão do Pondé. Ler seu resumo remete à Raul Seixas " Eu nasci a dez mil anos atrás, e não tem nada neste mundo que eu não saiba demais ". A conclusão do Pondé é da música cantada por Raul, na minha opinião é a mesma mensagem com palavras diferentes.

  17. ADONAY ANTHONY EVANS

    2-4 O Iluminismo Francês, que levou ao Iluminismo Radical, aos Enciclopedistas e à Revolução Francesa. Robespierre. O que Marx chamou de Socialismo Utópico. A Dialética Histórica Idealista de Hegel, Marx adaptou na Nova Ideologia Alemã, para o que chamou de Socialismo Científico e Dialética Materialista, em lugar das ideias movendo o Mundo, como dissera Hegel, as necessidades materiais do Homem movendo o Mundo.

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    1. Ayer Campos

      Ufffa! Figuei zonzo com o 'flashback'...

    2. ADONAY ANTHONY EVANS

      Hoje cheguei à conclusão que Hegel estava certo. As ideias, a Revolução Tecnológica, movem o Mundo. A Revolução da Agricultura, A Revolução Industrial, a Revolução dos Serviços, e agora a Revolução da Informática. A Humanidade se adapta a elas, como os revoltados carroceiros de Londres no início do século 20, se viram obrigados a se adaptar ao caminhão. Os motoristas de táxi ao Uber.

  18. ADONAY ANTHONY EVANS

    3-4 O bolchevismo de Le ni ne, se bastava com uma Revolução Burguesa que gerasse um proletariado na Rússia, a Revolução de fevereiro de 1917. Porém, seu Centralismo Democrático de 1902 já começara a desandar a receita do bolo. Mas essa desandou mesmo foi com a Teoria da Revolução Permanente de Trotsky, anti-dialética, na base do vamo-que-vamo.

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  19. ADONAY ANTHONY EVANS

    4-4 Logo após a quartelada da madrugada de 17 de outubro, que Trotsky conduziu com seus guardas, ignorada por Le ni ne, no assembleísmo da época, que viceja até hoje, um participante se levantou e disse: “lembrai-vos das palavras de Marx, ímpio seja aquele que trouxer o socialismo antes da hora”. Segundo Isaac Deutscher, um arrepio perpassou a platéia. Era a tragédia.

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