Alguns defendem que a obrigatoriedade foi criada para dar legitimidade aos eleitos. Certa vez defendi a seguinte tese comparativa dessa legitimidade: "cercados de jagunços, juntar os escravos de uma fazenda e perguntar a eles se o 'Senhor' deles era um bom cidadão. A resposta deveria ser em alto e bom som." 100% de "sim". Plagiando Chico César, na música Benazir, "o olho que existe é o que vê".

Sempre defendi o voto como um direito e não como uma obrigação, até que testemunhei muitos pastores neopentecostais "recomendando" aos fiéis o voto em quem apoiava sua ideologia. A partir daí, aos 73 anos, desanimado, não enxergo no horizonte político o que idealizei como Democracia.

Esse falso paradoxo na realidade é um dos grandes becos sem saída da pseudodemocracia brasileira... Tornar o voto facultativo permitiria ao povo brasileiro demonstrar, num único e glorioso manifesto, o quanto aprecia a maravilhosa classe política sanguessuga. Quantos iriam? 1%? 2? Espero não morrer antes de ver isso!!!

Pra quem mora no Rio de Janeiro, amanhã o voto será sim obrigatório. É preciso defenestrar o pai da mentira.

Voto compulsório é uma herança da ditadura. Não há nada democrático em obrigar alguém a votar. Deveria caber à consciência de cada um.

O voto obrigatório é incostituicional. Agride frontalmente o principal pilar da democracia, a liberdade. A justificativa dos apoiadores peca pelo evidente, não ensinou o povo a votar, nem ao exercicio da cidadania. O efeito é manifestamente o inverso do pretendido. Torna um direito volitivo numa obrigação irritante. Porem, como só interessa aos votados, que são os fazedores de leis, não vai mudar nunca.

Voto obrigatório é ridiculo.

A democracia conviveu com a escravidão, com a misoginia, então não consigo entender querer pintar o voto obrigatório como o grande algoz, sendo que ele (o voto) é a base da democracia representativa, e não a liberdade de ir as urnas. E sobre a "soberania" de ir ou não as urnas só é importante na cabeça das classes ricas, pois os demais cidadãos estão interessados em outras soberanias como não serem executados extra-judicialmente.

Tirou daqui, Hélio. Endosso em tudo suas palavras. O que dizem ser um direito, sempre fomos obrigados a fazer. Total incoerência. Entendo que isso tenha a ver com os tais eleitores de cabresto, que são transportados de seus recônditos pra votar nos candidatos de sua "preferencia". Só agora, passados os 70 anos de idade, vou poder exercer o direito pleno de NÃO VOTAR. E eu fico dividido entre exercer um direito ou cumprir uma obrigação cidadã. Optei por, finalmente, exercer um direito!

O voto não é, nem nunca foi obrigatório. Obriga-se, sim, o comparecimento à urna. É possível ir lá e não votar em ninguém.

Já começa errado no título: voto obrigatório não é nenhuma jabuticaba, existe em vários países, notadamente em quase todos da nossa família histórico-politica, a América Latina. Já chega de especialistas de TV a cabo que acompanham por alto a situação nos EUA e no RU e acham que conhecem o mundo inteiro.

Não custa lembrar que votar em um candidato, qualquer que seja, na verdade, não é, nem nunca foi, obrigatório. Há sempre a opção pelo voto em branco ou nulo, também opções políticas e/ou filosóficas. E, diante do valor da multa e da possibilidade de justificação, mesmo a aparente obrigatoriedade do comparecimento parece insignificante. Mas, também vale lembrar que o resultado do pleito vale para todos, votantes ou não.

Acho a discussão menor diante de outra: porque dinheiro público para partidos e candidatos serem vendidos como mercadorias? Basta apresentar um currículo e colocar no site do partido e do TRE. O eleitor consulta para escolher quem acha mais apropriado.

Precisa falar desse anacronismo até findar: é ilógico no mínimo! Por outro lado, se todo conceito que não evoluímos se torna preconceito, o de Democracia não foge à regra. Partindo do voto como direito, este deve ser conquistado, por mérito... Adolescentes e analfabetos ou seres sem discernimento poderem votar, é análogo a nomear um desses como Diretor de Operações de uma grande hidrelétrica: inconcebível! Ter como certo essas funções como mais importantes que um cargo eletivo é tão bobo quanto!

Sempre bom lembrar q votar e um principio democrático para limitar o poder. Essa historia de representação ñ é principio democrático, mas a subversão ao principio, e aconteceu apos a formulação do ideal qdo estado se meteu em serviços se tornando grande, e incontrolável, e os subverteu submetidos a interesses espúrios, como escolas em geral, saude, etc. Na area de serviços onde valeria o merito ñ se trocaria mas manteria. Mas o bom e mesmo o estado ser tirados fora deles

D e pleno acordo, ideal é tudo. Mas, mais importante q liberdade d voto seria a liberdade d pagar imposto, q eu chamo, p isso, Consentidos: paga se validar o estado, se desejar. Ah, como pode, dizem os incautos? Ou acreditamos no povo ou acreditaremos na marra em alguns d povo, q ñ tem sido bons, ainda q alguns sejam votados, o judiciário ñ é. Por ideal, sou absoluta/e contra Sonegação, sou p Negação, a convicção q ñ se deve pagar pra manter um estado perverso e opressor

Ao contrário do quee muitos pensam maioria de votos nulos não anula eleição. Deste modo entendo que o sistema atual, com sanções moderadas, seja o mais indicado à nossa realidade.

Já fui francamente favorável ao voto opcional. Observando, entretanto os EUA, onde o dia da eleição é uma dia normal de trabalho e em muitos lugares opositores a quem controlar o sistema, são impedidos de votar, penso que talvez nosso sistema seja adequado. A pessoa que não quer votar, pode justificar, ou mais simplesmente pagar a multa. Mesmo que vai contrariado, não é obrigado a escolher um candidato, basta anular. Continua.

800 mil pretos presos em condições indignas e um valioso espaço deste usado pra debater o soberano incômodo do voto obrigatório... pelo menos a prisão não é uma jabuticaba, parece

A questão do voto obrigatório é bem mais que filosófica. Comporta, nas linhas e entrelinhas, um oportunismo eleitoreiro raso. Por um lado, o beneficiário pode alardear mundo a fora seu prestígio e poder, escudo no velho bordão: fui eleito pelo povo com tantos mil votos. Por outro lado, o notório descredito dos políticos e o sistema que os abriga ganha sobrevida, bloqueando a possibilidade do calendário eleitoral transformar-se, para muito, num dia de lazer ou gandaia.