O whatsapp é de Deus . O grupo de whatsapp é que é do demônio.

Automóvel é bom ou mau? Bom. Sim, mas automóvel mata. Faca amolada é bom ou mau? Mau, corta a carótida e o artefato do marido galinha. Mas também é bom. Corta a pera que a vovó gosta tanto. O problema é que a evolução da tecnologia é mais rápida que a evolução ética e cultural humana. Veja-se a TV. Se os cientistas que criaram a TV soubessem que algum dia ela seria programa do Sílvio Santos ou do Pastor Ananias, teriam jogado a invenção pela janela. O mal não é tecnologia, mas estúpidos na ponta

Falou tudo. Muito bom!

No meu caso, os milhares de grupos não só incluem Whatsapp, mas Telegram e Slack também...Talvez o problema esteja não só na forma pela qual as ferramentas organizam as conversas mas também do próprio usuário que tenta consumir tudo que vê pela frente. Meus grupos vão desde culinária portuguesa, iniciantes em alemão e milagre da manhã até engenharia genética e neuroscience talks. Eu particularmente gosto de ter uma esteira rolante de conteúdos a serem degustados conforme o meu humor...

Todos os aplausos!

É por isso que fujo de grupos de zapp, como dizem que o diabo foge da Cruz. Participo de pouquíssimos e quando posso caio fora.

O meio é incompatível com a finalidade de agregação. Não acredito em agregação e solidariedade sem percepção mútua dos olhares, dos gestos, dos semblantes. É por isso que a esculhambação entre amigos dá certo - as manhas já são conhecidas,

Ótimo texto, ótima analogia a do jantar sobre a esteira rolante. Parabéns!

Acho que o problema, Antônio, não é o WhatsApp, mas o excesso. Excesso de grupos, no seu caso. Entendi isso já há algum tempo. Me livrei de todas as redes sociais. Absolutamente todas. Apps, somente se extremamente necessários. Restaram muito poucos. O WhatsApp ficou, mas me livrei de varios grupos. Nunca tive muitos, é verdade. Mas sua toxicidade corrói a alma e estraga o dia. Excesso de contatos inúteis também não faz bem à saúde. Me livrei de alguns. Pronto! Agora dá pra aguentar.

No plano da existência nós pensamos também com o corpo e por isso a comunicação é complexa, tão complexa que ferramentas tecnológicas até tentam, mas não conseguem reproduzir. Ao servir de meio para algo primordial para a condição humana, o WhatsApp nos nivela todos a uma máquina de calcular, a um algoritmo limitado nas suas capacidades. O mais triste foi há 10 anos ter visto colegas da academia defendendo em programas de entrevistas e colunas de jornal essa panaceia.