Hélio Schwartsman > Uma mudança de verdade na política de drogas Voltar
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"Entorpecentes não são bons para a saúde de ninguém". Até isso é questionável. Usado com moderação (dose, autocontrole, etc) é bom pra relaxar os miolos, dar aquela sossegada no estresse.
A narco-economia do tráfico de drogas liderada pelos cartéis transnacionais das mais variadas nacionalidades, mas com o predomÃnio dos cartéis mexicanos nas Américas e as máfias italianas na Europa, movimenta R$ 1 trilhão em escala global e corresponde ao PIB de dezenas de paÃses. O combate policial-penal fracassou em escala global e serviu, apenas, para apoiar a expansão das facções e milÃcias capazes de cooptar Forças Armadas, Judiciário e financiar eleições presidenciais aqui e alhures.
E de quebra, dizia eu, no comentário anterior inexplicavelmente retido pela FSP porque "há palavras em seu texto que impõem passar pela moderação, etc.", de quebra, a liberação da produção distribuição e consumo sob controle do Estado devolveria ao cidadão a responsabilidade sobre o uso de seu corpo, e sobre seus atos, como, afinal, deve ser. E quanto à retenção do comentário ao qual me refiro, depois de publicado, os leitores verão o quão equivocado está esse serviço de "censura moderada".
A indecisão sobre a liberação do uso de drogas atrasa a superação do problema: haveria controle do Estado, arrecadação de impostos, financiamento da publicidade preventiva e o tratamento de dependentes, esvaziaria os cofres de quadrilhas cujo capital opera em diversas áreas incluindo armamentos, reduziria fortemente a população carcerária, permitiria a policiais, delegados, juÃzes, parlamentares, dedicarem-se ao combate aos crimes contra a vida, o patrimônio, incluindo a corrupção, e de quebra,
Sou cética quanto a legalizar para se desfazer dessa vertente do crime, afinal, trata-se de gente que escolhe viver 'a margem da sociedade: aquele que se motiva, por sua Ãndole, com essa vida arriscada, mudará do comércio ilegal para outro território do crime sem remorsos. Isso não impede de legalizar, apenas revela meu ceticismo.
Mas Hélio, vc tão racional, com certeza sabe que o mundo ideal só existe na cabeça dos idealistas. Para uns, o uso de drogas equivale a escapismo, evasão da realidade, vontade anulada, obscurecimento mental. Para outros, utilizar certos produtos psicotrópicos que produzem 'alterações estranhas' na percepção sensorial -como o ayahuasca- servem para explorar a psique, o espirÃto e caminhar pelos corredores mentais. Nunca é fácil, suave ou leve, mas a consciência agradece a claridade. ./Claudia F.
Concordo plenamente com vc, prezado Hélio. Que isso comece a ser feito rápido no Brasil, antes que o braço do tráfico fique cada vez maior e mais forte e robusto no meio polÃtico, como vimos no caso de helicópteros e aviões de politicos encontrados cheios de drogas -nada acontecendo, é claro.
Também acho. Não há porque dourar a pÃlula das drogas, que são realmente nocivas. E sempre existirão os viciados, assim como os alcoólatras. Mas o direito penal não é o caminho, senão a lei seca estaria em vigor até hoje nos EUA.
Qdo a pornografia deixou d ser ilegal, em alguns paÃses, ela diminuiu. A droga tem o mesmo aspecto de desafio, e liberada deve diminuir. Além disso, fica visÃvel p o individuo ser cuidado. Mais q tudo e q o estado é imoral e ñ pode ditar moral, alias esse e um dos desafios da droga. O estado ñ fala pelo coletivo, usa e abusa dele Proibir ou obrigar, ñ devemos permitir a ele. Mas, o q mais preocupa e o q fara esse contingente desqualificado q comercializa droga. Roubara?
A descriminalização das drogas no mundo já passou a ser melhor estudada. A própria CIA e DEA dos EUA afirmam que o combate às drogas não passa de operações enxuga gelo. Prendem aviãozinhos e distribuidores mas não os traficantes reais que são bilionários.Portanto, a quem interessa de verdade a não descriminalização das drogas????
Vivemos um ciclo de infantilização polÃtica. Quando os adultos voltarem ao poder aà pode se discutir com maturidade a descriminalização paulatina do uso de drogas.
Hélio, sua afirmação "num mundo perfeitamente racional, ninguém usaria drogas " reflete um idealismo que diz: "há uma mente e um mundo dentro dela" e traz um postulado metafÃsico de fenomenalismo que está além da validação empÃrica. A outra frase "já que os riscos superam os benefÃcios" é de um realismo que diz "Existe um mundo com mentes nele " riscos baseados nas evidências empÃricas que a ciência nos fornece. Essa distinção entre realismoxfenomenalismo pode levar ao pragmatismo cientÃfico?
Vito, acredito que essa distinção entre realismo e fenomenologia possa levar a um pragmatismo cientÃfico. Por exemplo, o conhecimento fÃsico do mundo: a cartografia, da Idade Média até hoje, experimentou uma aproximação 'a realidade, ela se desenvolveu muito de lá pra cá. O mundo do Renascimento europeu se ampliou bastante com as descobertas de novas terras, sair da circunscrição do Mediterrâneo implicou em desenvolvimento da ciência e tecnologia cartográfica, astronômica, náutica, aérea etc.
Caro Hélio, concordo integralmente com a lógica de que o estado não tem que meter o bedelho em aspectos intraindividuais da vida do cidadão. Mas não posso deixar de pontuar que a ideia de que "no mundo ideal não caberiam drogas" é um pouco manca. Por que não haveriam de caber? É mais ou menos como dizer "não caberia a velocidade extrema" e condenar a fórmula 1, ou o salto de paraquedas... Um alterador de consciência pode trazer uma experiência reveladora ou aliviante. Há um leve odor moralista?
Helio certÃssimo, como quase sempre acontece.
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