Belíssimo texto sobre o nosso cronista Maior. Com certeza o espírito de Rubem Braga, disfarçado de borboleta em algum jardim, borboleteou sobre sua cabeça no momento de escrevê-lo.

Jaime, sou leitor e admiro muito Vinicius, Sabino, Drummond e cia de cronistas. Mas discordo em grau, número e gênero do seu comentário. O velho Braga é um caso à parte. Não sei responder quem é o maior romancista, contista ou poeta desse país. Mas não tenho dúvida sobre nosso maior cronista. Talvez até porque, em toda a vida, se dedicou a um único gênero.

Desnecessário "maior cronista brasileiro". Paulo, Vinicius, Fernando e Carlos são também os maiores cronistas brasileiros, cada um à sua forma. Para que esta burrice da hierarquia? Futilidade máxima verticalizar pessoas amigas, únicas, que jamais disputariam. Rubem vomitaria ao ler tal linha - como qualquer outro dos citados aqui. "Maior" e "menor" são marcadores indeléveis de mediocridade - não só da escrita, mas do pensamento a priori.

Sérgio, me deu muita vontade de ler a obra!!!! Obrigada por seu belíssimo texto!!!

Num mundo carente e deficitário , só a grande arte e a literatura em particular pode nos salvar. Obrigado Rubem , esteja onde estiver , por estes momentos de felicidade .

As borboletas perderam as cores; não resistiram ao excesso de ratazanas grávidas, nem a profusão dos canalhas em flor. Da cabeça aos sapatos, as grã-finas com narizes de cadáveres dão arrancos de cachorro atropelado - nas calçadas onde Rubem Braga implorava pelos anelos de Tônia Carrero -, entre angustiadas com o pessimismo mais frenético e ansiosas à esperança mais obtusa, sem encontrarem uma borboleta sequer para confirmar o fato de que borboletas amazônicas bebem as lágrimas dos crocodilos.

Uau! Maravilhoso!