Há muito tempo que a pedagogia tem feito uso de pesquisas que demonstram o que ocorre no cérebro durante a aprendizagem. Basta ver as propostas de alfabetização que partem dos tipos de memória, de conceitos como o de "fatiamento". O que ocorre é que os cursos de licenciatura não podem passar da página dois, ou o aluno desiste. Tudo vira apostila. As nossas licenciaturas não chegaram ainda a Gardner, não há como querer que profissionais da educação superem o modelo da prova objetivando a nota.

Nunca vi tanta Fé numa pessoa só como vejo nesse articulista, daí talvez se explique a ira dele contra a Fé religiosa, que pode ser moderada quando o crente reconhece que é um ser limitado, mas não há chances desse reconhecimento para os crentes da Fé secular, daí eles quererem o monopólio da Fé, excomungando a Fé religiosa.

A pedagogia me parece mais uma prática que usa resultados científicos que propriamente uma ciência. É como a engenharia ou a medicina. As ciências que as fundamentam são respectivamente a física e a biologia. No caso da pedagogia, a ciência talvez seja a psicologia, agora turbinada com os recursos de imagens ao vivo da atividade cerebral.

Há muitas evidências empíricas que o sono consolida o que vivenciamos na vigília. Eu, particularmente, penso muito melhor depois de um bom sono. Na matemática, um pouco de decoreba, agiliza a solução de problemas. Um professor de geometria nos ensinava, o que você sabe sobre o problema, aonde você quer chegar? O que falta para realizar a solução? Quanto as notas, as de Einstein, eram baixas porque ele não tinha interesse nas aulas ortodoxas que ele assistia.

Kant tentando explicar o sucesso da física de Newton perguntou se era possível juízos sintéticos a priori , mas teve que introduzir o conceito da "coisa em si" e trouxe a metafísica para a discussão científica novamente. Carnap tentou ver se era possível tornar a filosofia numa espécie de filosofia "científica" com a análise lógica da linguagem. Weber procura tornar a sociologia numa ciência dura e o professor Cohen tem um curso chamado " Adeus Weber" na Univesp. As ciências duras influenciam.

A educação sempre foi dominada pela visão liberal do mundo, e para essas pessoas, é inaceitável a ideia que os traços psicológicos, incluindo as funções cognitivas que nos permite aprender, são pelo menos parcialmente, hereditárias. Sendo assim o aproveitamento escolar de um grupo sempre será heterogêneo. De todo modo, aquilo que se aprende é apenas parte do processo, sendo que a parte mais importante é aprender a aplicar o conhecimento adquirido ao longo da vida.

1Vendo a escola oficial, traduzo pedagogia em como ensinar algo a alguém q ñ quer aprender. Esqueceu-se q o primeiro principio de aprendizado é motivação, o interesse, algo q a escola oficial esta bem longe de despertar, mesmo em coisas essenciais, como a alfabetização, tanto q p prender o aluno a escola, pq atrai verba, se da comida. Se soma a isso q ensino massificado a partir 4º ano é outro fator de desinteresse, quer ensinar a todos a mesma coisa, ñ respeita, nem pode, a pluralidade.

2Deriva do desinteresse generalizado q o ensino praticado é uma aberração, tudo superficial. Observo q o professor acha q se fala de um assunto ele ensinou e se o aluno aprendeu e responsa/e do aluno, q estude. O sistema de notas vai no mesmo sentido, responsa/e do aluno, o q provoca stress, intensificado porque qdo aluno vai mal se chama os pais, pra dar uma dura. Nada errado com notas, mas se o aluno tem ma nota, deve servir de avaliação para re-ensinar, é feedback, meio ñ fim do processo.

Xiiiiiii, caro Hélio, vamos esperar ainda muito tempo até quem manda na educação investir em soluções científicamente embasadas. Mesmo onde o ensino-aprendizagem pode dar lucro, o campo da educação corporativa, a ciência da construção de cursos, seu acompanhamento cuidadoso e análise estatisticamente conduzida de seus resultados, são compreendidos como luxo da academia. Pelo que pude perceber em 20 anos de atividade, nego quer mesmo pegar um produto barato da prateleira e colocar para rodar