Ilustríssima > Em conto de Machado de Assis, vatapá traz à cena invisibilidade de negros Voltar
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Que mais, Machado? Mais nada! Vê-se que se trata de leitor pouco afeito a obra do grande mestre. Já foi dito, em comentário anterior, e eu ratifico: a obra de Machado de Assis está repleta de dados e informações sobre o Brasil e suas singularidades. Que mais, Machado? Mais estão por vir, pois Machado ainda não foi devidamente descoberto pelos brasileiros; vide o autor do artigo, ora comentado!
Não bastasse a circularidade do texto, vemos ainda esse termo "cruza", empregado em lugar de "cruzamento". Essa sinonÃmia só ocorre no campo da biologia, com o significado de "acasalamento para procriação de animais" (Aulete). Imagino que mesmo metaforicamente seria difÃcil fazer uma "cruza" de informações.
O artigo é redundante, além disso, desnuda a ignorância do autor em relação à obra de Machado de Assis. As menções a comidas populares, de origem africana ou não, pululam nos contos, crônicas e romances do nosso maior escritor. Cocada, manuê, marmelada, doce de coco, compota de marmelo, mãe-benta, acará (acarajé) e aluá são apenas algumas. É um traço do espÃrito crÃtico de machado desbancar o cardápio de origem francesa em favor de ingredientes e temperos nacionais. O texto chove no molhado.
Prezado Edson, que maravilha de texto. Obrigada pela reflexão de mais alta qualidade.
Machado de Assis, em toda sua obra (não apenas no aludido conto), torna conspÃcua a escravidão por simplesmente evidenciar a maneira como a sociedade da época a tratava. Repare: onde aparece a profissão de qualquer personagem aristocrático de qualquer de suas obras? De Bentinho, Escobar, Esaú, Jacó, etc? Todos viviam da escravidão. Ao não tocar no assunto, Machado fez a maior denúncia, só não vista por aqueles que dependem de panfletos explÃcitos e reacionários ao sabor das modas.
Que mais, Machado, que mais? Obrigado por arrancar mais essa (mais uma!) camada de leitura da mais rica prosa que já se produziu nessa terra preta, racista e violenta, professor! Pensemos juntos. Tirando Contos Fluminenses da prateleira agora mesmo.
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