Ruy Castro > O crime com vídeo e áudio Voltar
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O próprio presidente do Carrefour admitiu a inadmissibilidade do crime, o ambiente racista, a motivação torpe e vergonha do desfecho. Mas sempre tem, aqui entre nós, os que relativizam o ocorrido, os que se referem à vÃtima como teoricamente culpado e os que não admitem o racismo estrutural que predomina em nossa sociedade desde 1888. Será uma longa jornada, mas chegaremos lá. Um dia, talvez.
São três os assassinos, os dois vigilantes e a gerente do supermercado (mandante) que tudo acompanhou para verificar se a vitima seria devidamente punida (?!!) e vários cumplices que a tudo assistiram sem registrar nenhuma reação.
Perfeito Ruy!!
Para mim o que causa mais asco é essa platéia que a tudo assistiu e nada fizerem para evitar esse massacre. Cambada de covardes, pusilâmines que já tem lugar garantido no inferno. Quanto aos seguranças, mereciam serem linchados assim haveriam menos gastos com a justiça. Esse vai ser o dia da consciência pesada para nós.
"Homens e mulheres negros são vÃtimas diárias de toda espécie de violência, mas esse crime é um divisor de águas. Foi filmado, tem dezenas de testemunhas e não há atenuante possÃvel. Mais vÃdeos surgirão, de novos ângulos, com os gritos de dor de Beto Freitas. Mais do que o choro, o samba ou o funk, esses gritos são a verdadeira trilha sonora dos negros brasileiros. Para Bolsonaro e Mourão, presidente e vice, não há racismo aqui. Escutamos isso e sentimos nojo deles e de nós mesmos."
Terror explÃcito. Hediondo. Asqueroso.
Parabéns ao governo bozo, ao vice, seus ministros e toda população que apoia este desgoverno. Menos um preto para incomodar a sociedade hipócrita; sigam com suas bandeiras da intolerância e do ódio, cujo o mote é: "bandido bom é bandido morto", exceto quando se trata de bandido de colarinho branco, rachadinhas e outros crimes, estes sim tem direito a ficar calado, tem direito ao contraditório, tem direito a ampla defesa, tem direito a recorrer até a ultima instância e permanecer impunes.
No brasil é sempre assim a culpa é sempre da vÃtima (geralmente um preto ou preta), pune-se os agressores que geralmente também são miscigenados (como diz nosso PR), mal remunerados, mal preparados e nada muda, porque os verdadeiros responsáveis por estas tragédias são os dono do capital. Nosso governo corrobora aquele antigo ditado: "bandido bom é bandido morto", então se vc tem ficha na polÃcia meu irmão eu destino já está traçado pela sociedade hipócrita, exceto se vc for bandido da elite.
Mais uma bela crônica de Ruy Castro, de chorar de tão impactante. Mourão e Bolsonaro falam em nome de milhões de brasileiros. Tragicamente, está é a verdade. Brasil, um paÃs em total decomposição e esfarelamento.
Esse vÃdeo a que Ruy faz referência é o mais emblemático. Estilo George Floyd foi a morte desse cidadão. Absurdo.
Um miserável morreu espancado e outros dois irão mofar na cadeia. E a sociedade racista e hipócrita ficou "indignada".
Foi um crime bárbaro e hediondo. Não há dúvida de que a vÃtima havia se comportado de maneira inconveniente no supermercado e quando escoltado pelos seguranças deu um soco na cara de um deles. A reação foi desproporcional e selvagem. Os seguranças mostraram total despreparo para a função. Fica a pergunta: como eles teriam reagido se um cliente branco lhes metesse a mão na cara?
Conhece. Não há brancos. Mas há muita miséria, econômica e moral. O Lumpenproletariat de antiga e sempre viva memória. Os que se sujeitam a tudo por um prato de comida e os que sabem que tem gente que se sujeita a tudo por um prato de comida. Um, de um lado da equação. Outro, da outra.
Você tem razão. Sei tão bem quanto você. A única ressalva que este trabalho escravo não conhece raça.
Há trabalho escravo em muitas residências de classe média, em confecções paulistanas que empregam bolivianos, em carvoarias de norte a sul, em muitas fazendas com trabalhadores temporários.... Não há espaço aqui para continuar. Mas vc sabe de tudo isso. Quem sou eu para lhe lembrar?
Obrigado Fabrizio. Eu me referia ao continente americano, mas posso estar de novo errado. Há quem diga que ainda há trabalho escravo (ou quase) no nordeste.
Os últimos paÃses a abolir a escravidão foram a TunÃsia, o Gâmbia, o Madagascar, a China, Marrocos, Arábia Saudita e, por última a Mauritânia em 1981 .
Os que açoitavam pessoas escravizadas (não se usa mais , graças a Deus, o termo escravos) também eram pardos. Isso nada justifica, nada explica, nada atenua o fato em si.
Não duvido nada e não é só no Carrefour. Nós ficamos muito abalados pela morte da cachorrinha também obra de um segurança.
Nisto, em termos genéricos, concordamos plenamente. A minha pergunta era especÃfica, pois os seguranças são pardos pelo que li. Último paÃs a abolir a escravidão. Comentei isto , me parece ontem, numa outra coluna fazendo analogia com os Estados Unidos bem menos hipócrita apesar de todo o racismo. E também toquei no assunto na coluna do Amparo hoje em outro contexto.
Se tiver tempo e estômago leia, por favor, o relato "JuÃza e defensor relatam que mulher negra foi estu e tortu em Carrefour no Rio em 2017 ou 2018." nesta Folha.
"É difÃcil brancos entenderem o que houve com José Alberto para além da violência brutal, porque nós a distinção entre espaço público e privado é ininteligÃvel: como brancos, estamos acostumados a transitar com facilidade entre o privado e o público, em ambos vistos a priori como consumidores-cidadãos, ao passo que negros são vistos, no público, como cidadãos incompletos, a quem garantias legais não se aplicam e, no privado, como consumidores suspeitos cuja carne é barata e a dor gratuita".
Quanto a isso eu não tenho detalhes de quem xingou quem. De qualquer modo, deixei bem claro que o comportamento dos seguranças foi indefensável apesar da agressão. Estamos falando em cÃrculo. Ninguém está defendendo os seguranças. Apenas conjecturando se a reação bárbara foi motivado por racismo.
Nem eu sei como teria reagido se fosse xingado ou humilhado ou ofendido pelo segurança.
Olá, Fabrizio. Não sei. Também não sei como o segurança de quem vc fala teria reagido após levar um soco na cara.
Outro dia, foi ao Carrefour do Shopping Eldorado. Na fila do caixa, havia um senhor (branco) atrás de mim sem máscara. Disse-lhe educadamente que máscara era obrigatória seja no Carrefour, seja no Shopping todo. Ele começou a xingar, gritar e ofender a mim e ao caixa. Chegou um segurança (um daqueles de camisa branca): nada disse, nada fez e nem ao menos acompanhou o dito cujo até a saÃda. Fica a pergunta: como ele teria reagido se o cliente não fosse branco?
No brasil é sempre assim a culpa é sempre da vÃtima (geralmente um preto ou preta), pune-se os agressores que geralmente também são miscigenados (como diz nosso PR), mal remunerados, mal preparados e nada muda, porque os verdadeiros responsáveis por estas tragédias são os dono do capital.
José Bernardo. Esta é a sua interpretação que nada tem a ver com o que escrevi.
Clara responsabilização da vÃtima. A um passo de justificar o ocorrido.
Não creio. Experimente.
"Disculpe dotô! O sinhô machucou a mão?"
Primeiro, caro Ruy, foi a vergonha. Em tempo integral, alheia e própria. Depois, o nojo, tanto quanto. Possivelmente, em breve, o auto e hétero ódio, que trará duas novidades: o ódio de si mesmo por haver deixado as coisas chegarem onde chegaram. E o ódio generalizado do outro, o heteródio, que nem precisará da singularidade de odiar um certo gênero, bastará odiar. Assim caminha nossa desumanidade.
A negação do racismo por parte da sociedade mostra um povo doente da alma.
Este assassinato perpretado por funcionários do Carrefour é o exemplo da barbárie racista que assola este paÃs, que deveria fazer o impeachment de Bolsonaro e de seu vice. Já.
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