Ainda segundo denúncias, em maio de 1995, a Vale informou à ''Securities and Exchange Comission'', entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reversas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas do mesmo minério. Até o presente momento as inquirições encontram-se armazenadas no Judiciário sobrestadas pelas chicanas protelatórias.

Justiça de país subdesenvolvido é assim. Num caso muito menos grave que o de Mariana, no Colorado, uma mineradora de prata comprou uma área de outra, que a explorava há décadas. A resuspensao do sedimento contaminado do rio pelas cheias tornou a água imprópria para vários usos. Resultado: tanto a empresa antecessora como a sucessora foram condenadas a limpar todo o sedimento do rio, que custou dezenas de bilhões. E nós aqui? Criamos outro monstro insepulto: Brumadinho.

Tramita faz 12 anos uma ação contra a privatização da Vale com empréstimos subsidiados pelo BNDES e a tributação favorecida pelo abatimento do 'suposto ágio' do imposto de renda. No momento, o processo encontra-se ''represado'' aguardando as informações exigidas do TCU e dos órgãos de controle. Há mais lama na privataria do processo de privatização da Vale do que as montanhas de dejeto despejados sobre as comunidades de Mariana e Brumadinho e do que imagina Cristina Serra.

Crime...não houve crime...nem penal , nem ambiental ! Houve apenas um efeito colateral resultante da insana busca por lucros , muito própria do capitalismo voraz que conduz a grande maioria dos empresários e banqueiros do mundo ideologicamente ocidental !

Há de se registrar que a Vale nunca produziu sequer um desastre ambiental e muito menos catástrofes ecológicas como as provocadas em Mariana e Brumadinho, quando a empresa era 100% estatal e, mais do que isso, uma organização cujo eixo estratégico era sua funcionalidade como ''eixo de desenvolvimento'' econômico com responsabilidade social. A tragédia comunitária e desastre ecológico devem ser levados à conta das privatizações conhecidas por 'privataria' da Era FHC. Um legado do neoliberalismo.

Imaginem como será o tratamento a ser dado a Brumadinho, mais recente e de proporções iguais ou superiores, envolvendo um dos responsáveis por Mariana. Lembra aquela história do tenor que desafinou, foi retirado de cena exclamando: vocês ainda não viram o barítono que está por vir.

A impunidade é a grande mazela da nação. não só em Mariana. Vivemos num país que um assassíno pode sair em menos de 5 anos. A lava jato está sendo linda, sem dúvidas. pela primeira vez na história prendendo parte das Elites Economicas e Políticas da nação. Mas quantos não estão impunes..., quantos foram presos, pegaram 12... 18 anos e saem em 2,3 anos (progressão de regime 1/6 da pena). carecemos de mecanismos para por fim a impunidade. e os político não mudam isso porque amanhã podem precisar.

Um pequeno retrato desse grande painel que dessa grande e impune tragédia pode ser visto em: Bento Rodrigues: trajetória e tragédia de um distrito do ouro...Lebragar, ou então, Tragédia em Mariana, Record...

Tá aí: isso o Banco Mundial não vê!